lost my way

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Estou sonhando com Yeonjun, todas as noites. Sonhando com o que fizemos na casa da árvore, sonhando com o quão rápido quero repetir todas as coisas. Não quero soar como um depravado ou algo do tipo, mas sou um garoto de dezesseis anos e isso, meio que, me classifica como um pervertido. Se sonhar com ele significa tê-lo para sempre, eu estaria contente em nunca mais acordar.

O problema é que acordo ao sentir meu pai sacudindo meus ombros, gritando ordens que minha mente sonâmbula não consegue entender.

O aniversário de Heejin chegou antes que eu me desse conta, de repente sou chacoalhado para fora dos meus sonhos e minha irmã está ficando mais velha. Jeongguk faz uma cerimônia e tanto, enche a garota de milhares de presentes e um bolo exagerado, cheio de glacê e glitter cor-de-rosa.

A tarde, uma festa acontece no jardim da nossa casa. Bexigas por todos os lados, cama elástica, um castelo inflável e até um palhaço engraçado. Estou sentado próximo a mesa de doces, o corpo virado para a porta, por onde os convidados chegam.

É assustador o tanto de pessoas com menos de um metro e vinte que existem, é engraçado que nenhuma tenha mais que dez anos.

Meu pai corre de um lado para o outro, recebendo as pessoas no mesmo momento em que xinga Taehyung pelo telefone e grita onde diabos você está? sorrindo para disfarçar seu estresse. Papai Taehyung saiu para comprar uma vela a duas horas atrás.

Heejin está brincando, exibindo seu vestido cor-de-rosa e os fios de cabelo da mesma cor que meu pai conseguiu tingir com uma lata de spray colorido para cabelos. E eu, estou entediado para caralho, ouvindo minha bisavó falando sozinha ao meu lado.

Céus... eu gostaria de ter ao menos um amigo comigo aqui.

***

Levou cerca de vinte minutos para Taehyung aparecer, finalmente, com velas da Barbie. Ele está suado e encarando Jeongguk com as sobrancelhas juntas, num pedido silencioso de perdão pela tamanha demora. Eu solto uma risada.

Jungkook arrasta meu pai até minha bisavó, que está ao meu lado, tão velha que não consegue dizer mais nada coerente. Taehyung tem um sorriso amarelo no rosto, sem saber exatamente o que fazer.

— Vovó, — Diz Jungkook.— aqui está o Taehyung, mais cedo você me pediu para vê-lo.

A senhorinha sorri, os olhos tão pequenos que é impossível dizer se estão abertos ou não.

— Quem é Taehyung? — Ela pergunta, a voz tão rouca que quase soa incompreensível. Eu levo uma mão até a boca, disfarçando a imensa vontade que tenho de rir.

Jungkook respira funda e sorri.

— Meu marido, vovó, você pediu para vê-lo.— Taehyung está com a melhor expressão de paisagem, tentando convencer a si mesmo de que não quer rir. Jungkook acerta um tapa em sua cintura, sibilando um fale com ela.

— Oi, vovó. Sou eu, Taehyung, não lembra mais de mim?

Ele tenta soar magoado, mas a mulher tem quase cem anos, eu duvido que consiga entender o que está sendo dito. Ela ergue a bengala, em direção aos dois antes de desviar o olhar e me encarar.

— Jeon, esse não é seu marido? — A velha aponta em minha direção.

— Este é meu filho, Soobin, vovó.

— Quer saber, não ligo mais.— Diz a bisavó antes de se virar e se arrastar até outro canto da festa, meu pai me encara derrotado fazendo careta para a senhora que caminha para longe de nós. É uma pena que esteja tão idosa, meu pai realmente a ama muito.

Oásis. [yeonbin]Onde histórias criam vida. Descubra agora