Capítulo 31

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Tudo que eu sentia por Diaval simplesmente havia sumido de meu ser,na velocidade de um piscar de olhos.Ele havia ultrapassado todas as linhas do suportável.Eu só queria entender por que agiu assim.Só queria saber o que fiz.

Meu interior estava arrasado,me sentia triste,decepcionada,frustrada.Diaval.Logo ele...agiu como nunca imaginei que agiria.Um amigo tão fiel,um alguém tão doce.Não consigo entender.Não mesmo.Por que será que as coisas tem de estar assim?

Tinha um misto de emoções dentro de mim.Minha tristeza se uniu ao meu ódio e meus olhos insistiam em se encher de água novamente,ao passo que doíam pelas mudanças loucas de âmbar para verde.Eu simplesmente detestava isso.

Saí andando sem direção e acabei dando de cara com os jardins,lugar onde tudo começou.Onde conheci Andrew.Como queria que esta festa estivesse sendo melhor.Queria pedir desculpas ao meu bebê por não aproveitar ao seu lado.Meus problemas não têm nada a ver com ele,mas eu não estava sabendo separar isso.Não naquele momento.Tudo que eu fazia após aquela maldita conversa com Zeyn era me estressar e desperdiçar meu tempo me enfurecendo.

Que ódio de mim mesma.Que ódio de tudo.

Resolvo me sentar em um dos bancos de mármore do jardim.O ambiente era florido e cheio de cores e harmonia,mas não me trazia nenhuma alegria ou melhora naquele momento.Ponho as mãos no meu rosto e sinto elas serem molhadas enquanto eu gritava de dor.Um grito abafado.Mas não parecia suficiente.Nenhuma ação que eu fizesse conseguia me sarar ou me conceder algum tipo de alívio.

Choro,gritos,prantos.Nenhuma dessas coisas mudavam nada.

Na verdade,não faço ideia do que pode mudar meu estado agora.

Acho que a última vez que lacrimejei tanto foi quando Stefan cortou minhas asas,mas uma ferida na alma parece um milhão de vezes mais dolorosa do que um golpe em sua carne que lhe tirou parte de seu corpo.

Queria que nada disto estivesse acontecendo.Se ao menos fosse um pesadelo.

-Oi,tia. -ouço uma voz fina e nada familiar falar comigo,porém decido ignorar.Parecia ser uma criança.Ela se senta ao meu lado e posso sentir sua presença,quando suas mãos pequeninas tocam meu ombro.

Decido tirar a cara de minhas palmas e ver quem era.

Se tratava de uma garotinha de olhos cor de mel e cabelos loiros.Parecia ter oito ou nove anos e lembrava demais Aurora.Eram praticamente idênticas.A menina me dá um sorriso simpático e pude notar que um de seus dentes de leite havia caído,revelando uma janelinha dentro sua boca rosada.

Mas eu não a conhecia.

-Sai daqui,garota. -falo ríspida.Não que eu quisesse agir assim,mas a tal menina não tinha nada a ver com meus problemas,então,não existia motivos para ela ficar ali me observando chorar.Minha face estava toda molhada e eu sentia vergonha disso.

Ela não me obedece.Apenas permanece onde está e me observa,causando-me constrangimento.

-Não chora,tia.Vai ficar tudo bem. -a loirinha diz.

Em seguida,a menina me abraça forte de lado,pondo uma braço envolto em minhas costas e outro em minha barriga.Não retribuí pois estava em choque demais para tal coisa.

O que raios ela estava fazendo?

Posso sentir uma de suas mãozinhas tocando minhas asas.

-Suas asas são macias. -ela diz com um olhar fixo e admirado em meu rosto.Sua cabeça se apoiava em meu braço,ainda imóvel por seu abraço voluntário.

Aquelas atitudes dela eram estranhas e haviam me assustado.Mas estava sendo até bom.Eu nem ao menos conhecia aquela menina de vestidinho branco e azul,mas a sua ação me aqueceu por dentro,como se ela soubesse realmente do que eu precisava neste momento.Não sabia explicar por quê,mas não queria mais que ela fosse embora.

FEELINGS-MALÉVOLA E DIAVALOnde histórias criam vida. Descubra agora