As crianças foram divididas em grupos. Renato e Samara iriam conversar com duas crianças e Layla apenas uma. Ela então entrou na sala de interrogatório número 02, onde já havia uma criança com sua mãe. A agente mostrou uma foto do menino que tinha conseguido no site da escola onde ele estudava.
— Oi. Meu nome é Layla, e eu gostaria que você me dissesse... — ela olhou o nome do garoto em um papel sobre a mesa — Bruno, você conhece esse menino?
— O Maurício. Conheço. Ele é meu amigo.
— E ontem você e outros meninos foram brincar juntos?
— Fomos. O Maurício ganhou uma bola nova e a gente foi estrear. A gente chegou no campo lá perto de casa um pouco depois do almoço e ficamos lá até quase cinco horas.
— Ele foi embora com vocês?
— Não. Já tava ficando escuro, e a gente já tava indo embora quando apareceu um homem que falava engraçado querendo brincar.
— Brincar com vocês? De que?
— Ele disse que tinha um saco de balas para gente. Mas que só ia dar pra quem aceitasse um desafio, só que ele queria desafiar um por um e chamou o Maurício primeiro. Como ele demorou pra voltar achamos que ele tinha ficado com as balas só pra ele e fomos pra casa.
Em outra sala, Samara conversava com mais uma criança. Um menino da mesma idade de Maurício.
— E seu coleguinha foi embora com você?
— Não moça. Apareceu um homem alto que falava enrolado oferecendo bala pra gente. Como eu não falo com estranhos, fui embora.
— Esse moço falava português?
— Era português, mas parecia que ele não sabia falar direito.
Na terceira sala, Renato conversava com outro menino.
— E como era esse estranho? — perguntou ele ao garoto.
— Ele era grande e tinha o cabelo loiro enrolado.
— Você conseguiria reconhecer o moço se vir ele de novo?
— Acho que sim.
— Se a gente pedir isso você faz?
— Não! — interrompeu a mãe do garoto que o acompanhava.
— Mas senhora, vocês vão contar com toda proteção que polícia pode oferecer.
— Sei, eu acredito — disse a mulher em tom de deboche. — Se vocês não puderem obrigar, ele não vai identificar ninguém. Senão daqui a alguns dias vou ser eu a mãe que perdeu o filho para o maníaco.
— Bom, senhora, quando acharmos o homem se você permitir que seu filho o reconheça vai encurtar o caminho dele até a prisão.
— Me liguem quando encontrá-lo... Se encontrarem — a mulher se levantou da cadeira. — Vamos filho — a mulher retirou um cartão da bolsa e entregou a Renato. — Se precisar falar com meu filho de novo, ligue para o meu advogado — dizendo isso virou de costas e saiu arrastando o filho pelo braço.
Em uma hora, os três já haviam terminado com as perguntas para as crianças e as respostas não variaram muito. Algumas ainda falavam do jeito esquisito do homem falar enquanto mais duas disseram ser capazes de reconhecê-lo e deram mais algumas características do suspeito.
Diferentemente da mãe do primeiro menino que confessou ser capaz de reconhecer o homem, as mães destes dois garotos só se mostraram apreensivas quanto à possibilidade de seus filhos terem que fazer o reconhecimento, mas concordaram em deixá-los fazer.
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Esconde - Esconde
FanfictionO assassinato brutal de uma criança choca os moradores do interior de Minas Gerais. O que os policiais não esperavam é que o rastro do criminoso viesse de tão longe. Trabalhando junto com os peritos do Laboratório Criminal de Las Vegas, Sara Sidle e...