CLOWN - História De Terror - Vol Único (CONCLUÍDO)

O que era aquilo...

°Rebecca

Engoli em seco, me afastando da porta empoeirada. Será possível, que no meio disso tudo acontecendo, Agatha estaria mesmo falando sério?

Suspirei atônita. Me virei para atrás, descendo as escadas, guardando o diário dentro da bolsa e indo de encontro com a sala de estar, a procura de Renan. Mas ele não estava mais lá. Juntei as sobrancelhas, o procurando pela a cozinha. E não o encontrei.

Ouço cochichos vindo pelo lado de fora. Me aproximei curiosa e me deparo com Arya e o irmão de Agatha, trocando palavras como se já conhecessem há muito tempo, mas não deu para ouvi-los o que estavam dizendo. Vou até eles, sorrindo forçado, achando ridículo essa situação. Ela só deveria esta aprontando alguma.

— Oie? Interrompo diálogo de vocês?

— Na verdade não. Estávamos agorinha falando sobre você. — Respondeu Renan, entregando um sorriso suave, isso fez com que suas covinhas aparecessem.

— Espero que bem. — Devolvo o sorriso e ele corou, ficando tímido.

— Mas eai, falou com ela? — Indagou Arya referindo-se à Agatha.

— Sim. Mas ela disse que queria ficar em paz enfim. — Respondi, virando o rosto para ela. — Vamos pra casa?

Ela assentiu aliviada, abrindo um enorme sorriso e suspirando como se estivesse presa por décadas sozinha na sala de aula com a professora Lafayette pregando os números em espanhol.

— Então... Adeus? — Pergunto diretamente para Renan, que me olhou de volta.

— Pode se dizer que sim. Eu e minha irmã não pretendemos mais voltar pra cá. — Ele disse. — Nós começaremos as nossas vidas do zero outro vez. Mas agora com um pouco mais de diferença. Sabe aquele anel?

— Aaah... que ótimo! — Digo entendo seu pensamento. — Por que não venderam ele antes?

— Acontece que nós precisávamos de um esconderijo bem discreto para nos esconder de Veronica. Por mais rica que ela fosse, não desistia tão fácil assim. Ela havia pedido à polícia um resgate de busca por nós dois. Vivos ou mortos.

Assentiu horrorizada com aquilo.

— E o que aconteceu com vocês? — Perguntou Arya.

— Ela era exageradamente obsessiva. Porém depois de alguns anos. — Respondeu olhando para o chão. — Ela finalmente havia desistido de nos procurar, e acabou que fomos dado como desaparecidos até hoje.

— Sinto muito, Renan... — Disse Arya e ele sorrio em sinal de tudo está bem.

Renan respirou fundo.

— Então... é isso, obrigado por entenderem e não me julgarem como muitos fazem só porque fiz o que era de melhor para minha irmã.

— Eu espero muito que vocês consigam serem felizes por lá Rê. — Despeço dele e ele sorri pelo apelido que inventei, saindo dali com Arya.

— Tchau! — Ouvi ele gritar por atrás. Mas ao virar meu rosto em sua direção...

Arregalei os olhos em horror. Atrás dele eu vi uma massa escura se formar num canto bem no fundo e esta se formou em uma névoa negra criando assim uma forma humana. Era uma imagem assustadora de uma mulher incrivelmente desnutrida, seu vestido era sujo e seus cabelos pretos, com a boca enorme... E com olhos grandes e negros com somente uma luz refletindo a retina de seus olhos pela escuridão da casa.

O que era aquilo?

Quando Renan entrou na casa. Saí em disparada de lá, arrastando Arya comigo pelo o pulso, que corria sem entender nada. Seguimos com o mesmo caminho que nós duas havíamos pego outrora. Com passos apressados e cansados ao mesmo tempo, atravessamos a ponte que dava acesso a floresta de Santa Monica. Logo entrando de volta para a cidade.