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°Rebecca

Acordei com o sol batendo em meu rosto, abri os olhos lentamente sentindo meu braço ficar dormente, olhei para o lado vendo uma Arya de cara inchada e babando no meu travesseiro, havíamos dormido por bastante tempo com certeza deveria ser umas onze horas da manhã, nós definitivamente havíamos perdido a aula de hoje, isso foi um grande erro e descuido, eu sabia que deveria ter ido a aula hoje e pelo menos tentar recuperar uma matéria de exatas, mas eu aí acabo e me esqueço completamente, — até de ativar o alarme. Me ferrei bonito!

Arya estava deitada sobre meu braço, puxei o mesmo devagar para não acorda-lá e a menina só se remexeu na cama resmungando algo inaudível, a garota estava agarrada a um de meus ursos de pelúcia, quando vi que se tratava do meu panda, empurrei a mesma e puxei o urso no mesmo momento, agarrei a pelúcia, vendo a garota cair no chão gritando comigo.

— SUA MAGRA FALSIFICADA! — Minha amiga gritava enquanto se recuperava do susto de ter sido acordada daquela forma e por outro lado ela estava certa, eu escondia todas as gordurinhas que tinha por trás de roupas largas e não via nada de errado nisso, mas Arya achava graça na minha insegurança e então ela falou. — Porque você fez isso sua fumante de arroz? Tá querendo me matar antes da hora?

— Olha aqui, sua gay imunda mal comida, eu só estava protegendo o que é meu tá? — Ela riu, ela acha que eu tô brincando? Essa pelúcia é sagrada, ninguém toca no MEU panda. — Tá rindo do quê? tem nenhum palhaço aqui não, você está procurando comediante no lugar errado.

— Calma ai revoltada, se eu quisesse levar patada gratuita eu ia morar em um celeiro com um cavalo. — A garota de cabelos lisos olhou pra mim rindo provavelmente da minha fala, mas afinal, o que ela via de tão engraçado em mim? Acho que vou trocar de melhor amiga antes que eu tenha que jogar essa louca em uma clínica psiquiátrica.

— Olha aqui Arya, só quero informar a você cara amiga de que meus ursos de pelúcia estão disponíveis para você com exceção do meu panda, esse urso em especial tem uma história. — E de fato aquele urso tinha uma história, uma história bem agonizante e agitada, mas ele sobreviveu ao incêndio da minha antiga casa de quando eu era pequena, e eu levo ele comigo pra onde eu vou, um pouco possessivo? Talvez, mas parte de mim estar naquele ursinho e eu não vou largar ele nunca.

— História? Sua pelúcia tem uma história? Sério isso Becca? O que ele fez? Invadiu o castelo da rainha má pra salvar seu grande amor. — Caminhou até o outro lado do quarto e subiu em uma cadeira pegando outra pelúcia na prateleira de cima da minha cama? — Que no caso esse grande amor seria a sapinha JuJu? A princesa sapo perdida.

— Talvez, Talvez sim, talvez não. — Falei e minha amiga me olhou incrédula, qual o problema se essa for a história? — E além do mais não é "JuJu", o nome dela é "Jujuba" tá? — Arya riu anasalado e se jogou na cama ao meu lado .

— Sério isso? Jujuba? Quem dar o nome desses para uma sapinha de pélucia? Você não acha no mínimo estranho?

— Olha eu só tinha seis ano tá? E outra coisa, eu amava Jujuba naquela época. — Arya se levantou e calçou minhas pantufas. — Aonde você vai? 

— Tomar banho, escovar os dentes, comer, eu sou humana e não um sapo de pelúcia tá? — Pulei da cama e me joguei em cima dela, agarrando a garota a minha frente.

— O que cê tá fazendo sua louca? — Arya tentou se soltar mas eu não deixei, essa é uma das vantagens de pesar 10kg a mais que sua a amiga que é constituída de ossos e pele.

— Só vou soltar você se fizer um monte daquelas suas torradas maravilhosas com um adicional de creme de avelã caseiro. — Sorri e apertei mais o abraço.

CLOWN - História De Terror - Vol Único (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora