Assim que cheguei na faculdade junto com o Gaara, já fui cercada, como em todos os dias, de longe eu avistei o Shikamaru puxando o amigo para o corredor. Suspirei e olhei para a Hinata e a para a Ino.
-Ino, Hina, preciso falar com vocês, em particular, venham.
Sai puxando as duas e como sempre, a Ino estava reclamando enquanto a Hinata apenas ria da cara dela, eu também riria se não tivesse algo tão sério para contar. Demos uma volta e nos sentamos em um banco.
-Então, conta logo. -Ino disse, direta como sempre.
-Calma, se for algo sério nós esperamos até você conseguir contar. -A Hina é uma fofa, Ino deu um soco leve no braço dela e eu apenas ri. Não adianta prolongar e adiar o inevitável.
-Eu estou grávida. -Falei baixinho.
-O que? -Perguntaram juntas.
-Estou grávida! -As duas arregalaram os olhos e se encararam. A Ino parecia que iria desmaiar a qualquer momento enquanto a Hinata a acudia.
-Não me diz que o Nara é o pai. -A Ino disse l e eu assenti, para a surpresa das duas, pesar da Hinata parecer menos surpresa do que a Ino. -Ai meu Deus Temari! Como isso aconteceu? Ele sabe? Pera, você transou com o nerd e nem me contou? E outra, desde quando você se sente atraída por ele? -Ela ficou realmente desesperada e sinceramente, não entendo o motivo, afinal, ela não tem nada haver com isso.
-Foi no dia da festa, na sua casa, estávamos bêbados e não nos lembramos de quase nada e outra, ele não é tão ruim quanto está pintando ele, pelo contrário. Saímos este fim de semana e foi incrível. Mesmo que tenha sido para falar do bebê, eu adorei cada segundo. Ok, eu nunca havia reparado nele mas olhando agora, e mais, olhando no fim de semana, sem esconder o rosto com um capuz, ele é bem bonito. -Falei de uma vez, sentindo as bochechas queimarem e a Hina riu.
-Eu já imaginava algo sério entre vocês.
-Não estamos namorando nem nada...
-Mas você quer, e que eu saiba, ele sempre gostou de você, se eu fosse você, aproveitava para investir, ainda mais se você sabe que ele tem sentimentos por você também. -Ela falou e deu uma olhada rápida para a Ino, porém eu duvido que ela reparou.
-Quem sabe? O Shikamaru comprou a primeira roupinha do nosso bebê, acredita? -Peguei o celular e mostrei para elas que se derreteram, também mostrei os presentes que ele comprou pra mim, pelo menos os que eu não havia comido durante o passeio e a cada foto que eu passava, eu me derretia também, lembrando de cada momento.
-Não quero estragar o clima mas, já vai dar a hora de entrar na sala. -A Ino disse, parecendo ansiosa, eu conheço a mania dela de bater o pé sempre que se sente ansiosa, mas antes que eu perguntasse o motivo, já estávamos andando e eu avistei o Nara muito pálido no corredor.
-Eu acho que ele não está bem. -A Hina falou e nós chegamos perto dele, logo alguns outros do grupo vieram até nós e ele saiu quase correndo, me deixando preocupada.
Me sentei e não pude evitar olhar o Shika, a Ino estava digitando no celular tão forte que eu e todos em volta conseguíamos ouvir as unhas dela batendo na tela, peguei o meu celular e perguntei para o Nara se ele estava bem e ele disse que sim, resolvi não insistir.
Assim que acabou o intervalo, sai da faculdade em direção ao posto de saúde para conversar sobre o bebê. A médica que vai acompanhar o meu pré-natal é muito simpática e tirou varias duvidas e medos meus sobre a gravidez, além de recomendar um curso de pais de primeira viagem para mim e para o meu "marido", acredito que vá ser interessante, preciso perguntar para ele se ele quer fazer.
Sai do posto de saúde, bem esclarecida e fui direto para casa, as aulas ainda não acabaram então vou ter um tempo para tomar um banho e preparar uma comida para quando os meninos chegarem.
E foi isto que eu fiz, apenas de hobby e um coque frouxo e úmido, eu estava preparando hamburgueres para a janta, dois para cada. Ouvi a porta se abrir, deduzindo ser o meu irmão, mas então ele riu. Será que está no telefone?
-Gaara? Está com alguém? -Perguntei e logo ele entrou na cozinha, chamando o Nara para entrar também. Assim que ele me viu, se rosto ficou completamente vermelho e ele se virou de costas.
-Desculpa! Eu não achei que viriam juntos... -Disse constrangida.
-Cara, vocês vão ter um filho, não precisa ficar com vergonha por ver a minha irmã assim. -O Shikamaru nem conseguia falar, e não é para menos! -Alias, eu arrastei ele, foi difícil, mas eu o trouxe! -Vendo o estado dele, quase entrando em combustão, resolvi acalmar um pouco as coisas, indo ao lado dele e tocando seu rosto.
-No fundo meu irmão tem razão, não se preocupa. Se você se sente mal eu posso ir me trocar. -Ele apenas negou com a cabeça e eu sorri. -Corte os pães, logo as carnes ficam prontas.
Enquanto preparávamos a comida, passei a observar mais os traços dele, me atentando cada vez mais a boca fina, querendo senti-la encostar na minha.
-Temari? Vai queimar a comida. -Meu irmão quebrou totalmente o meu mundinho e me trouxe para a realidade.
Nós comemos e estava uma delícia, o Shika foi ditando a matéria para mim enquanto eu copiava tudo deixando em dia.
-Ah Shika... -Ele me olhou timidamente por ter lhe dado um apelido. -Posso chama-lo assim? -Ele assentiu.
-Posso te chamar de Tema? -Eu sorri e assenti.
-E pode falar comigo quando eu estive com outras pessoas também. -Comentei, mesmo sabendo que ele não iria fazer isto. -Quer fazer um curso de pais comigo? -Sugeri o que a médica havia me dito e ele concordou, achando legal e importante para o nosso futuro filho. Eu jamais pensaria que teria um filho com ele e quando aconteceu, não imaginava que ele se dedicaria tanto. Terminei de escrever a matéria e olhei para ele.
-O que foi?
-Você vai se tornar um pai maravilhoso. Nosso bebê tem muita sorte. -Comentei e ele sorriu, tocando o meu rosto num carinho suave.
-E você uma mãe maravilhosa. O nosso bebê tem muita sorte. -Eu ri, por ele ter roubado a minha frase, mas não deixei que ele tirasse a mão do meu rosto. Estamos relativamente perto, eu quase sinto a respiração dele em mim e...
-Se forem se beijar avisem que eu saio! -Gaara falou e ele retirou a mão rapidamente olhando constrangido para o chão e eu olhei feio para o meu irmão que dava de ombros.
Acho que eu vou seguir o conselho da Hinata.
VOCÊ ESTÁ LENDO
De repente grávida - shikatema
RomanceNo auge dos meus 20 anos, cursando o segundo ano da minha faculdade de história, fiz a coisa mais idiota que poderia fazer, encher a cara. Ai você se pergunta "mas Temari, o que tem de tão grave nisso" e então eu vos digo. Numa quarta-feira, depois...