NÃO ESPERE FLORES DE UM HÉTERO
— Ah... é uma brincadeira entre a gente — Bernardo sorri, meio sem jeito com a situação.
— Entendi... — Gustavo olha em minha direção, com um sorriso sarcástico. — Depois quero saber direitinho sobre esse negócio de "namorado bonitão". Vou jogar uma água no corpo rapidinho.
Eu afirmo com a cabeça.
Gustavo, tenta agir com o máximo de naturalidade possível, diante da situação. Eu continuo bastante envergonhado, de saber que mais alguém além de nós, sabe que estou ficando o ex-namorado da minha amiga.
Olho para Bernardo, e aponto para o acento do sofá. Nos sentamos ao mesmo tempo. Quando nota que estamos sozinhos, ele me puxa para mais perto, e diz;
— É o que estou pensando? A senhora está ficando com o ex da Ju?
— Não sei se "ficar", seria a palavra certa para usar. Mas... — Respiro fundo, revirando os olhos. — Sim, ficamos por duas vezes.
Relaxo os ombros, esperando que Bernardo me crucifique por transar com o ex-namorado de uma amiga. Aliás, melhor amiga. Mas me surpreendo ao perceber que ele está rindo de mim.
— Eu não estou acreditando nisso. Você e o bonitão... — Ele diz, como se estivesse falando consigo mesmo. — A Ju que não me escute, mas que inveja da senhora.
— Você não gostaria de estar na minha situação. — Reviro os olhos. — Ao mesmo tempo que não me sinto errado, eu me condeno por estar ficando com Gustavo, sem ter contado a Ju.
Relaxo os ombros, envergonhado em ter que admitir isso para alguém e para mim mesmo.
— Amore, me desculpa, mas como seu amigo eu preciso ser bastante sincero com você. — Ele joga a cabeça para trás, tirando os cabelos dos olhos. — Não adianta chorar, depois que já sentou na rola, né irmã? Não faço ideia de como isso aconteceu, mas se aconteceu, é pensar em uma forma de conversar com a Ju e esclarecer tudo isso. Hoje foi eu. Amanhã, pode ser a própria vindo direto dos EUA, abrindo a porta e pegando a senhora, com a mão na rola do ex. Então trate de rasgar o verbo com a mona, antes que ela descubra da pior forma.
Aquelas palavras pesam dentro de mim. Bernardo tem toda razão. Eu não posso viver, escondendo tudo, de todos. Eu preciso aprender a lidar com os problemas, com maturidade e transparência.
— Olha, você tem toda razão. Eu vou contar pra Ju, mas preciso de tempo.
— Amore, pode ficar tranquila. Eu não vi nada. Mas, para o bem da senhora; não leve isso em segredo por muito tempo. É melhor que ela saiba pela sua boquinha de veludo. Agora rasga. Me conta tudinho, amada. Como a senhora, foi tropeçar na rola, do boy. — Ele aponta para o banheiro, com a cabeça.
Eu começo a contar, como tudo aconteceu. A maneira como eu e Gustavo fomos parar na cama. Ele fica em choque. Rimos juntos. Aproveito para oferece-lo, o café da manhã que nem chegamos a tocar.
Gustavo sai do banheiro, molhado e vai direto para o quarto. Bernardo parece babar, ao vê-lo seminu passando pela sala. Ele se vira para mim, com os olhos parecendo saltar do rosto.
— Gay, se algum dia a senhora quiser um trisal, lembra de mim tá?
Eu caio na gargalhada ao ouvir aquela idiotice de Bernardo. É incrível como ele possui o talento de dar bons conselhos, e falar merda ao mesmo tempo. Francamente.
— Bicha, se manca. — Rolo os olhos.
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Gustavo sai do quarto já vestido. Ele cruza os braços, na altura do peito. Vem andando em nossa direção, encarando a bandeja do café que seria para nós, mas Bernardo acabou devorando o seu queijo quente com tomates e orégano.
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Um Hétero na minha cama
RomanceALERTA - CONTÉM ESTUPRO, HOMOFOBIA E DROGAS CONTEÚDO ADULTO 18+ Depois de viver um grande trauma, Tiago precisa lidar com as consequências e enfrentar o que virá pela frente. Movido por um desejo de recomeço e um sentimento de fuga, ele resolve deix...