ABBY
Eu havia acabado de chegar da escola, estava exausta, hoje infelizmente não consegui escapar da educação física, resumindo, isso acabou com meu dia.
- Boa tarde filha... - Minha vó vem até mim e deposita um beijo na minha bochecha - Como foi na escola?
Suspiro jogando a bolsa em cima do sofá.
- Cansativa como sempre vó. - Rio - Nada demais.
- Quando menos esperar você finaliza o ensino médio, e por mais que você diga que não agora, você sentirá muita falta da escola. - Ela diz e eu gargalho.
- Duvido muito.
- Você vai ver querida, eu sinto muita falta do meu tempo de escola, dos meus amigos...
- Só sente falta quem tem amigos, como eu não tenho, tenho certeza absoluta que não irei sentir! - Afirmo e ela revira os olhos.
- Venha, vamos almoçar. - Ela diz me puxando para a mesa - Estava te esperando.
- Não precisava vó. - Sorrio me sentando - A senhora poderia ter almoçado com o James...
- Ele não está querida. - Ela continua - Ele foi almoçar com uma tal de Chloe.
Hm...
- Vó, me passa a salada por favor. - Peço e ela assente.
- Nem comentei com você Abby. - Ela diz e eu a olho - Sua mãe ligou...
Que?
O que essa mulher queria?!
- O que ela disse?
- Disse que queria falar com você, ai eu falei que você estava na escola e ela disse que mais tarde ligaria novamente.
- Bom saber, assim não atendo a ligação. - Sorrio.
- Abby! - Minha vó chama minha atenção - Querida, é sua mãe, você não pode fazer isso.
- Vó ela não é minha mãe, mãe é quem está do lado, não ela que me abandonou quando eu era pequena pra ir atrás de macho no México! - Digo e minha vó nega com a cabeça.
- Tudo bem, vamos mudar de assunto... - Ela bebe um gole do seu suco - Como você está querida?
****
Como sempre, assim que coloco o pé para dentro da lanchonete, o sininho toca avisando que havia cliente novo.
Varro o local atrás de quem eu procurava, e logo os encontro e caminho até eles.
- E então? - Pergunto ao me aproximar da mesa.
- Sente-se. - Brandon diz e eu assinto me sentando.
- O que vocês querem? - Pergunto indo direto ao assunto.
- Você está bem Abby? - Luke pergunta e eu assinto.
Imagino que Brandon já contou tudo para ele.
- Você não está sozinha nessa ok? - Ele diz e eu rio.
- Eu não tenho medo do Henry, Luke.
E realmente, eu não tinha um pingo de medo do Henry.
- Vamos direto ao assunto! - Brandon diz - Nós te chamamos aqui e você já imagina o por quê.
Assinto.
- Nós... - Ele é interrompido pelo garçom.
- Boa tarde! - Ele sorri - O que vocês irão pedir? - Diz gentilmente.
- Se nós não te chamamos ainda é porquê não iremos pedir nada agora! - Brandon diz na ignorância e eu o olho.
Como ele conseguia ser tão babaca cara? Custava responder educadamente, o homem só estava fazendo o trabalho dele, ninguém merece ser maltratado no próprio expediente!
- Perdão... - Me desculpo por Brandon - Nós não iremos pedir nada por agora, já já te chamo, obrigada. - Digo educadamente e ele abaixa a cabeça se retirando.
Em Manhattan eu trabalhava em uma loja de roupas, eu sei o quanto é ruim ser tratada dessa maneira e não podermos fazer nada.
- Qual é o seu problema cara? - Me altero com o Brandon - Precisava ter falado assim com ele?!
Ele ri sarcasticamente.
- O que foi boa samaritana? - Ele bufa - Ele está ganhando para isso Abby, não enche!
Me apoio na mesa ficando frente a frente com ele.
- Não enche? Olha o jeito que você falou com ele Brandon!
- Calma Abby. - Luke se manifesta.
- Calma? Seu amigo é um puta de um babaca! Tudo bem que é o trabalho, mas você não tem direito algum de tratar qualquer pessoa assim, aprenda a respeitar o próximo! - Me levanto - Aprenda a ter empatia Brandon! - Me retiro dali e saio em direção ao meu carro.
Eu não suporto pessoas assim, que se acham superiores as outras.
Esse Brandon precisava de uma coisa; Educação!
- Abby, calma! - Luke grita enquanto eu abro a porta de Maya. Me viro e o encaro - É o jeito do Brandon, Abby, não liga...
Gargalho.
- O jeito dele? Isso não é jeito de ninguém Luke, isso é ser mal educado! - Digo por fim entrando na Maya e fechando a porta logo em seguida.
Arranco com o carro e saio sem rumo. Sem perceber as lágrimas estavam escorrendo pelo meu rosto.
Eu me faço de durona? Sim! Mas eu odeio esse meu lado de querer chorar por tudo.
Eu choro quando estou feliz.
Choro quando estou triste.
E choro quando estou com raiva, e era por isso que eu estava chorando agora, eu estava morrendo de raiva.
Meu celular começa a tocar, olho no visor e era um número desconhecido. Imaginei que seria minha mãe pois eu tinha apagado o contato dela depois da nossa última briga.
Por um momento pensei em ignorá-la, mas lembrei das palavras da minha vó, apesar de minha mãe ser o que era, ela ainda não deixava de ser minha mãe.
Por fim, resolvo atender a ligação.
- Alô? - Digo assim que a chamada é atendida.
- Abby?! - Uma voz soa pelo outro lado da linha e não era minha mãe - Que saudades de ouvir sua voz... - Freio o carro com tudo quase o batendo ao reconhecer a voz da pessoa do outro lado da linha.
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Temptation
Teen FictionDe mudança de Manhattan para uma cidade pequena no interior americano, Abby Mitchell se vê frustada com a decisão de seu pai. Abby é uma garota com personalidade forte, sempre arranjando encrencas e na escola ia de mal a pior, sua última encrenca a...