Ele está esperando você entrar!

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— Ele está vivo, eu sabia que ele estaria vivo! — exclamava Changbin — Vamos tirá-lo daqui e depois...

— Merda, Changbin, cale-se ou o farei pular aquele portão de volta para a rua agora mesmo! Não faça barulhos, ou quer ser o próximo a ficar preso dentro desse inferno de casa?

O Bang que até então apenas escutava os outros dois discutindo, revirou os olhos. Por cinco segundos deixou sua própria mente o enganar, fantasiando estar em uma creche e tendo aquelas duas crianças à sua frente como dois pestinhas discutindo. Ele estava ficando impaciente.

— Será que dá para fazermos algo logo? — perguntou o loiro, irritado.

Outro grito foi escutado e então, finalmente, os garotos perceberam onde estavam e o que estavam fazendo.
ChaeYoung foi a primeira a andar cautelosamente até a porta amadeirada, colando as orelhas ao centro dela na tentativa de escutar mais do que apenas gritos. O forte cheiro de madeira entupiu suas narinas e ela fez uma careta, ouvindo risadinhas dos outros dois.
Aquela entrada, assim como a casa inteira, era antiga. A madeira era firme e escura, e na parte de cima continha grades de ferro enferrujadas semelhantes ao portão.

A Son logo chamou os outros dois em um abano de mãos, vendo os dois se entreolharem e andarem lentamente ao seu encontro.
Os três amigos seguraram a ponta de seus narizes afim de tornar nulo o cheiro ruim que exalava dali, e colaram suas orelhas na madeira firme.
Nem um barulho era produzido, não existia um grito ou sussurro sequer. Era tudo silencioso e amedrontador. O trio conversava pelos olhares, encarando-se e fazendo gestos e expressões estranhas.

— Vamos, Lee, eu quero ouvir a sua voz... — sussurrou Chan, fechando os olhos — eu preciso ouvir a sua voz.

Copos foram quebrados dentro da casa, surpreendendo os três na porta. Rapidamente deram um sobressalto com os corações saltando de seus peitos. Afastaram-se da porta, temendo que ela fosse aberta e revelasse algo ou alguém que pudesse os fazer mal; temendo que revelasse o que tanto fazia mal a MinHo.
E, escutaram mais um grito. Daquela vez um pedido de socorro por parte do amigo aprisionado.

— Vamos tirá-lo de lá, por favor... — implorava o Seo, com seus olhinhos brilhando em lágrimas — ele vai morrer se continuar lá dentro.

O de cabelos negros alcançou a maçaneta, girando-a o mais rápido que conseguia mas a porta estava trancada. ChaeYoung não pôde impedí-lo, as ações do amigo eram aceleradas e desesperadoras, mas, assim que percebeu o que ele estava fazendo, empurrou seus braços e o puxou para que ficasse longe da porta. Bangchan, por sua vez, não teve nenhuma reação além de correr até os outros dois, ajoelhando-se logo depois afim de ficar ao lado de Changbin que no mesmo momento encolheu o corpo e deixou-se entregar aos choros e soluços.
O loiro também estava amedrontado, e seu caso piorou quando escutou o Lee clamar por ajuda, mas tentou ao máximo manter tranquilidade. Chan queria ser o refúgio de Changbin assim como o baixinho foi o seu por tantas vezes.
Passou a ponta de seus dedos nos fios de cabelo negros de Changbin e logo o envolveu em um abraço com direito a vários "o hyung está aqui!" sussurrados. As lágrimas do baixinho invadiam o tecido da blusa de Chan, deixando-a encharcada.
Algumas vezes ele tentava falar em meio aos soluços, mas o loiro nada entendia. Talvez fosse algo como "poderíamos ter evitado tudo isso" e "eu realmente achei que tudo iria ficar bem!".

Bangchan tentou ao máximo tranquilizar Changbin, oferecendo-o até mesmo um pouco da sua própria água já que o mais novo havia esquecido a sua própria garrafa em casa. Sem saber o que fazer, viram ChaeYoung se distanciar e ir até o fundo do quintal. Não faziam a mínima ideia do que a garota iria fazer, mas mesmo assim tomaram a mesma atitude e foram atrás dela após o Seo ser tranquilizado.

Peek A Boo • hjs + lmhOnde histórias criam vida. Descubra agora