— Mais uma vez peço perdão pelo horário, senhor André — Layla falava em pé atrás do gerente da loja enquanto ele destrancava a entrada do estabelecimento. — E agradeço sua colaboração.
O homem tentou sorrir, mas a vontade de bocejar venceu e ele apenas concordou com um aceno de cabeça.
Grissom e a perita seguiram André até sua sala onde conseguiram os nomes e telefones de todas as crianças atendidas na loja naquele dia.
— Por sorte eu estou cadastrando os compradores para um sorteio no fim do mês — ele pegou uma pasta com vários papéis dentro separados por dia. — Os cupons que as crianças preenchem vão para uma urna, mas o cadastro com nome, telefone e CPF do responsável eu guardo comigo no escritório.
— Isso facilita bastante às coisas — Layla pegou os papeis. — Se importa se usarmos o telefone da loja?
— Por favor, fiquem à vontade — respondeu o gerente.
A perita ligou para a delegacia do telefone na mesa de André e para agilizar o processo, Grissom ligou de seu celular para Sara.
Com cada um passando metade dos nomes e telefones, foi muito mais rápido transferir as informações.
— Agora vamos, vou deixar o senhor em casa para que possa voltar a descansar.
— Espero que todas as crianças estejam bem — André foi trancando as portas à medida que eles saiam. — Não consigo acreditar que contratei um cara desses... — sua expressão era de tristeza.
— Não tinha como o senhor saber — a perita tentou reconfortá-lo.
O gerente deu um sorriso tímido.
Depois de deixar o homem em casa, Layla e Grissom seguiram de volta para a delegacia. No meio do caminho, o celular dela tocou. Ela atendeu ativando a função viva-voz.
— Fala Renato — disse ela. — Grissom também está ouvindo.
— Onde vocês estão? — perguntou ele em inglês para que o criminalista também pudesse entender.
— Na Avenida Rio Branco, perto da Catedral. Daqui a pouco estaremos aí.
A avenida onde eles estavam tinha três pistas. Duas para carro com sentidos opostos em cada extremidade e uma para ônibus com duplo sentido no meio.
A divisão entre as pistas era feita por canteiros altos de pedra com pequenos jardins que só eram interrompidos nos cruzamentos da avenida com as ruas perpendiculares.
— Nem precisa, estamos de saída — ele parecia estar caminhando enquanto falava.
— Para onde vamos?
— Na direção contrária. Descobrimos um menino que comprou um patinete, foi com ele para o parque do museu Mariano Procópio e ainda não apareceu em casa. Os pais haviam ligado para a polícia mais cedo, mas a informação não chegou até a gente.
— Vou fazer o contorno no próximo cruzamento.
Na primeira oportunidade que teve, a perita diminuiu a velocidade apenas o suficiente para não perder o controle do veículo e mudou bruscamente a direção na qual estava indo fazendo os pneus emitirem um som agudo ao deslizarem no asfalto.
— Desculpe ter me esquecido de avisar que ia fazer isso — a perita olhava um pouco sem graça para Grissom que se segurava no apoio de braço na porta do carona.
— Não se preocupe, a urgência do chamado exige.
— Cuidado com essa garota Grissom! — Renato ainda estava no telefone. — O professor da autoescola que ela frequentou nunca mais entrou em um carro para ensinar.
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Esconde - Esconde
FanfictionO assassinato brutal de uma criança choca os moradores do interior de Minas Gerais. O que os policiais não esperavam é que o rastro do criminoso viesse de tão longe. Trabalhando junto com os peritos do Laboratório Criminal de Las Vegas, Sara Sidle e...