Não há liberdade!

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Os punhos de Jisung se encontravam com a madeira, emitindo um som alto e assustando todos ao serem pegos de surpresa, e, em uma rápida conexão de orbes, Lilith foi a primeira a se pronunciar, sussurrando:

— Saiam daí lentamente!

Felix e MinHo não atreveram-se em contrariar e logo estavam voltando para seus lugares. Seus olhos não deixavam a porta enquanto suas pernas trabalhavam lenta e cautelosamente a fim de voltarem para seus devidos lugares, e as respirações eram descompassadas. Ambos apertavam suas mãos que ainda eram entrelaçadas. Apertavam o bastante para que as pontas de seus dedos se tornassem amareladas. Lilith sentia o medo que residia no coração de cada um deles e, embora não concordasse em mantê-los na casa, aquela opção era a mais segura no momento, por isso não tardou em passá-los tranquilidade ao tocar suas gélidas e magras mãos no ombro dos quatro. Seu enorme coração não a deixaria entregá-los para a morte tão facilmente. Assim ela pensava.

— Vá até o final do quarto, não se mexam e não façam um barulho sequer. — ela sussurrou ao aconselhar.

Todos assentiram enquanto seus olhos eram arregalados e em suas faces era exibida a mais real expressão de pavor, e em passos lentos eles caminharam até que suas costas tocassem a parede. Jeongin ainda se agarrava a Hyunjin, este que apenas escorregou seu corpo até encontrar o chão, carregando o moreno de aparelhos junto a si. Naquele momento, Hyunjin já havia desligado a lanterna de seu celular, trazendo o breu de volta e sentindo Jeongin tremer descontroladamente. Nos seus olhos surgiam lágrimas, estas que já estavam a ponto de despencar. Felix já havia soltado a mão de MinHo, que reclamou da dormência que começou a sentir, mas a substituiu pelo tecido vermelho e sujo de sua camisa.
Lilith, por outro lado, apenas se aproximava da porta lentamente a fim de escutar qualquer ruído que viesse do endemoniado, ou a fim de proteger o quarteto caso ele decidisse que entraria no cômodo.

Sem mais demoras, eles escutaram a grossa voz de Jisung, juntamente com sua respiração descompassada. Era perceptível o ódio em sua voz. MinHo o julgou estar conversando com Seungmin embora não entendesse o que diziam. Os sussurros do espírito eram confusos e criavam nós em sua mente, nós impossíveis de serem desfeitos. Dentre tantas frases incompreendidas vindas de Jisung, a mais clara havia sido:

— Vocês estão os ajudando...

O silêncio pairava ali. Pairava tanto que, por um segundo, MinHo pensou que as palpitações de seu coração eram altas o suficiente para todos escutarem. Mas ele estava enganado. E, novamente, a ríspida voz de Jisung deu fim àquele silêncio.

— Eu prometi que lhe daria a liberdade caso me ajudasse. Você realmente prefere ficar aqui nesse inferno por anos? — sua risada grossa ecoou pela casa, mas logo foi cortada pelo ranger da porta ao ser aberta, revelando Lilith. A menina a fechou rapidamente, entretanto, temendo revelar os quatro garotos em meio aos espelhos.
Não permitiria que o loiro magoasse seu irmão nem por um segundo, por isso não tardou em interromper a conversa que ambos estavam tendo.

— Não estão por aqui, Jisung, já procurou no segundo andar? — ela o questionou. Em seu tom de voz podia ser encontrado um resquício de deboche, e MinHo a julgou ter seus braços cruzados — Já pensou na possibilidade de eles terem ido ler o aviso que você deixara, certo? Caso contrário, DaHyun já teria retirado todo o sangue do espelho.

— Como você sabe que ainda não foram verificar o maldito aviso?

— Estou procurando pelas pestes, então afirmo que o espelho está intacto. Quer que eu desenhe, ou é esperto apenas para atrair os humanos até a casa?

Jisung não a respondeu. Sua respiração ainda era terrivelmente audível. Aos poucos, Jeongin secou as lágrimas que tornavam suas bochechas úmidas, e Felix finalmente havia soltado a camisa de MinHo.

Peek A Boo • hjs + lmhOnde histórias criam vida. Descubra agora