OO4: Ricochete.

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Fábrica de sal abandonada, 13h32

Quando a manhã chegou, todos ali trataram de ficar ocupados com suas tarefas, alguns discordavam disso, já que gastavam seu tempo em jogos de azar e conversas com duplo sentido.

Mas o líder tinha pensamentos diferentes quanto de seus parceiros, a cada dia que passava se preocupava com os casos que iam surgindo pela cidade, não como aqueles que ele investigava, como os virtuosos, mas pequenos traços deixados para trás, como se o assassino das flores, o florista, soubesse que Jeon o observava.

Enquanto ainda era cedo e o policial tinha tempo, Jungkook acabou por se lembrar do "pequeno" imprevisto dormindo em seu quarto. Tudo havia acontecido de forma tão rápida que sequer pensou nas consequências de trazer uma daquelas putas do Antony. Mas era o bastante para saber quem mandava pela cidade.

— Já acordou? - Ele disse sem importância, entrando pela porta de seu quarto com uma maçã na mão e um sorriso nada contente no rosto. — Não adianta fingir, sei que sim.

— Não tô com fome, babaca. - O rapaz se virou, lançando um olhar de nojo.

— E quem disse que eu trouxe pra você? - O homem mordeu a fruta, rindo com a suposição do garoto.

— Quando vou poder finalmente ir embora? - Ele bufou.

— Quando eu quiser que vá.

— Isso me faz seu prisioneiro? - O garoto perguntou, impaciente.

— Ainda não me decidi. - E Jungkook respondeu.

— Se for algum tipo de fetiche, é bom não encostar o dedo em mim. - Ele completou com repulsa.

—  Fazer isso a força não tem graça. - Ele deu mais uma mordida naquela maçã vermelhinha. — Se arruma e vem comer com a gente.

— Não quero.

— Então fique com fome, não-prisioneiro. - Virou-se e saiu dali, com o mesmo sorriso no rosto que havia entrado.

Às 10h, Jeon foi até sua sala, revirou por toda parte na tentativa de achar os papéis dado por seu tio no dia que ele se mudou para Arles, mas levou mais uma hora para finalmente pôr as mãos naquela pasta. Quando achou, jogou-se na cadeira e desembalou do envelope as fichas de autópsia, mas sem querer um pequeno pedaço de papel caiu sobre a mesa; curioso, ele ligeiramente pegou e pôs seus olhos ali.

"Rua. Rosée Blanche. 0264. Arles, Le Sambuc."  Um endereço. À primeira vista, Jung Kook estranhou, mas achou válido dar uma passada naquele local mais tarde.

— Vai comigo nessa? - Jeon se referiu a Hwi Young, o qual não demorou nem sequer um instante para aceitar.

— Por favor, irmão. Me dá a chave, vou esquentar o motor. - Ele pediu ao irmão e assim ele fez, não confiava sua Sarang a quase ninguém, mas Hwi Young fazia parte daquela minoria.

Com as mãos batucando pelo volante, Jeon tragou seu lucky strike mentolado, tirando-o da boca apenas para cantarolar um verso de uma das músicas do Guns. Seu irmão, carrancudo, apenas sorria.

Manobrou e estacionou com o carro na velha estrada, sentindo que aquele cenário tinha uma potencial chance de ser um déjà-vu, mas o homem ainda não sabia que em breve teria sua resposta.

— Bom. É aqui. - Ele disse segurando o papel em mãos, apagando o cigarro no toco de madeira ao lado.

Jeon e Hwi caminharam até o degrau da casa abandonada, deram uma boa olhada, então perceberam que a porta estava trancada, Jungkook preparou seus pés para dar um impulso e então arrombou com força aquela madeira velha.

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