Capítulo 4

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Any

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Any

Quando recebi a notícia da minha promoção, eu imaginei como seria se eu esbarrasse com Josh em algum lugar. Eu sabia que a sede da empresa dele era aqui, e por mais que NY seja grande, o círculo de pessoas que a Poison se relaciona são bem próximos aos de Josh, não é à toa que ele é a atual capa da revista. Por mais que eu tenha ensaiado, nada me deixou preparada para isso.

Racionalmente eu posso conviver com ele. Realmente é importante para Poison tê-lo. Eu lutei para ser uma profissional competente, e parte disso é ser emocionalmente distante das coisas ligadas ao trabalho. Nada disso faz parte da minha vida pessoal, mas existem marcas deixadas por esse homem cravadas no fundo do meu ser, que não são bonitas, não mais.

Sabina, que estava totalmente focada em sua conversa com Krystian é pega de surpresa quando a puxo pela mão e a arrasto pelo salão da casa noturna. Eu não sei o que motiva Josh, CEO de uma empresa mundialmente famosa, a responder pessoas com problemas amorosos, que não seja infernizar minha vida, e se ele quer descer tão baixo, prazer, eu sou o capeta.

— Você pode me dizer onde estamos indo e por quê? — Sabina grita atrás de mim.

Paro ao lado do enorme piano.

— Nós vamos dançar.

— Mas eu estava conversando com o Krystian. Ele tem um emprego para mim.

— Ótimo! Vamos comemorar.

Meu corpo esbarra nas pessoas pelo caminho, encosto em bebidas geladas e molhadas, um cara pega meu cabelo e diz algo sobre me beijar. Meu segundo e terceiro ano em Paris foram basicamente dentro de lugares como esse. Eu amava sair para dançar, eu amava a vibe das pessoas de se sentirem livres na luz turva de uma boate, e mesmo assim você ser vista, desejada, admirada. É algo visual, de pele, as luzes piscando me transformam, me libertam, clareiam minha mente e me fazem só pensar e sentir a música. O que era ótimo para tirar um certo alguém da cabeça. E eu sempre gostei de dançar, me sinto sensual, e eu gosto de me sentir assim depois de passar por uma fase que não me sentia boa e suficiente o bastante para ninguém.

Quando finalmente chegamos no centro da pista, começa a tocar "Don't Start Now" da Dua Lipa. Sabina ama essa música e está obcecada com o novo álbum, então ela pega minha mão e me gira, cantando a letra – que inclusive é bem propícia para a sessão de gozação divina da minha cara hoje. Existe aquele ditado em que se você quer muito uma coisa você a atraí, comigo é totalmente diferente.

Dançamos empolgadas ao som da música. Eu gosto de sentir o tremor da batida pelo meu corpo. Fecho meus olhos e levanto minha cabeça para sentir a vibe. Vários homens se aproximam e dançam ao nosso redor. Sabi me abraça

— Eu senti sua falta. — Ela diz ao meu ouvido.

Não estou bêbada, só o bastante para me soltar. Abro meus olhos e encontro os de Josh me encarando no alto do camarote. De repente sinto calor. Ele segura fortemente um copo de whisky em uma mão, enquanto fuma um cigarro com a outra, solta a fumaça e toma mais um gole. Josh não fumava a quatro anos atrás, era bem ciente sobre o quão prejudicial à saúde o cigarro é. Além disso ele não se drogava como a maioria dos garotos da idade dele, mesmo que seu melhor amigo as vendesse. Não posso julgá-lo, já fiz coisas que me arrependo ou que a antiga Any condenaria, nós dois mudamos, provavelmente existem novos esqueletos em nossos armários que nos levou a isso.

BadBoy PoisonOnde histórias criam vida. Descubra agora