Capítulo 9

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Josh

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Josh

Hoje é um dia bonito como deve ser, como Any merece que seja. Cheguei de Chicago no final da manhã, tomei um banho e coloquei uma roupa menos social para a festa da ONG. Não quero assustar as crianças como Any sugeriu que pudesse ocorrer. Também li brevemente uma matéria sobre como lidar com elas por precaução, só espero que não haja necessidade de trocar a frauda de ninguém. Por via das dúvidas, pedi que entregassem jogos eletrônicos desenvolvidos pela minha empresa para cada criança da instituição. Talvez isso garanta que elas gostem de mim, ou pelo menos, não me mordam.

Menti para Any que não estaria na cidade no sábado em uma tentativa de surpreendê-la, embora ache difícil que ela possa realmente acreditar que esqueci seu aniversário, depois de dizer que comprei um iate só porque pensei que ela voltaria para casa. Foram quatro aniversários me questionando com quem ela os comemoraria, agora eu finalmente saberei a resposta.

Respondi alguns e-mails do trabalho durante o caminho entre Manhattan e o Brooklin, além de passar as últimas instruções para Krystian, Savannah e Sabina sobre a nossa pequena comemoração entre amigos mais tarde. O evento começou há uma hora e espero não ter perdido muita coisa.

- Senhor. - Fitz, meu motorista, me chama antes que eu entre no prédio, me entregando o buquê de flores que comprei para Any. - O senhor esqueceu no carro.

- Muito obrigado Fitz. Você pode ir para casa. Pegarei um taxi saindo daqui.

Ele assenti.

Sou guiado até um grande salão por uma moça da recepção. Não está muito cheio, algumas pessoas conversam em pé, mas todas as crianças estão sentadas no chão prestando atenção em uma mulher de costas que conheço bem.

Não sabia que Any agora tocava piano.

Ela se ajeita no pequeno banco e amarra o cabelo em um coque com os próprios fios. Seu vestido de cumprimento médio e tecido leve tem um belo caimento em seu corpo perfeito. Suas costas nuas, iluminadas por um único fio de luz natural que entra por uma fresta da janela, revelam sua tatuagem na lateral da costela, um sol e uma lua juntos, que ela já tinha na época da faculdade e eu amava.

Any passa um tempo encarando as teclas do piano. Paro em uma distância segura para que não note minha presença, mas eu consiga ver seu perfil elegante com clareza. Ela é esplêndida, sempre teve uma voz de anjo e consigo ver claramente porque decidiu aprender piano. Ela precisa de melodias à sua altura, que só a sensibilidade de um instrumento de cordas percussivas pode oferecer.

Ela fecha os olhos e começa suavemente dedilhar os teclados enquanto sua voz é a única coisa que se faz presente por todo o ambiente. Ninguém diz mais nada hipnotizados por seu talento, graça e beleza.

Não me lembro de já ter escutado essa música antes, mas a letra me atinge como uma onda assim que ela começa. É como se Any pudesse adivinhar tudo que senti quando escolheu cantá-la. Como se soubesse que eu estaria aqui para ouvi-la. Talvez secretamente, ela a escolheu porque queria que isso fosse o que tivesse acontecido, ela mal sabe que é exatamente o que senti.

BadBoy PoisonOnde histórias criam vida. Descubra agora