Capítulo 11

605 45 88
                                    

– Nossa, que aroma maravilhoso – eu disse assim que entrei no apartamento. Fui até a cozinha onde Tina estava e escorei os cotovelos sobre a bancada.

Depois que Luan e eu voltamos do Fundom fomos até seu apartamento assistir um filme. O combinado era um filme, porém, no final da noite foram uns três – tínhamos nos esquecido completamente da hora. Já era consideravelmente tarde.

– Estou preparando o jantar com uma receita do canal do seu amigo – Tina abriu um grande sorriso de empolgação, usava um avental cor de rosa – Acho que vai ficar bom! Aliás, pergunta quando ele vai postar outro vídeo. Pietro é uma graça, me divirto muito.

Com os olhos semicerrados mostrei um sutil sorriso malicioso. Tina deu de ombros e se virou voltando a jogar temperos em sua panela. Passei por Becca que lia algum artigo para a faculdade no sofá e fui até meu quarto.

Meu estômago literalmente embrulhou quando vi meu notebook em cima da cama, eu estava tão esgotada que só em vê-lo sentia todo desgaste passar por minhas costas e se instalar em meus ombros como pesos de academia. O que me preocupava, visto que em um mês eu poderia estar fora do Fundom. Lutei contra minha vontade de nem tocar naquele notebook e fiz algumas pesquisas, anotando umas informações e tentado – em vão – raciocinar.

Algum tempo depois, meu cérebro estava quase fritando, chequei as mensagens no meu celular: Celeste tinha chamado a galera do Fundom pra passar um dia no sítio de seus avós. Logo depois de ler tudo Luan me ligou.

– Você vai? – perguntou.

– Não sei, acabei de ver as mensagem. Amanhã não é um pouco em cima talvez?

– Não! É perfeito. Você está precisando descansar um pouco, Pix. E vamos poder passar um dia inteirinho juntos.

Sorri.

– Você não consegue ficar longe de mim, não é?

– Não, não consigo – consegui visualizar claramente um sorriso daquele galante dele – Tiago vai me emprestar o carro e vou dar uma carona ao Pietro. Te pego às seis horas, pode ser?

– Você dirige? – perguntei surpresa – Posso confiar?

– De olhos fechados.

– Nesse caso, tudo bem então.

– Te amo.

– Te amo mais.

Encerrei a chamada e me joguei na cama sorrindo tanto quanto uma adolescente flertando com o cara por quem é apaixonada no corredor do colégio. Luan literalmente me fazia sentir como se eu fosse uma adolescente apaixonada com os sentimentos todos a flor da pele. Ele me fazia sentir como um ser de outro mundo; única. O frio na barriga por ver alguém que ama se aproximando, a ansiedade quando seus lábios estão prestes a se tocar, a ideia de que esse alguém também te ama, ele fazia esses sentimentos todos sempre explodirem como fogos de artifício dentro de mim – nada mudava, a intensidade era sempre a mesma.

Fui até a cozinha quando Tina me chamou pro jantar, a mesa estava impecável, ela havia preparado milanesas argentinas e decorado os pratos como se estivéssemos em um restaurante chique. Becca e eu nos sentamos a mesa e demos a primeira garfada enquanto a ruiva nos olhava atenta pra saber o que iríamos achar.

– Valentina, – começou Becca – essa milanesa está tão boa que mal posso acreditar que há uma semana você queimava um ovo frito. Pode até ser assistente do Pietro no canal.

Dei uma risada breve, Tina revirou os olhos.

– Isso está delicioso, Tina – fiz uma breve pausa pra mastigar a comida – Amanhã vou passar o dia no sítio dos avós da Celeste. Vocês podem me dar a palavra que não vão botar fogo no apartamento?

Game over Onde histórias criam vida. Descubra agora