CAPÍTULO 52

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CALLYEN

Azriel nós atravessou de volta a cabana para que pudéssemos nos preparar para atravessar até Velaris. Segundo ele, era mais seguro que voarmos de volta uma vez que fomos atacados antes e que, agora, havia mais motivos para uma nova emboscada com o intuito de me matar, e a ele também. Eu estava no quarto vestindo uma nova roupa de treino e prendendo o cabelo numa nova trança, e coloco minhas botas de cano curto e salto reto. Azriel já tinha se trocado e também já tinha dado ordens de preparo para lorde Devlon de estar a postos para qualquer comando de Rhysand ou Cassian, e que as fêmeas deveriam continuar o treinamento.

Ele estava no centro da sala quando eu desci as escadas, as roupas negras. A bainha de espadas as suas costas, e a sua fiel adaga afivelada em sua coxa direita, as sombras rodando ao redor das pontas de suas asas, entre seus dedos em sua mão.

— Pronta? — questionou-me quando eu parei a sua frente, sentindo a tensão crescente dentro do meu estômago. Assenti uma vez, quando ele ergueu a mão num convite, embora eu soubesse como atravessar, eu ainda seguiria com ele a minha frente.

Segurei sua mão e as sombras se fecharam ao nosso redor, a escuridão nós engolindo e o vento cortou o espaço em milhares de pedaços quando atravessamos. Paramos a alguns metros da base da montanha da casa dos ventos, dentro da cidade. Eu sabia que Velaris tinha encantamentos para impedir que ela fosse vista ou invadida por inimigos, os diversos feitiços mantinham apenas quem sabia sobre sua existência dentro, e apenas entrava quem sabia o de ela ficava e qualquer um com má intenção era impedido de entrar. Talvez tenha sido pela permissão que a própria cidade me dera que Rhysand e Feyre me deram sua permissão para ficar anteriormente, mesmo que por conta de minha presença sua cidade tenha sido ataca, porque minhas runas permitiram o enfraquecimento de suas defesas.

Entretanto, olhando para o ligar onde havíamos atravessado eu entendia o motivo para tantas proteções. O sol estava surgindo entre as nuvens pra trás do pico das três montanhas. Ramiel era um emaranhado de picos nevados, as três montanhas com a maior em seu meio estavam pintadas com a neve e o céu atrás, em tons pastéis de laranja, lilás e dourado e os mesmos tons pintavam a cidade, refletidas em um prateado cintilante no telhado das casas. Estávamos de frente a um dos palácios de Velaris, o Arco Iris de Velaris brilhava de uma forma única e hipnotizante. Engoli em seco entendendo o sacrifício que deve ter sido manter essa cidade protegida durante cinco milênios e mais.

Me surpreendi quando Azriel não ergueu as asas para voar até a casa dos Ventos no alto da montanha, e ainda mais quando ele segurou minha firmemente minha mão para me puxar delicadamente ao seu lado pelas ruas de pedra polida através da ponte sobre o Sidra, que ganhava uma coloração de prata derretida sendo conduzida para o mar na costa oeste. Eu tentei ignorar o rubor que subia cada vez mais pelo meu pescoço e rosto quando alguns dos habitantes da cidade olhavam de forma espantada para onde nossos dedos estavam entrelaçados juntos.

As pessoas estão olhando. 

Eu digo através da ponte e ele olha ao redor de maneira discreta, percebendo que, mesmo que ninguém ousasse falar, todos pareciam surpresos e além do mais curiosos, sobre a atitude. Um sorriso estranho e distorcido surgiu no canto de sua boca, quando ele ergueu uma sobrancelha negra para mim.

Eu estranharia se elas não olhassem.

Azriel nós conduziu por mais algumas ruas e eu não perdi a oportunidade de admirar a beleza rústica e elegante, ou que haviam diversas espécies abrigadas nessa cidade. Desde feéricos menores, com escamas e patas de animal, a chifres e cores de pele, como grã feéricos em roupas elegantes. Entretanto, podia-se ver que não havia nenhum preconceito entre eles, a exemplo de uma fêmea de pele negra como ébano e os cabelos trançados junto com folhas e gavinhas de plantas ao lado de Grão Feérico em roupas elegantes e peles, de mãos dadas que cumprimentaram a Azriel e a mim sem nenhum resquício de medo em seus olhos. Azriel parou em uma da casas a margem direita do Sidra, uma casa simples, porém linda, em dois andares que tomava praticamente uma quadra do lugar. Ele segurou minha mão quando passou pelo portão de ferro retorcido em desenhos bonitos que cercava um jardim muito bem cuidado com flores de várias espécies. Mais a frente, na lateral que dava a murada do rio, a fêmea Elain estava de joelhos na terra, o vestido rosa de chiffon e cetim com a barra suja, ela não tinha luvas em suas mãos, mas um chapéu de abas longas em sua cabeça a protegia do sol. Ajoelhado ao seu lado dando-lhe mudas de petúnias estava o ruivo de um olho de ouro. Que a olhava como se ela fosse a flor mais bonita daquele jardim, ela sorriu para ele quando ele disse alguma coisa e se inclinou para deixar um beijo tímido no canto de seus lábios.

Príncipe das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora