Peek A Boo • hjs + lmh

Há uma passagem secreta.

Em passos apressados, MinHo saiu daquele lugar. Sua mente era tomada por confusão e ele não tinha noção de qual caminho deveria seguir até avistar as diversas portas fechadas que ali haviam. Ele sabia que aqueles eram os quartos e por segundos recordou do conforto que o quarto da mãe de Jisung o passava. O aconchego do local o acalmava e o esquentava. Sabia que não era permitido entrar lá, entretanto, já que Han faria algo mil vezes pior se o encontrasse lá. Lilith havia o contado.

— O que eu devo fazer, Seungmin? — ele sussurrava, enquanto mexia as mãos freneticamente por conta do nervosismo — Onde ele está? Me diga para onde devo ir.

Parado no centro do corredor, ele escutava os passos de Jisung ao longe. O menino era rápido e derrubava objetos por onde passava.

— Elas nos encontraram! — Seungmin sussurrou — Os espíritos que o ajudam nos encontraram. Malditas!

— Mas... Tudo bem, me diga qual quarto eu posso entrar.

— Em frente ao quarto da mãe de Jisung há um quarto já conhecido. Nele há objetos estranhos para você, como cruzes; algemas; e santos. Você precisa se esconder lá, ele não te encontrará. Apenas se lembre de não entrar no quarto da senhora Han. E por amor à minha pobre alma, não faça barulhos!

O Lee assentiu e em passos lentos embora longos, andou até o local informado. Algumas vezes ele tocava as paredes. A frieza delas não o assustava mais. O chão amadeirado e empoeirado fazia um mínimo barulho e ele se sentia mal por isso, mas não parou e continuou o trajeto.
Suspirou quando chegou na entrada do cômodo que Seungmin informou, e deu uma rápida olhada para o quarto aconchegante.

"Aquele é o quarto dela, e ele continua aquecido pois ela era uma alma de luz, assim como os outros. Isso significa que sua alma também está presa?" Ele pensava. "Ela está presa ali?"

Sentiu um calafrio ao imaginar que um dia ficara sozinho junto dela sem ao menos imaginar. Ele se escondera embaixo de sua cama e ela estava lá o observando o tempo todo.
Afastou os pensamentos ao lembrar do que estava prestes a fazer, e lentamente abriu a porta do quarto, escutando o ranger dela. Seu coração disparou ao olhar os objetos, e recordou o dia que fora parar lá por conta do seu medo extremo.

O cheiro era forte, talvez porque um pouco de sangue ainda escorria pela parede, mesmo que boa parte dele já estivesse seco. Por segundos, negou entrar lá.

Engoliu em seco, então, escutando os passos de Jisung se aproximando novamente para só então adentrar o local. Naquele momento, a pouca esperança que ainda restava em si estava desaparecendo, mas ele se sentia muito covarde para simplesmente entregar seu corpo e alma ao demônio de olhos escuros.

Ao finalmente fechar a porta atrás de si, teve o desejo de sair dali imediatamente. Diferente do quarto da senhora Han, aquele era sombrio e escuro, era gélido. E os objetos banhados de sangue o fazia se perguntar que merda havia acontecido ali. Os santos não estavam quebrados, por um grande milagre, assim MinHo pensou, já que noutro dia o outro garoto acabara com vários.

Ali havia uma cama quebrada, esta também estava com manchas de sangue visíveis no colchão rasgado. O Lee passou a ponta dos dedos em cada uma delas, se ajoelhando para poder analisar melhor. Algumas algemas estavam presas na cabeceira, mas não deu atenção àquilo.

— Minnie, você ainda está aqui? — ele sussurrou, ansiando por uma resposta a qual não foi cedida. Após um curto período de tempo sem uma mínima resposta, ele concluiu que o Kim não estava ali para lhe ajudar e fazer companhia.

Levantou, então, olhando em volta. O quarto não tinha ventilação, e a janela no topo da parede era minúscula. A luz que entrava ali era pouca, tanto por esse fator quanto por ainda ser fim de uma madrugada sombria e melancólica. Então, sendo quase impossibilitado de enxergar detalhes, o máximo que conseguiu reparar foi as paredes cinzentas e as cruzes invertidas que estavam presas nelas. Era no mínimo espantoso, e estar ali sozinho fazia seu coração acelerar mil vezes mais.