Vozes. Eu as ouço, mas minha cabeça lateja demais para que eu preste atenção em alguma coisa das quais elas falam, ou tente distinguir seus donos. Tento abrir os olhos, mas o peso é demais, a dor é demais e eu decido dormir novamente.
AZRIEL
🦇Elas me alertaram. Do perigo eminente, próximo, bem próximo a cidade. E eu não deixaria, novamente, a minha cidade em perigo. Meus espiões na mata acima, por entre as cordilheiras que rodeavam Velaris estão atentos, sempre estiveram a qualquer movimentação suspeita e foram eles que me alertaram.
Mandei uma mensagem a Rhys e voei para lá, eu estava mais próximo afinal e Rhysand não se importaria se eu cuidasse de quem quer que fosse o intruso em nossas terras. Voei até o local onde elas me informaram, encontrando uma cena atípica, uma fêmea estava rodeada por machos que a olhavam famintos. De raiva e outra coisa mais. Um corpo caído ao seu lado, o sangue espesso manchando a neve e a fêmea em posição de ataque, aguardando os próximos ataques.
Vi quando eles foram até ela. E então seu sussuro doce como o vento.
Me ajude. Alguém, p-por favor.
Mate-os.
As sombras sussurravam para mim, e eu segui para baixo, pousando a frente da fêmea caída e desacordada lançando as sombras o suficiente para impedi-la de ver o que eu fiz com eles. O quanto eu gostei de feri-los, sentir o sangue em minhas mãos, ou a tentativa tola de fuga de um deles, o único que eu manteria vivo o suficiente para que ele me revelasse a verdade. Ou para que eu a extraísse dele.
Atravessei a escuridão até Velaris.
— O que houve? — vejo Cassian vir até mim enquanto largo o saco de carne com um baque surdo no chão e passo por ele com a menina nos braços. Cassian olha o macho semi morto e eu sigo pelos corredores da Casa do Vento até um dos quartos.
— Coloque-a em um dos quartos. — Rhys diz aparecendo diante de uma das portas, a expressão séria e fechada enquanto faz um sinal com a cabeça para o saco caído ao lado de Cassian no corredor.
— E quanto a este aqui? — Cassian pergunta e eu me viro, olhando para o macho ensanguentado aos seus pés e expressão ferina em seu rosto.
— Leve-o a uma das câmaras. Eu cuido dele.
Passo por Rhys, que ainda está de pé agora dentro do quarto onde indicou colocar a fêmea em meus braços. Sigo até a enorme cama enquanto faço uma incursão mental de seu rosto e corpo procurando ferimentos, aos quais tinha vários. Arranhões maculavam a pele branca em seu rosto e braços, e eu podia sentir o sangue pingando através das grandes feridas em suas costas. A boca, que poderia ser vermelha, estava agora pálida e rachada, devido ao vento frio... A túnica branca, rasgada e manchada de sangue e lama. Meu Grão Senhor ergue uma sobrancelha quando eu coloco a fêmea sobre a cama, ainda desacordada, ao mesmo tempo que os outros surgem.
Não me importo. Continuo observando-a, intrigado, de alguma forma estranha. Sinto o arranhão longo e lento nas paredes do meu escudo, lento e convidativo demais.
— O que houve... Exatamente? — ouço a pergunta aguçada ao meu lado.
— Aparentemente, ela estava fugindo. De quem quer que fosse e a encontraram. — dirigi meu olhar da fêmea à cama para os demais. Rhys e Mor observavam da menina para mim. Rhys com uma atenção especial de mim para ela. — Chegou perto o bastante da fronteira Norte para que um de meus espiões me alertarem.
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Príncipe das Sombras
Fiksi Penggemar- Arte da capa feita como um presente por @brekkerworld "Azriel sempre se considerou um bastardo, não merecedor de ninguém, um ser sem luz... Principalmente devido as sombras que sempre o acompanhavam, sussurrando em seus ouvidos a verdade sobre to...