Capítulo IV

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Acordei quase de madrugada com a minha ansiedade a mil! Eu e o Nara combinamos tudo ontem por telefone e ele achou melhor passar aqui para me buscar as dez e meia da manhã, e aqui estou eu olhando para o teto e esperando o tempo passar, afinal, ainda são cinco da manhã.

Fiquei jogando no celular por um tempo até dar uma hora decente para tomar um café. Coloquei um hobby e fui para a cozinha, coloquei a capsula de café de chocolate na máquina e esperei descer. Peguei uns biscoitos e meu irmão entrou.

-Está com olheiras. -Arregalei os olhos.

-O que? Ah fala sério... -Ele riu enquanto eu via o meu reflexo pelo micro-ondas.

-Nem parece que vai sair para falar do bebê, parece que vai ter o encontro da sua vida.

-Porque diz isso?

-Eu ouvi você se remexer na cama por um tempão! -Senti as minhas bochechas esquentarem.

-Eu só quero saber como as coisas vão ficar.

-Sei.

-Bom que sabe. -Respondendo, tomando o meu café.

As horas passaram bem como a minha ansiedade aumentou. Coloquei um vestido simples na cor rosa e uma sapatilha, me olhando para o espelho. Ainda não da para ver nada, é óbvio, são apenas três semanas.

-TEMARI! -Gaara chamou, o Nara deve ter chego.

-JÁ ESTOU INDO!

Fui correndo para sala onde vi o Nara todo tímido encostado na porta enquanto meu irmão tentava fazer ele entrar. Ele bem fofo, não sei como eu nunca reparei.

-Oi Nara. -Falei sorrindo e ele corou, me dando um oi, pelo menos eu acho que foi isso já que ele falou baixinho e gaguejando. -Vamos? -Ele assentiu e nós saímos.

No carro estava um silêncio enorme, eu sem saber o que dizer e ele também, provavelmente. Eu queria perguntar o motivo dele estar tão tímido, mas não tenho coragem para tanto, ou melhor, não temos tanta intimidade.

Eu olhava para ele e percebia que a cada sinal vermelho ele me olhava de canto de olho. Chegamos no shopping e antes que eu abrisse a porta, ele se ofereceu para abrir para mim e eu aceitei.

Nós fomos até a praça de alimentação e eu estava louca para comer pastel, ele comprou um para mim e um para ele e então nos sentamos para esperar.

-É... Me-me desculpa por nã-ão conseguir falar direito... é que... não.... -Ele suspirou. -Sou um idiota... -Falou baixinho, mas eu acabei ouvindo.

-Você não é um idiota, Nara. -Ele abaixou a cabeça e eu toquei os seus cabelos. Ele está chorando, meu Deus o que eu faço?

Me levantei, puxando uma cadeira do seu lado e abaixando a minha cabeça também, olhando para ele, fazendo carinhos nos cabelos negros.

-Shika... Não chora... -Ele balbuciava algumas palavras baixinho e então eu percebi que até então ele estava tentando parecer forte mas estava tão nervoso quanto eu. -Para... Você... nós seremos bons pais. Como você disse para mim que eu não estou sozinha nessa, você também não está.

Esperei até ele se acalmar e ele olhou pra mim, corando e desviando o olhar, fixando ele na mesa.

-Você é incrível... -Sussurrou e eu sorri, sentindo as minhas bochechas corarem também.

Quando as coisas acalmaram e terminamos de comer, já nos animamos mais e começamos a conversar normalmente, ele já não gaguejava mais.

-Temari, eu comprei algo ontem. -Disse me entregando uma sacolinha e eu como uma grande curiosa peguei rapidamente puxando para cima o que havia dentro.

-Ai Shikamaru.... é tão lindo.

Ele comprou uma roupinha verde com nuvens, a coisa mais fofa.

-Acho que é um menino. -Comentou e eu ri.

-Ansioso?

-Muito!

-Shikamaru estou pensando em ir na segunda marcar médico para o pré-natal.

-Tudo bem, quer que eu te leve?

-Não precisa, mas acho que vou faltar na faculdade, pode me passar a matéria depois?

-Passo sim, quando vamos conseguir ver o bebê? -Perguntou tentando esconder a ansiedade, e falhando miseravelmente.

-Eu ainda não sei. -Respondi rindo da sua carinha de decepção e ele arqueou a sobrancelha.

-Vamos andar um pouco? Quero mimar um pouco a mãe do bebê também. -Disse tímido e eu sorri assentindo, não quero abusar, mas ele está se oferecendo então eu aceito.

E agora sim parecia um encontro, eu já estava cheia de chocolates e riamos muito conversando, ele é um cara legal, eu queria ter percebido antes. Ele estava fazendo de tudo para que eu me distraísse um pouco e estava conseguindo, da melhor maneira possível.

Fomos ao cinema e me peguei olhando para ele diversas vezes, a luz da tela refletida em seu rosto o deixou ainda mais lindo, se é que isto é possível, mas infelizmente tudo o que é bom tende a passar muito rápido e logo, de noite, estávamos na minha casa.

-Quer entrar? -Perguntei, porém ele negou, algo que me deixou um pouco decepcionada.

-Não quero chegar tão tarde, a minha mãe me mata.

-Ah, entendo. Contou para ela, sobre nós... digo, o bebê? -Ele corou e olhou para o lado.

-Bom, ainda não, ainda não sei como dizer isso.

-Ainda não contei para ninguém. Os meus pais, bom, vou esperar a barriga crescer, talvez eles tenham compaixão. -Nós rimos e ele segurou as minhas mãos.

-Se precisar, eu vou contar com você, estarei ao seu lado, segurando a sua mão e então tudo vai ficar bem. -Senti os meus olhos marejando e o abracei.

Seu cheiro gostoso demais para que eu quisesse sair de seus braços. Por mim, ficaria ali para sempre.

De repente grávida - shikatemaOnde histórias criam vida. Descubra agora