Capítulo 33

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Aurora

O batizado acabou.Eu nem acredito que fui capaz de ir contra todas as tradições do reino,permitindo que meus pais batizem Andrew em lugar do própio rei.Creio que muitos podem não ter gostado de tal decisão,mas eu tinha paz em meu ser.Malévola e Diaval eram as pessoas certas para abençoar meu filho.

-Vamos pro banquete agora,queridos? -o rei Jonh disse carinhosamente para nós enquanto eu segurava Andrew no meu colo,não mais molhado pelo mergulho que a madrinha e Diaval haviam dado nele.Havíamos o vestido com roupinhas azuis que realçavam ainda mais sua fofura.Philip assentia com a cabeça.

-Devemos ter perdido muito tempo aqui arrumando o bebê.-o príncipe resmunga -A comida vai acabar e estou faminto!

-Que coisa feia,filho -Jonh aponta o dedo indicador para o rosto de Philip -Até parece que não tem o que comer.

-Ter até tenho,só o que me falta é tempo para fazê-lo de forma digna! -ele cruza os braços e dá de ombros.

Rimos em conjunto.Andrew também solta uma gargalhada involuntária,mostrando sua boca desdentada.Eu adorava quando ele fazia isso.Era como se entendesse o que estava havendo.

Saímos juntos em direção ao salão onde iria ocorrer a comilança.A capela está vazia.Claro,todos deviam estar no banquete.Ambos os locais não ficavam muito distantes um do outro,mesmo que o santuário se tratasse de uma construção separada,fora do castelo.Os guardas guiavam as pessoas aos lugares corretos.

Ao chegar,nos separamos.Jonh foi banquetear-se junto a Philip e as outras pessoas e eu fiquei com o bebê.Depois de uma refeição generosa,meu filhinho estava no melhor dos seus sonos.Pedi para uma criada levá-lo até um berço e ficar de olho nele enquanto eu tirava tempo para comer e descansar.Também iria procurar por meus pais para passar um pouco ao lado deles.

Nesse ponto,admito ser bom Andrew trocar o dia pela noite em suas dormidas.Poderia continuar a resolver algumas coisas sem me preocupar muito com ele.

Quando fui procurar Diaval e Malévola,não os encontrei por lugar algum da festa e isso começou a me afligir.Precisava saber onde eles estavam e como não conheciam o castelo direito,fiquei com medo que tivessem se perdido.

Saí andando feito uma louca completa atrás de meus pais,até que dei de cara com o corredor de quartos que ficam bem do lado do salão.Era nesses aposentos que dormiam os criados e trabalhadores do palácio.

Um deles estava aberto.Por descuido,ou mesmo porque tinha alguém ali.Assim que olhei,percebi que os seres vivos presentes não se tratavam dos donos do aposento.Eram duas criaturas aladas.Uma delas era Malévola.Minha mãe!Eu havia a encontrado!Meu coração se aliviou.

Mas foi por um curto período de tempo.

Entrei de mansinho e chamei por ela,mas não fui correspondida de imediato.O fada que estava ao seu lado era Borra,um dos líderes tribais que conheci apenas de vista em meu casamento.Malévola o fitava e eu podia sentir ódio em seus olhos,enquanto os dele expressavam medo.As suas mãos soltavam faíscas verdes e ela estava respirando de uma forma ofegante demais.Seu corpo tremia.Cheguei mais perto dela e a sacudi.

Certo,ela estava em estado de choque,prestes a ter um colapso.

Isso é no mínimo preocupante.Alguma coisa havia a estressado.Conheço minha mãe como ninguém e quando ela me ignora,é porque está pra fazer uma explosão de magia verde no ambiente,por conta de qualquer raiva que tenha passado,da mais extrema,como brigar com alguém até a mais boba,como simplesmente ficar irritada com a troca de penas de suas asas.

Sim,ela faz um escândalo por isso.

Fico me perguntando se era Borra que havia machucado ela,ou falado o que não devia.Mas Malévola não quis tocar no assunto,enquanto procurávamos Diaval,que era o único sumido agora.Aliás,usei a busca dele como desculpa para tirar minha mãe do transe de ódio que ela estava.

FEELINGS-MALÉVOLA E DIAVALOnde histórias criam vida. Descubra agora