Capítulo XX

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Acordei sentindo um peso sobre a minha cintura e ao me virar, vi o homem que anda rondando todos os meus pensamentos. Sua respiração serena e os cabelos emaranhados pelo travesseiro, toquei o seu rosto, lhe fazendo uma carícia. Me espreguicei, saindo de seus braços e indo procurar uma escova de cabelo.
Colocando novamente as minhas roupas, sai do quarto e encontrei os pais dele na mesa.
-Bom dia senhor e senhora Nara.
-Bom dia Temari, dormiu bem?
-Sim, muito bem, obrigada senhor Shikaku.
-O Shika ainda não acordou? -A dona Yoshino perguntou e eu neguei. -Vai estar muita gente hoje na sua casa? -Questionou e eu acredito que sei o motivo.
-Meus irmãos e amanhã os meus pais, eu quero muito que o Shika vá no meu aniversário e talvez se ele conhecer a minha família antes, se sinta mais a vontade.
-Peço que tenha... certa paciência... -A dona Yoshino comentou e o senhor Shikaku tocou as suas costas num carinho.
-Nosso filho tem alguns problemas, Temari, ele é um gênio e como nem tudo são flores, normalmente uma pessoa de QI tão elevado tem certos.... certas dificuldades. Eu tive por anos, mas não tão forte como a do nosso filho. Só tenha paciência, por favor. -Pediu e ele arqueei a sobrancelha, curiosa.
-O que ele tem? -Perguntei e a dona Yoshino negou.
-Acho que ainda não é a hora disso, querida. Eu fico feliz que esteja pensando nele tão cuidadosamente, ele já viu os seus irmãos?
-Apenas Gaara, estudamos na mesma faculdade, Gaara mora comigo, Kankuro chega hoje, eu o avisei ontem dos meus planos.
-Já conversou sobre a gravidez com os seus pais, Temari? -Neguei a ela.
-Estou esperando a barriga crescer, quem sabe eles terão compaixão comigo?! -Falei e eles riram.
-Do que estão rindo? -O Shika perguntou, entrando na cozinha e se sentando ao meu lado, já com os cabelos presos.
-De nada, coma logo menino. -Ele arregalou os olhos.
-Porque tão rápido? A senhora quer fugir do assunto, estavam falando sobre mim? -Perguntou olhando sério, ele tem um raciocínio rápido, mas eu também tenho.
-Nada meu amor. -Falei beijando a sua bochecha, lhe deixando corado. -Estávamos falando do bebê e eu quero dar uma volta com você, temos que pensar em tudo. Digo, temos um bebê pra criar e eu não trabalho. -Ele arqueou a sobrancelha novamente.
-Não se preocupe, eu trabalho, faço projetos científicos, faço toda a parte teórica, e se quer saber, eu não ganho pouco. Trabalho meio que para o governo. -Falou tímido, me deixando de queixo caído.
-Então a coisa já está séria assim? -Questionou a minha sogra e ele respondeu um “eu acho” baixinho.
Resolvi deixar quieto por agora, conversamos mais tarde sobre isto. Terminamos de comer e o Shika colocou a carteira e uma muda de roupas na mochila e então saímos.
-Onde vamos? -Perguntou, em certa parte do caminho, andando de mãos dadas comigo.
-Para a minha casa deixar a sua mochila. -Percebi a sua respiração ficar pesada e toquei seu ombro. -Não se preocupe, hoje você vai conhecer meu outro irmão e amanhã os meus pais. Eles vão gostar de você, está tudo bem.
-Eu duvido... -Falou baixinho, mas o suficiente para que eu ouvisse.
-Ei! Pare com isto, você é incrível, e eles vão gostar de você e se você achar que não, quem precisa gostar sou eu! -Ele me olhou um pouco assustado e então deu um sorriso tímido.
Não falamos mais durante o trajeto, eu pude perceber que ele tentava se acalmar e resolvi deixa-lo em seu mundinho tentando ficar calmo. Chegando em minha casa, girei as chaves, sentindo a sua mão um pouco suada.
-Gaara, cheguei! -Fui arrastando um Shikamaru quase petrificado, casa a dentro.
-Eae Tema, Shikamaru. -Cumprimentou meu irmão, na sala jogando videogame.
-Oi. -Falou tímido. Conversei brevemente com a minha família sobre esse lado do Nara, o que para o Gaara não era tanta novidade assim.
-O Kank chegou agora pouco, está no banho.
-Legal, Shika, me da a mochila e senta ai.
Mesmo contra a vontade, ele fez, ficando quietinho num canto.
-Vem jogar comigo. -Gaara chamou e eu fui corredor a dentro, até o meu quarto deixar a mochila dele, esbarrando no meu irmão pelo caminho.
-Ah, já chegaram! -Falou empolgado.
-Kank, ele é muito introvertido, muito mesmo, tenta fazer ele ficar a vontade, eu vou deixar vocês a sós um pouco. -Meu irmão assentiu indo para a sala onde, mesmo de longe pude ouvir meu namorado ser esmagado.
“Ele vai ficar bem” pensei, indo tomar um banho.

De repente grávida - shikatemaOnde histórias criam vida. Descubra agora