Capítulo 18

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Lágrimas rolavam pelo meu rosto enquanto eu fazia os comandos para encontrar o endereço de IP dos e-mails de Julieta, em algumas vezes eu precisei parar o que estava fazendo, respirar um pouco e continuar, outras eu chorava tanto que meu corpo inteiro tremia. Mas eu não estava sozinha, Luan, Becca e Tina estavam lá comigo me dando apoio. Encontrar o endereço de IP de alguém era algo simples pra mim que conhecia tanto sobre tecnologia, mas, naquele dia, naquelas circunstâncias, foi uma das coisas mais difíceis que fiz em toda minha vida.

– Consegui – falei soltando o ar que havia prendido pouco tempo antes de enfim acabar – Eu... consegui. Eu consegui! – soltei uma risada e olhei para Luan, que tinha os olhos brilhando e se sentava na beirada da minha cama ao lado das minhas amigas. Parei por um instante olhando os pés dele calçados em um tênis branco, ele se aproximou e quando me abraçou eu chorei ainda mais – E-eu consegui.

– Você conseguiu – ele disse baixo, sua voz frequejou por um momento, e ele quis chorar, mas se manteve firme por mim – Eu sempre soube que iria conseguir.

Me afastei dele e limpei o rosto com as mãos.

– Bom, agora precisamos das provas contra Álvaro.

– Você não quer parar um pouco, respirar, comer alguma coisa, não? – questionou Becca.

– Não, tudo bem. Eu preciso mesmo fazer isso – respondi determinada, minha voz estava embargada por conta de tanto chorar.

Luan se curvou e abriu sua mochila tirando de lá o notebook, puxou uma cadeira no canto do meu quarto a colocando ao meu lado e se sentou lá. Ele com minha ajuda, e após eu tê-lo convencido que roubar o notebook do namorado de Julieta não seria uma boa ideia, tinha programado um software que resgataria todos os danos causados pelo vírus de Álvaro detalhados em códigos chegando até a máquina criadora daquilo tudo. Mas pra isso eu iria precisar acessar o antigo sistema do Fundom, por sorte ainda tinha todas as informações gravadas em uma pasta no computador. Luan fez um aceno de cabeça pra mim, e então começamos.

Ao mesmo tempo que eu me concentrava na tela do meu computador, nas minhas mãos ora no teclado ora no mouse, também via imagens nostálgicas passarem por minha mente em câmera lenta como um filme, aquilo me causava um certo arrepio em todo corpo. Mas em minhas veias meu sangue corria como fogo, tão quente que impedia qualquer sentimento ruim de me deixar fraca – o pior eu já tinha enfrentado, me sentia como uma guerreira que poderia derrotar qualquer obstáculo que surgisse em minha frente. Naquele momento eu era imbatível, nada podia me parar.

– Sabe, nós fizemos disso nosso próprio jogo de vídeogame, – Luan disse com uma risada baixa – qualquer movimento errado e diga adeus a vitória. Seja astuto, perspicaz e diga olá a vitória.

– E como seria o nome desse jogo? – perguntei, ainda com meus movimentos precisos e ágeis sob as teclas.

– Luxie e a busca do sistema perdido – Tina disse nos fazendo rir – Genial, não?

– Eu não teria coragem de dizer o contrário – Luan respondeu.

Levamos algum tempo até terminar, e quando finalmente terminamos Becca e Tina já tinham desistido de acompanhar o processo. Soltei um longo suspiro e relaxei o corpo olhando para Luan, que estalava os dedos.

– Como se sente? – perguntou, me lançando um sorriso animado.

– Vitoriosa.

– Isso é tão emocionante.

– É sim.

Ele se levantou, girou minha cadeira pra si, eu inclinei o corpo pra ele, que me beijou suavemente, finalizando com alguns selinhos. E voltou a se sentar.

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