Capítulo 8

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Acompanhado por um dos dois policiais que dirigia, Greg chegou ao colégio onde Maurício estudava. Era um prédio maior em largura do que em altura que contornava o pé de uma montanha, e por isso havia muitas árvores atrás e do lado da construção.

Após se identificarem na portaria, eles subiram uma pequena ladeira e estacionaram de frente para a entrada principal do colégio. A dupla estranhou a movimentação de alunos inesperada para um Sábado.

— Não faz muito tempo que saímos de uma greve, estamos repondo as aulas — explicou a mulher baixa de cabelos cacheados que os recebeu. — É um pouco sacrificante, mas era isso ou ficar sem as férias no final do ano.

Os dois concordaram acenando com a cabeça enquanto caminhavam para dentro do colégio.

— Esqueci de me apresentar, eu falo tanto — disse ela sorrindo. — Meu nome é Rose.

— Bom dia senhora Rose — respondeu o policial trocando um aperto de mão com a mulher. — Eu me chamo Cristiano Tavares e esse é Greg Sanders, investigador de Las Vegas — Greg esticou a mão e a cumprimentou.

— Eu já separei uma sala para vocês e fiz uma pequena lista das pessoas que tiveram contato com Maurício — a mulher deu um suspiro. — Era um menino tão bonzinho. Tinha tanto para viver...

— Por isso precisamos prender esse criminoso o quanto antes — comentou Cristiano enquanto o grupo se deslocava pelos corredores do colégio.

Nos vidros das portas das salas por onde passavam, rostinhos curiosos de crianças competiam para ver quem conseguiria uma melhor visão dos visitantes.

— Agradecemos imensamente sua cooperação — continuou ele.

— Farei tudo o que estiver à minha disposição — Rose abriu a porta do local preparado para eles. Era uma sala de aula convencional com uma mesa para o professor e cerca de cinquenta carteiras pequenas. — Inclusive se quiserem conversar com alguém que não esteja nessa lista fiquem à vontade.

Enquanto se acomodavam e esperavam as pessoas serem trazidas por Rose, Cristiano traduzia para Greg tudo que ela havia dito desde a hora em que chegaram ao colégio.

A dupla conversou basicamente com os funcionários do lugar, já que para falar com as crianças precisariam ter um responsável presente e isso ficaria para quando fossem fazer a identificação do assassino na delegacia.

Nenhum professor ou funcionário relatou ter notado algo estranho no comportamento do menino, mas não foi uma completa perda de tempo, pois os policiais conseguiram descartar suspeitos já que todos tinham um álibi confiável, mas não acrescentaram muito a investigação.

*
Layla dirigiu até o estabelecimento onde Maurício tinha adquirido a bola de futebol, parou em uma vaga próximo da entrada principal e, junto de Grissom, atravessou a porta automática.

— Bom dia — ela cumprimentou um homem que vestia um macacão branco com listras verdes.

— Bom dia! — a resposta dele foi de uma empolgação exagerada. — Em que posso ajudá-los?

— Somos da polícia, eu liguei para cá ontem. O gerente está? — explicou Layla.

— Há, sim. Claro. Ele está no escritório do segundo andar. Venham comigo, por favor — o homem os levou até uma escada ao fundo da loja. — Podem subir.

— Obrigado — disse Grissom com sotaque apesar de não ter entendido a conversa que fora em português.

— O gerente está nos esperando — disse Layla em inglês.

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