Capítulo 14

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Eduardo foi levado para a mesma sala de interrogatório aonde Samara havia conversado com dois meninos amigos de Maurício. César se sentou de um lado da mesa de frente para o interrogado.

— Pode me dizer seu nome completo? — o tom de voz do investigador era formal e nada amigável.

— Eduardo Fonseca.

— Quero o verdadeiro, não o que está nesse passaporte falso — ele jogou o saco plástico contendo o documento sobre a mesa.

— Isso não ser falso...

César levantou a mão para impedir que ele continuasse.

— Se não vai contar a verdade, irei prendê-lo por mentir.

— Tudo bem... Eu me chamar Edward Foster Junior. Ser quase a mesma coisa. Eu preferir um nome em português para viver aqui.

— Isso é ilegal, e esse documento ficará com a gente.

— Mas eu precisar viajar. Meu sobrinho esperar pela presente...

— Já chega! — gritou César batendo com força na mesa. — Nós encontramos essa arma na sua casa, com suas digitais e sabe o que mais? Nela estão faltando duas balas que foram encontradas em um cadáver em Las Vegas! O que você tem para me dizer?

— Quero um advogado.

— Você terá um advogado o mais rápido possível. Mas terá que esperar por ele aqui na delegacia.

César se levantou rápido quase derrubando a cadeira onde estava no chão e bateu a porta da sala de interrogatório com força.

— Ele pediu um advogado. Temos que esperar — disse para Fernando que esperava do lado de fora da sala.

— Ele confessou alguma coisa?

— Só admitiu o uso do passaporte falso para ter um nome em português... — César exibiu a evidência enquanto encostava as costas na parede do corredor. — Acho que fui um pouco afoito. Assim que eu falei sobre a arma o filho da mãe pediu o advogado.

— Isso não é bom. Ele pode conseguir se livrar das contravenções pagando fiança.

César parou a conversa para atender seu celular.

— Desgraçado! — o policial amassava o passaporte enquanto ouvia as notícias. — E o que temos para encarcerar ele? — César esperou pela resposta. — Ótimo! Venham logo para cá então! — ele desligou o aparelho.

— O que aconteceu? — perguntou Fernando?

— Encontraram o Luiz... — César bufou com a frustração.

— Não acredito! — o policial balançou a cabeça em negativa. — Nem mesmo com a gente na cola dele...

— Mas dessa vez ele não vai escapar! Conseguiram uma digital, com sangue! Os peritos já estão vindo para o prédio com as evidências.

— Espero que tenham descoberto mais do que eu — Renato vinha andando pelo corredor. — No carro só tem digitais do Eduardo. No patinete tem dele e outras desconhecidas.

— Logo você vai ter amostras do Luiz para comparar... — comentou Fernando.

— Encontraram ele?

— Infelizmente não da forma como gostaríamos... — César alisava a evidência minimizando o estrago que tinha feito enquanto recebia a notícia do assassinato. — Mais do que nunca precisamos descobrir algo que o ligue aos crimes.

— Nós vamos conseguir — Fernando tentou sorrir.

— A propósito, — César levantou o passaporte. — Ele admitiu ser falso e seu nome verdadeiro é Edward.

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