Capítulo XII

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Eu mal pude acreditar no que quase aconteceu, eu e a Temari iriamos nos beijar! O meu coração ficou a mil e eu mal conseguia respirar. Olhei para ela de soslaio e ela conversava com o irmão como se nada tivesse acontecido. Será que ela se arrependeu antes mesmo de acontecer? Suspirei e ela olhou para mim. É, provavelmente ela se arrependeu.

-Temari, eu já vou, está ficando tarde e... aliás, como você foi atendida hoje? Pensei que iria apenas marcar.

-Encaixe. -Respondeu rapidamente e eu sorri, ou tentei pelo menos. -Bom... então nós nos vemos amanhã?! -Perguntou mais afirmando e eu apenas assenti, recolhendo as minhas coisas e indo para casa.

E quando cheguei em casa, eu quis, por tudo o que é mais sagrado, voltar para a casa da Temari.

-SHIKAMARU NARA! SENTE-SE, PRECISAMOS CONVERSAR! -O meu corpo gelou, ela parecia furiosa e o meu pai, estava muito, muito sério. Eu apenas me sentei na frente dos dois e minha mãe mandou o meu pai falar pois ela estava nervosa demais.

-Filho, sua prima nos contou algo e eu gostaria de saber de você. -Merda! A Ino contou tudo, eu vou MATAR ela! Antes que o meu pai terminasse a minha mãe voltou a gritar.

-Que história é essa de que você vai ser pai? A sua prima disse que você abusou da menina bêbada! Shikamaru Nara, eu espero que isto não seja verdade. -Ouvir que eu havia abusado dela foi o cúmulo para mim.

-EU NÃO ABUSEI DELA! Eu a amo e sim, ela esta grávida de um filho meu e... nós dois estávamos bêbados, nem eu e nem ela nos lembramos de quase nada. -Minha mãe ia voltar a falar porém o meu pai foi mais rápido.

-E porque não nos contou? -Questionou calmamente.

-Descobri na semana passada e.... Eu e ela não temos nada, não sabia como contar. -A cozinha estava em silêncio, minha mãe estava mais calma, e os dois parecem pensar bem no que dizer, talvez sem chegar a uma conclusão certa, como eu.

-Você vai cuidar dessa criança.

-É óbvio que sim.

-E eu quero conhecer esta menina.

-Mãe isso não depende de mim.

-De um jeito. Duvido que os dois saibam algo sobre como criar um filho.

-Vamos fazer um curso que a médica dela recomendou. -Comentei e meu pai me olhou.

-Os pais dela sabem? -Neguei.

-Ela quer contar apenas quando a barriga estiver maior.

-Entendo.

Novamente a cozinha ficou silenciosa e dentro de mim, por mais calmo que eu estivesse por fora, eu estava morto de ódio. A minha prima não tinha o direito de fazer isso e se ela acha que vai ficar por isso mesmo, está muito enganada.

Eu que sou normalmente preguiçoso, mal dormi esta noite. De manhã a minha mãe estava mais calma, mas isso não diminuiu nem um pouco a raiva que senti da minha prima. Fui direto para a faculdade e desta vez, fiquei esperando a Ino chegar, ao invés de ir até o Chouji como todos os dias. E assim que a Temari chegou e entrou com a minha prima e os amigos, e cheguei nela.

-Ino, precisamos conversar. -Ela me olhou de forma esnobe e vi a Temari parecer confusa.

-Não tenho nada para falar com você, nerdinho.

-Ah você tem, e não vai querer que eu fale aqui, priminha. -Falei no mesmo tom sarcástico, deixando parte do ódio que estou sentindo transparecer enquanto a minha prima ficava cada vez mais branca.

-Vocês são primos? -A Tema perguntou e eu afirmei.

-CLARO QUE NÃO! -Ela praticamente gritou enquanto a garota de cabelos azuis a olhava horrorizada.

-Eu sei que é horrível ser minha parente, e acredite, depois das coisas que você disse para a minha mãe, eu realmente prefiro e quero que, de verdade que nós cortemos totalmente as relações e só vim pra deixar bem claro, que eu vou falar com a tia sobre as merdas que você falou, além da forma que me trata desde o primário, e acredite, ela não vai gostar nem um pouco de saber disso.

Percebi que ela ia abrir a merda daquela boca e apenas ignorei e sai. Fui caminhando pelo corredor da faculdade e senti uma mão pequena tocar o meu ombro.

-Shikamaru? O que houve? -Olhei para trás, vendo a Temari sorrir para mim com compaixão.

-Ela falou para os meus pais que eu havia abusado de você. Que eu havia embebedado você e aproveitado para transar contigo naquele estado porque sou apaixonado por você e você jamais olharia para mim. -Ela estava chocada, de longe, por cima da Temari eu pude ver a Ino sendo abraçada pela garota de cabelos azuis.

Senti braços rodeando a minha cintura e então olhei para baixo, vendo ela me abraçar, tão linda, retribui o abraço, cheirando os seus cabelos. Tem cheiro de limão, tão gostoso.

-Meus pais querem conhecer você. -Comentei e ela assentiu com a cabeça, sem sair do abraço.

-Você é cheiroso. -Senti o meu rosto ferver e o meu estomago revirar.

-Vo-você também é... muito cheirosa. -Respondi, pensando que morreria e ela riu, desgrudando o rosto do meu peito e olhando para mim.

-Acho a sua timidez uma graça!

Eu já desisti de falar, seus olhos verdes me encaram e eu estou completamente perdido. De longe ouvi o sinal tocar e apenas fui levado por ela, que segurou a minha mão e foi caminhando comigo até a sala cumprimentando algumas pessoas durante o caminho.

De repente grávida - shikatemaOnde histórias criam vida. Descubra agora