OO5: Hortências.

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"Morrer é como florescer." - A silhueta indagou, derramando o líquido colorido para dentro da boca do homem, fazendo com que ele se engasgue com toda aquela quantia excessiva de veneno lhe preenchendo de forma violenta, o senhor lhe suplicou com os olhos, um "Por favor" tênue e desesperado, mas ele não parou.

"Então floresça, minha bela flor." - Ele terminou. E mesmo que parasse, já seria tarde demais. O homem caiu morto, sem ar, sufocado, derrubando seu distintivo e largando o corpo para frente da cadeira onde estava amarrado.

"Algo tão belo... sem ninguém para prestigiar, de fato é uma pena." - A face coberta por uma máscara risonha e voz grave deu uma gargalhada, terminando seu ato, com ajuda das correntes e dos andaimes ele ergueu o corpo, ficando suspenso, dando a sutil impressão de que ele havia sido enforcado, e não morto pelo cianeto.

No mundo que JungKook conheceu, a confiança era algo raro a se dar ao primeiro que você encontrasse, e bom, Taehyung estava longe de fazer o tipo de que merecia isso, já que de acordo com ele, o garoto era fraco, frágil, mandão e irritável, mas por ora ele era grato por ter salvo sua vida. Ou como o menino dizia, feito o mínimo.

Mas tê-lo salvo não lhe dava passe livre para ir embora, não mesmo.

Era 14h15 quando Jeon estava em seu conversível, escutando algum rock desconhecido - e provavelmente alternativo, então Hwiyoung o chamou com um olhar agitado:

- Mano, temos um novo caso. - Ele pontuou.
- Me passe os detalhes. - Jungkook parou no cruzamento, segurou o celular de seu irmão, lendo a informação rapidamente.

"Morre aos 35 anos, policial é envenenado com cianeto. Imagens fortes a seguir:"

Jeon não hesitou, acelerou em direção a delegacia, deixando poeira para trás, enquanto o som quente trazia rajadas amareladas naquele céu bonito de se ver.

Era difícil, porque para todos ele era o anarquista JK, então não podia chegar na cena do crime agindo como tal detetive que na capital ele era, tinha de ser discreto, buscar informações com as pessoas certas, foi quando Jeon se lembrou de seu tio ter mencionado a Dr. Laura Delacroix, a médica legista da polícia de Arles, a qual era sua conhecida e que talvez pudesse lhe ajudar caso algo suspeito surgisse.

E havia surgido.

- Veio finalmente se entregar, JK? - O Xerife Delacruz disse com um tom brincalhão, obviamente sarcástico.

- Hoje não, mas pensarei no seu caso. - Ele rebateu.

- O que faz aqui, rapaz? - O Xerife insistiu, decidindo optar pelo tom mais leve.

Uma mulher loira, alta e vestida de branco interveio na conversa.

- Eu o chamei aqui. - Ela disse autoritária.
- Ó sim, doutora Delacroix. Estou curioso para saber o que de tão importante você tem a tratar com alguém da laia desse sujeitinho.

- Assuntos triviais, não se preocupe, Xerife. Agora, se me dá licença. - Ela direcionou seu olhar para Jeon, que sorriu de canto. - JK, por favor, me siga.

O gângster seguiu caminho à frente, andou um pouco mais até entrar pela porta laminada no final do corredor, então se deparou com o necrotério.

A doutora se virou, ajustou seus óculos e em um tom cauteloso, ela disse:

- Acredito que tenha sido ele, de novo. Veja. - Ela abriu o compartimento onde o corpo estava, pegou sua ficha e indagou um pouco mais. - Valentin Noir, 35 anos, policial.

Então ele se aproximou do corpo na prancheta de metal coberto pela lona branca e pôde notar as queimaduras ao redor da boca e os olhos com as veias saltadas indicavam o envenenamento por cianeto.

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