capítulo 37

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*Mia on*

Eu não gosto nem um pouco de admitir que eu preciso de ajuda. Oscar e meu tio tem razão quando dizem que eu sou teimosa. Eu sei que eu não devia estar zangada em uma situação dessa e sim grata, afinal, podíamos ter sido pegos pela Campe, principalmente comigo correndo como o pirata da perna de pau, mas mesmo assim não gostei nem um pouco do meu pai me pegando no colo, fala sério. Por isso assim que aquela parede se abriu eu fui para o chão o mais rapido possível, tanto que eu acho que ninguem notou.
Hazel e tio Sam pareciam preocupados, mas assim que constaram que todos estavam presentes o sorriso foi inevitável. Meu tio veio ao meu encontro pra me abraçar mas Oscar pulou nele e o abraçou apertado contando rapidamente o que passamos e depois pulou para o abraço de Hazel, meu tio ficou lá estagnado sem entender o que aconteceu e meu pai riu dele. Ignorei todos ali e caminhei até a rua, queria saber onde estavamos.
Pelo estilo das casas e das pessoas percebi na hora que ainda estamos na America, claro que a bandeira do país em um dos prédios da rua ajudou também, ao redor tinham muitos prédios onde o andar térreo eram lojas e o de cima provavelmente eram apartamentos.

- ohlet e serfuanarte wot's, - li em voz alta o letreiro de um dos prédios
- Tenta de novo - falou Oscar do fundo e soube na hora que minha dislexia devia ter feito eu errar tudo, forcei um pouco as vistas como se dessa forma fosse ajudar e li mentalmente e com calma - Hotel e Restaurante wot's, Tow... Tom's
- Hotel e restaurante Tom's - disse meu tio ao meu lado
- Me parece bom - disse meu pai ficando do meu outro lado - Não sei vocês, mas eu to precisando de um banho e uma cama de hotel
- Eu também - disse meu tio e sem que ninguem concordasse com a ideia ele atravessou a rua em direção ao estabelecimento e meu pai fez um aceno com a cabeça significando um "vamos" e olhei para trás para os meus amigos.
- Pelo menos não é Lotus - disse Nico dando de ombros e fomos atras do tio Sam.

Haviam duas portas no local uma das portas era de vidro e estava trancada, e no letreiro estava escrito restaurante, a outra é simples e ficava no canto do prédio, estava aberta e nela tinha um letreiro escrito hotel. Entrei naquele estabelecimento sozinha, sem ajuda, meu pai, meu tio e Nico insistiram mais de uma vez pra me ajudarem por conta da minha perna, mas neguei, fomos até a recepção e meu tio tocou a campainha do balcão

- Só um minuto, George - gritou uma mulher de algum lugar e poucos segundos depois ela apareceu limpando as mãos em um avental, ela devia ter uns 50 anos, seus cabelos possuíam fios brancos e tinha algumas rugas - George, sabe que é pra entregar na outra por... Ah, vocês não são o George! - ela disse nos olhando
- Queremos quartos - disse meu tio
- Ah, claro - ela sorriu, tinha um sorriso e uma voz tão doce - Meu sobrinho vai atendê-los . Dylan recepciona essas... - ela olhou pra gente - Hospedes.

Assim que Dylan apareceu a senhora sorriu para nós e entrou naquele cômodo conseguimos ouvir ela tendo uma ligação com George. O garoto se aproximou de nós sorrindo e vasculhou naquele balcão algo e então olhou para nós.

- Vão ser quantos quartos? - ele disse e passou os olhos por cada um de nós, seu sorriso se desfez um pouco quando seus olhos pousaram em mim - Mia? - seu sorriso se alargou mais, levantei uma sobrancelha desconfiada, quem é ele e de onde me conhece!? "por favor não seja um monstro; por favor nao seja um monstro..." - Eu pensei que não te encontraria de novo

Meus amigos olharam pra mim desconfiados, esperando que eu esclarecesse, mas eu não lembro quem é ele. Eu estou cansada, com a perna machucada, acabada, querendo tomar banho e morrendo de fome, eu não to em condições de reconhecer ninguém. Tentei lembrar se o ja o vi em algum lugar, Dylan? Dylan, não me é estranho, o olhei atentamente. Um cabelo castanho claro quase loiro, olhos de um azul gélido mas estranhamente calorosos, tem um porte atlético e um sorriso lindo, ele era lindo "por favor não seja um monstro; por favor nao seja um monstro...", o sorriso começou a se desfazer por conta da minha demora em responder e ele foi ficando chateado. E foi quando ele ficou com cara de bobão que eu reconheci.

- Garoto do ketchup - disse e ele sorriu um pouco constrangido ao lembrar da nossa conversa - Aqui não é longe do Tennessee? O que faz em... - droga, onde estavamos?
- Pierre?! - ele disse, Pierre legal, Pierre de onde?
- Dokota do Sul - disse meu pai
- Que?! Estavamos em São Francisco, como?! - disse meu tio
- São Francisco? Estão cruzando o país? - brincou Dylan - Deve ter sido uma viagem cansativa
- Nem imagina - disse - Mas, Dylan, o que faz aqui?
- Eu sou daqui, eu estava de passagem no Tennessee. Que sorte nos encontrarmos, heim?! - disse o Dylan
- É... -concordei
- Mundo pequeno - dizemos juntos, nos encaramos e rimos
- Desculpe atrapalhar, é que... E os ...?! - começa Hazel muito fofa.
- Quartos - completa o Nico.

Dylan se apressou em nos explicar quais quartos tinham e os preços, que não era nem um pouco barato, ainda mais que não aceitavam dracmas. Ele nos disse que todos os quartos tem um sofá muito confortável, então pegamos dois quartos com camas de solteiro, que foi o que pudemos pagar, quem eu to enganando, tio Sam usou o esquema de cartão que eles sempre usam, não pegaram outro quarto porque simplesmente não quiseram.
Pegamos a chave e o pior ainda estava por vir, pelo menos para mim, escadas. Meu pai veio me ajudar com os degraus, mas qual é, são só escadas, eu consigo e falei isso para todos do meu grupo ouvir. Eles ja cansados da minha teimosia seguiram normalmente, e eu fui ficando para trás, "bem feito Mia". Eles já estavam no alto da escada enquanto eu estava no começo, foi quando eu sentir alguem pegar no meu braço, Dylan o colocou em volta de seu pescoço

- Eu te ajudo - ele disse e o encarei - Você não quer ir ver um médico? Me parece bem ruim - ele disse se referindo a minha perna e olhei para o topo da escada e vi minha familia e amigos nos olhando, queriam saber se eu negaria a ajuda dele também
- Obrigada, mas eu to bem. Não preciso de ajuda - disse tirando o meu braço de cima do ombro dele.
- Sabe, não somos mais fracos por pedir ajuda, pelo contrário, isso requer muita coragem. Se não me deixa ajudar, pelo menos deixa eu te acompanhar - ele disse baixo só pra mim, isso me deixou pensativa, mas... ele ta tirando com a minha cara? Lição de moral? Essas horas, o encarei e depois revirei os olhos, e subi outro degrau.
- Posso te perguntar uma coisa?! Por que seus amigos tem... espadas? E as pernas... daquele garot...- dizia Dylan.

IMPORTANTE
Autora: Oii pessoinhas, é so para avisar para os leitores mais antigos que o Dylan é o Brad do Capítulo 20. O nome dele estava me incomodando muito e eu mudei. Então, o Dylan não é um personagem novo.
Pronto, avisados.
Bjs de Luz da tia Liss

A Filha De AfroditeOnde histórias criam vida. Descubra agora