CLOWN - História De Terror - Vol Único (CONCLUÍDO)

Visões

°Arya

Abri os olhos, com uma sensação estranha. O quarto estava escuro. Ainda era cedo, pela fraca luz que entrava pela janela. Rebecca dormira na sala, Ellen não estava no quarto e Nicolas não havia acordado ainda.
Desço as escadas com preguiça e escuto duas vozes diferentes de duas meninas conversando. Becca e Ellen eu suponho. Mas não quero nem saber, vou a procura delas mesmo eu estando assim, acabada.

E depois disso vocês já sabem o que acontece né? A Ellen "pegou" o dinheiro que minha mãe deixara escondido para mim, fomos até o supermercado etc...

Mas... o que ninguém sabe é que durante o trajeto pro mercado eu avistava uma sombra negra de um monstro com dois par de chifres daqueles de bode enrolado com calda bem grande, fina e pontuda, perseguindo a Rebecca. E foi quando o demônio tocou no anti-braço dela que ela teve aquela crise de dor de cabeça.

E agora estou eu aqui sozinha em casa, deitada no sofá da sala, refletindo sobre tudo que ocorrera nesses últimos momentos, assistindo qualquer porcaria que passava, quando o telefone tocou, desviando dos meus pensamentos.

— Alô? — Perguntei esperando o interlocutor responder.

— Oi sou eu, Agatha.

— Oi Agatha, tud...

— Preciso falar com você — Disse me censurando.

— O-o quê... sobre o quê exatamente? — Indago confusa.

— Não temos muito tempo para... E-Eu... Tive uma visão.

— Visão? O-o que você viu...?

— Só venha pra minha casa agora! Preciso falar sobre Rebecca Dylan...

Depois que ela disse o nome a ligação cai.

Resolvo ligar para a Becca, disquei o número dela e espero ela corresponder. Mas ela não atende. Ligo pelo celular e só dá caixa postal.

O que será que está acontecendo?

Uma notificação do sms apitou.

Vejo quem era o remetente, Agatha Ryder e depois li a mensagem que ela enviara.

"Rebecca estar correndo em perigo."

Dois minutos depois, chega mais uma notificação de uma outra mensagem de Agatha.

"Todos nós estamos..."

****

A casa de Agatha era pintada de preto.
A casa era escondida. Longe de tudo.
As escadas despedaçadas, causando insegurança para subir, relógio de pêndulo parado ou quebrado, móveis rachados e velhos... Tudo na casa era sombrio e solitário.
Entramos.
Sentamos no velho sofá azul e...

— Você precisa saber de tudo que está acontecendo. Muitas coisas ainda estão próximas a acontecer. Nenhuma delas é agradável. — Ela disse, desviando o olhar para as paredes da sala.

— Mas eu simplesmente não sei o que está acontecendo. — Balbuciei.

— É extremamente isso.

— O quê?

— Vou te contar. — Agatha disse. Ela parecia contrariada em me falar, mas eu não ia recusar.
Não agora.

Horas depois...

°Rebecca

Um por do sol fraco, mas mesmo assim colorido, despontava atrás das árvores à frente da casa. As cores variadas e suaves pareciam me vidrar o olhar, tirando um pouco minha atenção do mundo ao meu redor, me trazendo paz.

Estava me arrumando para ir ao circo, ouvindo qualquer coisa no rádio. Mas sentia que algo não estava certo. Algo estava errado.

Logo uma "música" de The Vogues começou a tocar no rádio:

There is someone
Walking behind you...

Há alguém
andando atrás de você...

Turn around, look at me.

Vire-se, olhe para mim.

There is someone
Watching your footsteps

Há alguém observando
os seus passos...

Turn around, look at me.

Vire-se, olhe para mim.

Parei de fazer o que estava fazendo, quando senti uma presença muito forte...
Uma presença estranha, vindo de trás de mim.
Respirei fundo, virando-me bem de vagar, não havia ninguém ali, mas sabia que alguma coisa estava lá me observando.

Desliguei o rádio e fui-me para a mesinha que tinha na sala, onde continha o telefone, aflita, lembrei e disquei o número de Arya.

— A-alô? — Ela atendeu depois de alguns segundos.

— Arya sou eu, Rebecca. — Eu disse, tentando parecer calma.

— Becca! ...O-oi. — Ela respondeu.

— Arya o que está acontecendo comigo...? E-Eu não estou conseguindo me sentir bem com tudo aquilo que aconteceu... — Perguntei. Ela demorou alguns segundos, de modo que eu só conseguia ouvir sua respiração.

— B-becca ... E-Eu nem sei o que dizer...

— Arya... A-acho que estou ficando louca... — Falei me derramando em lágrimas.

— Olha Becca você não está ficando louca e muito menos é louca. — Sua voz ficou agitada. Porque estava tão agitada? — Eu não sei o que está acontecendo, mas eu juro que vou descobrir. — concluiu.

— Unhum...

— Mas e aí já ta pronta?

— Ainda não... — Cocei a cabeça chateada. — Tô ainda na dúvida de qual roupa vou usar hoje — Inquiri.

— Ata... Pois já já estamos chegando aí ok?

— Tá certo... Vou só terminar aqui bem rapidinho. Já estou quase acabando. — Concluo.

— Bom! Então thau. Vê se não demora de novo heim.

— Pode deixar, thauzinho — Me despeço de Arya, e desligo o telefone, colocando-o em cima da mesinha.

Subo para o meu quarto e quando abri a porta arregalei os olhos, e abri a boca não conseguindo acreditar no que os meus olhos estavam vendo.

E o que eu vi, foi...