A maldição tem face humana.

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Não demorou para que MinHo, com sua voz tomada pela rouquidão e pela quase inexistência, questionasse-os, mas o trio conseguiu escutá-lo no final.

— Quem caralhos são vocês?

— Há alguém atrás da gente. — rapidamente, um deles contou. MinHo não deixara de notar que alguns de seus fios de cabelo se misturavam ao suor da testa. O desconhecido continuava bonito, entretanto.

— Um espírito nos mandou vir até o porão. — outro garoto disparou logo após, e seus olhos eram tão arregalados que, por segundos, assustou MinHo. Este havia sardas. Adorável.

Um semblante confuso nascia na face do desaparecido enquanto desviava toda a sua atenção para o último dos três. O único que continuava calado.

— Sou Yang Jeongin — o garoto se apresentou e MinHo percebeu que seu sorriso era escondido pelo aparelho ortodôntico —, o sardento fofinho é o Felix, e o outro é o idiota do Hyunjin, meu namorado.

Como se uma grande descoberta houvesse acabado de ser feita, MinHo abriu a boca e acenou afirmativamente com a cabeça para logo após confessar:

— Não conheço vocês, mas meu nome é MinHo, e...

— Nós sabemos! — Felix o interrompeu. O garoto parecia alegre enquanto dava pulinhos. Seu sorriso era esbanjado mesmo em uma situação de perigo. Aquele tipo de entusiasmo se assemelhava ao estar em frente a uma celebridade, mas não havia celebridade alguma, apenas o garoto desaparecido. O Lee também percebeu um tabuleiro em suas mãos, mas não colocou tanta atenção àquilo no momento.

MinHo estava pronto para continuar a frase que antes não fora terminada se não fosse por alguns ruídos o interrompendo, e daquela vez não fora um Felix entusiasmado tentando capturar sua atenção. Os ruídos eram baixos embora audíveis, e ele ousou julgar que o endemoniado estava no segundo andar da casa, talvez em algum quarto. Enquanto isso, os corpos dos três visitantes passaram a ficar em estado de alerta. Jeongin se ajoelhou, tamanho era o seu medo, enquanto a palma de suas mãos cobriam seus ouvidos afim de bloquear qualquer som que era emitido. Felix, por sua vez, disparou a correr para outra área do porão, mas parou assim que avistou o pentagrama invertido marcado no chão. Um grito esganiçado foi dispensado de sua garganta que, automaticamente, sofreu com algumas dores e causou medo em MinHo que colocou toda a sua atenção nos degraus da escada aguardando o demônio aparecer ali. Mas ele não apareceu. E o Lee relaxou ao suspirar profundamente, libertando-se de uma pequena jaula invisível que o impedia de respirar, falar e pensar adequadamente. O medo já era seu melhor amigo, fazendo-o se alertar para qualquer som ou imagem que aparecesse de repente.
Após considerar que nenhum barulho seria feito novamente, ele sussurrou chamando os outros três garotos até o corredor minúsculo. Eles não correriam perigo ali. Pelo menos era isso o que ele pensava.
E assim fizeram. De início, os visitantes desconfiaram daquele lugar empoeirado e diminuto, mas não hesitaram em seguir o desaparecido. A primeira coisa que sentiram ao adentrar o local um tanto quanto secreto foi o cheiro podre e esquisito que dali emanava. E perceberam os desenhos, rabiscos e escrituras logo após. Jeongin paralisou. Felix tinha seus olhos arregalados. Hyunjin apenas seguia atrás de MinHo como se, de fato, nada estivesse acontecendo. E, ao olhar para trás, sorriu para o namorado e o estendeu a mão, aguardando um ato carinhoso do mais novo. Não demorou para que Yang saísse de seu transe e trabalhasse com suas pernas até estar próximo o suficiente do outro, e então, suas mãos entrelaçaram-se como em um abraço. Os dedos largos e gelados de Hyunjin acariciavam os medianos de Jeongin, fazendo com que aquele gélido contato trouxesse alguns calafrios ao menor.
Eles pararam de caminhar após avistarem um baú mediano, e, consequentemente, sua atenção foi distribuída entre o objeto e o garoto desaparecido que se ajoelhava na frente deste.

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