OO2: Oleandros.

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Inverno de 2018.

Psicodélico e cruelmente artístico, era como o feitor daqueles crimes merecia ser descrito.

Naquela segunda às 08h15, o corpo de uma mulher foi visto à margem do rio Sena, causando alvoroço nos transeuntes e tornando a imagem daquele assassinato violento a principal manchete do Le Monde pela semana inteira.

Os franceses se perguntavam quem era o feitor por trás daquele crime desumano e o detetive Jeon Jung Kook também.

— Jeon, achamos isso. - Seu irmão de consideração e perito investigativo, Hwi Young, entregou a ele um saco plástico, uma prova do crime.

— Hum, intoxicação? - Jung Kook pontuou, pegando a prova e ficando um pouco confuso.

— Uhum, morreu intoxicado por isso. - Hwiyoung apontou para as pétalas de oleandro no saco plástico.

O policial perito se aproximou com luvas do corpo encharcado. Os olhos da vítima estavam saltados e as veias ao redor deles deixavam tudo mais óbvio de como havia sido executado o homicídio, mas para o detetive o mais intrigante era a forma como ele tinha finalizado a sua "performance".

Assim como a pista encontrada por seu parceiro, pétalas esbranquiçadas e sutilmente tingidas de rosa em sua ponta cobriam e preenchiam a cavidade bucal da vítima, nos fazendo projetar a ideia de que talvez ele teria — mas não unicamente — sido morto pelas pétalas, como se tivesse sufocado até a morte pelas flores venenosas.

— Oleandros? Inusitado. Já vimos o capitão falar de algo parecido com isso? Talvez seja só mais um caso esquisito, não? - HwiYoung intrigado questionou e Jung Kook declinou a concordar.

— Talvez.

Era mais um sim do que um talvez, principalmente no ramo que ele levava onde quase nunca coincidências eram apenas coincidências.

Então mais tarde, quando seu superior lhe chamou até a sua sala, Jung Kook estranhou, afinal por palavras dele mesmo não gostaria de ver seu rosto pelo resto da tarde, já que ele não reconhecia seus limites.

— Te chamei aqui porque sei que vai acabar descobrindo com ou sem a minha ajuda. E sim, é sobre um caso. - O capitão Bang disse em um tom sério, fazendo Jeon franzir a testa em preocupação.

— Não foi o senhor mesmo que me disse para me manter longe de novos casos? - Jung Kook replicou de forma implicante.

— E ainda quero que faça isso. - Bang soltou um riso. — Mas não se trata de um caso novo, filho. - Ele fez uma pausa, respirou fundo e se levantou, checando se todas as persianas estavam fechadas e, quando retornou a sua cadeira, continuou. — Ontem você estava presente quando os superiores e eu comentamos sobre os assassinatos em série. Se lembra disso, não? Bom, você me perguntou se havia alguma hipótese dos assassinatos em série de Arles e Marselle terem relação com a morte de seu pai, não é?

Jung Kook não disse nada, apenas concordou com a cabeça, suspirando pesadamente ao pegar sobre a mesa os arquivos na pasta.

— Aqui estão as cópias dos arquivos, tudo que achei a respeito desse serial está aqui. Mas Jung Kook, tenha em mente onde está se metendo, não faça nada que possa se arrepender posteriormente.

— Obrigado por se preocupar, capitão. Eu sei bem das consequências que enfrentarei, mas se isso for o necessário para pôr o cretino que matou meu pai nas grades e acabar com tudo isso, eu farei. Então por favor, não se preocupe.

Não cabia a Yong Guk interferir naquilo que seu sobrinho havia traçado para si. Então ele entregou os documentos, sabendo bem o que faria ao sair dali.

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