CAPÍTULO 21

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AZRIEL
🦇

A fêmea me acompanhou para o salão de armas, pegando um arco com flechas e uma espada colocando-a com a fivela ao redor da cintura. Puxei minha espada do suporte e caminhei para a saída da Casa dos Ventos em direção a cidade, me perguntando quem seria louco o bastante para atacar em tempo de paz; e principalmente, porque os encantamentos de proteção da cidade, tão bem mais arquitetados e seguros, haviam falhado.

“Eu não sou o inimigo, Azriel. Mas ele está vindo. ”

Recordo as palavras de Callyen em minha mente. Ela disse saber de quem se tratava ser o invasor. E a parte obscura — e lógica — da minha mente, a ligou de imediato ao iminente ataque. A fêmea tinha algo com essa invasão, o quê, exatamente, eu não sabia, ainda. Essa conjectura serviu apenas para aumentar a frustração que estava me consumindo. Eu não havia feito meu trabalho corretamente, e mais uma vez, minha cidade, minha casa, estava sofrendo com o meu maldito fracasso.

Atravesso no meio do vôo, surgindo numa das ruas, encobrindo um grupo de soldados inimigos, cegando-os com as sombras. Avanço, liberando o poder através dos sifões, criando um escudo enquanto atravessava as sombras cortando as gargantas desses malditos. Observo mais a frente quando Callyen aterrissa entre um grupo de soldados que estavam atacando civis, e atira duas flechas, uma acertando o peito e a outra, a cabeça do mais próximo.

Alguns dos soldados e poucos dos meus batedores avançam para alguns dos soldados inimigos, matando-os. Rapidamente, percebo que não dão soldados comuns, além do sangue negro, os malditos simplesmente viravam pó, depois de mortos. Sigo para uma das praças centrais, próxima ao Sidra onde a aglomeração de inimigos era maior. Assim que chego, atravessando o espaço num salto de sombras e vento, vejo a pouca aglomeração, e o que mais me surpreende é que mesmo um grupo pequeno de inimigo conseguiu fazer tamanha destruição. Caminho em direção ao aglomerado, onde vejo uma fêmea – em roupa de batalha, os cabelos cor de cobre presos numa trança que passava dos quadris –, a frente do grupo, ela segura um de meus batedores pela garganta, e eu posso ver as unhas brilhando enquanto ela as crava na garganta do macho. Ela percebe a aproximação, e sorri, deliberadamente, para mim enquanto rasga a garganta do feérico.

Sinto quando Callyen surge do meu lado, vindo pela rua de trás. Os cabelos estava selvagens, o vestido, manchado com sangue negro e uma mancha carmesim do sangue dela. A fêmea inimiga sorri, quando Callyen rosna em sua direção. Sinto as sombras se agitarem ao meu redor, instintivamente querendo ir direção a fêmea ao meu lado, protegê-la. Eu as seguro próximas a mim de qualquer forma. Elas sussurram em meus ouvidos enquanto eu observo a interação silenciosa das duas fêmeas.

“Não sou o inimigo... Mas ele está vindo em busca de vingança.”

Inferno, então era isso!

Como eu pude ser tão displicente?!

Não. — Callyen segura meu braço quando começo a me mover em direção ao grupo, disposto a mata-los, a todos os miseráveis que ousaram invadir minha cidade. Eu apenas olho, de sua mão ao seu rosto, havia determinação ali, ódio cru e... Rancor. — Tome cuidado, Encantador de Sombras, Valissa não é o rosto bonito que aparenta.

— Ao que parece, você os conhece bem. — consigo sentir o gosto amargo da acusação em meu tom de voz. Ela me olha, a sombra da mágoa em minhas palavras, transparece rapidamente em seu semblante antes que ela o congelasse novamente na máscara que estava mantendo.

Inferno de fêmea!

— Eu a conheço, sim. E novamente, Azriel, não estou pedindo para confie em mim. Estou dizendo para que não a subestime como fez comigo. Tire os civis das proximidades, e a deixe comigo. — Callyen diz, a voz entretanto, transparecendo a mágoa que seu rosto e olhar já não mantinham.

Príncipe das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora