Capítulo 5 - Perdidamente juntos

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PERDIDAMENTE JUNTOS 


Sem esperar por minha resposta, ele puxou a cadeira e se sentou de frente para mim. Colocou mais um pouco de cerveja, completando seu copo. Em seguida, levou sua bebida a boca, com os olhos fixos em mim, e disse;

— A intenção era ser educado. Mas como demorou pra responder, resolvi sentar.

Ele sorri levemente, se endireitando no acento, e apoiando seus cotovelos em cima da mesa.

  Por fora, eu transparecia tranquilidade. Mas por dentro, eu estava confuso. Com medo do que poderia existir por detrás daquele "Posso me sentar?".

Seria apenas o interesse de fazermos companhia um para o outro. Ou seria ele, um bissexual incubado? Ou apenas confuso com sua sexualidade? E agora querendo alguém, para ampliar sua atração sexual.

Muitas indagações preenchiam minha mente, que estava meio que bugando, de tanto que buscava por uma explicação, para aquela situação embaraçosa. Afinal, não tínhamos proximidade para ele, já se sentar na minha mesa, como se fossemos grandes amigos. Quando nem mesmo éramos colegas.

  Ele era o ex-namorado de minha melhor amiga, e nem de longe poderia pensar, na hipótese de ficarmos. Seria o ápice da trairagem, ainda que não existisse mais relação entre os dois.

****

A coisa mais horrível na vida, é estar em um ambiente com alguém, que você não tem, nenhum assunto em comum para conversar. Qualquer coisa que, eu possa tentar fazer ou dizer, vai soar forçado. Então, sorrio e espero que ele, puxe algum assunto. Alguém precisa quebrar esse gelo, e definitivamente essa pessoa não será eu.

— Tem boca e não fala? Ou é só vergonha mesmo? Pergunta, ele parecendo bastante à vontade com a situação.

Ousadia é uma coisa que não falta nesse cara. Penso.

— Desculpe, é que sou um pouco timido. -Sorrio desviando o olhar.

— Ok. Antes de começarmos, uma amizade sincera, primeiro preciso saber seu nome. Você é amigo da minha ex, mas não costumo lembrar nomes de amigos, das meninas que costumo namorar. — Continua ele, limpando o queixo com uma de suas mãos. — Então, me fala teu nome. Até porque, depois do dia em que vi você...

Interrompo-o, não deixando completar a frase. Faço um aceno com as mãos, dizendo;

— Não precisa lembrar, desse dia, não é mesmo? — Sorrio — Me chamo, Tiago.

— E você, se chama, namora...

Tapo a boca com as mãos, arregalando os olhos, antes de soltar o apelido, que eu e Ju colocamos nele.

— Oi? — Meio confuso, ele franze as têmporas — Do que iria me chamar? Ele se inclina para frente, afim de ouvir melhor o que tinha a dizer.

... Nada. Eu que pensei alto. Mas me fala teu nome. Digo, tentando fugir do assunto.

Por sempre chamarmos o "boy" dela, de namorado bonitão, não lembro se alguma vez, a Ju me disse o nome dele.

— Eu sou Gustavo. Mas, sou mais conhecido como gostoso. -Logo, desenha um sorriso safado em seu rosto.

Imediatamente sinto minha face, ferver de vergonha. Mas que garoto convencido.

Para mais uma vez quebrar o climão que fica entre a gente, resolvo propor umas rodadas de caipirinha com bastante vodka. Eu sou duro na queda, e nada me derruba. Já ele, não sei.

— Então, já que o "gostoso" resolveu sentar aqui. Que tal, vermos quem sustenta quatro rodadas de caipirinha?

— Não sei se seria uma boa ideia. Estou bebendo desde cedo. -Diz ele, relaxando o corpo na cadeira.

Um Hétero na minha camaOnde histórias criam vida. Descubra agora