Prólogo

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— NÃO IREI ACEITAR. MEU FILHO NÃO FAZ PARTE DISSO.

A voz de Hades retumbou pelo Olimpo, havia saído de seu reino para ouvir tamanho absurdo.

— Delfos foi claro, trata-se de seu filho. — Zeus disse mais calmo que o irmão, porém sem se exaltar.

O restante dos deuses não esboçava reação, apesar de estarem impressionados com a reação do deus do mundo inferior, ele se mostrou transtornado após ouvir a profecia em que o semideus era citado.

— Isso é suicida, Nico não tem nada a ver com o destino do Olimpo. Isso só pode ser uma armação.

Está insinuando que estamos armando contra você?

Hades não comentou sobre o questionamento de Zeus, mas ambos sabiam que era exatamente aquilo que queria dizer.

— Apolo — o deus dos deuses chamou — recite a profecia.

O deus citado se levantou e começou a recitar, estava desconfortável justamente por todos ali entenderem o real significado daquelas palavras, viam nas entrelinhas o que iria acontecer. E assim como Hades, temia.

O filho das sombras,

voltará a enfrentar o que o assombra.

Pelo sol gritara a palavra não dita,

e assim abrira a vala infinita.

Entre o amor e a raiva escolherá,

e o futuro do olimpo, só assim decidirá

— Não podemos deixar isso acontecer Hades, seu filho está com toda nossa existência nas mãos. — Poseidon enfim disse algo — Precisamos nos proteger.

Hades tremeu com a fala, não tinha tantos problemas com Poseidon como tinha com o Zeus, por isso respirou fundo antes de respondê-lo.

— Nosso mundo já ficou diversas vezes a mercê dos filhos de vocês, você mais do que qualquer um de nós deveria saber disso irmão. — a última palavra carregada de amargura.

— Em minha opinião devemos deixar as coisas segurem seu curso natural, tirar a vida de Nico di Angelo não ira parar a profecia, talvez nós perderemos nossa chance de sobrevivência — Atena soou seria, ela era justa e não deixaria que tomassem uma atitude precipitada por rancor.

— Atena está certa. Não iremos interferir diretamente na profecia. — Artemis disse, recebendo um olhar agradecido do irmão.

Os deuses debateram por dias, que para eles não passou de horas, então tomaram uma decisão, como era de praxe não iriam se envolver.

Hades voltou ao submundo, mas sentindo-se pesado e impotente, convocou uma reunião com seus braços direitos assim que chegou.

Perséfone, Tânatos e Ágrio, filho de Tânatos e Afrodite, deus da obstinação.

— É uma vingança, uma profecia só passa a valer depois que é recitada por Delfos, acho que foi uma indução, a profecia estava lá, mas não quer dizer que seria sobre o Nico. — Hades disse após explicar toda a história.

— Vingança de que meu marido? — Perséfone questionou.

— Zeus matou Maria por Nico e Bianca, mas descumpriu o trato, Têmis deusa da justiça o cobrou por suas ações, desde então Zeus não pode se transformar e ir atrás de seus casos extraconjugais, ele sente raiva por eu ter contado a Têmis seu delito, Poseidon também sofreu uma punição, talvez esteja envolvido nisso.

Escutaram Hades com atenção, apesar de fazer sentido os presentes ali sabiam que o deus se deixava levar pela ideia de conspiração e pelo rancor que ele próprio possuía de Zeus.

— Não posso deixar Nico morrer, perdi Maria e Bianca, não posso perdê-lo também.

Perséfone mordeu os lábios, segurado-se para não dizer ao marido que uma hora aquilo iria acontecer, ela nutria um carinho enorme pelo enteado, mas tinha noção que ele era um mortal, iria morrer um dia.

— Não há como evitar a profecia, mas pode retardá-la senhor. — Tânatos disse.

— Me conte seus planos Tânatos. — Hades fez ajeitou-se em seu trono de crânios.

— Longe desse filho de Apolo Nico não terá como perder seu controle, chame-o para morar conosco no mundo inferior, diga que irá treiná-lo e assim mesmo quando o momento chegar ele conseguirá manter o mínimo da razão.

A ideia era ótima, Nico estaria perto de si e consequentemente protegido de qualquer tentativa de machuca-lo que Zeus poderia fazer, também poderia melhorar seu desempenho como guerreiro.

— Ótimo, porém preciso mantê-lo aqui pelo máximo de tempo — olhou para o jovem deus lembrando-se o quão talentoso era — terei sua ajuda Ágrio?

— Com toda certeza senhor, irei me tornar responsável pela vida de Nico do Ângelo. — afirmou com firmeza.

Hades permitiu-se sorrir com a lealdade de ambos pai e filho.

— Se me permitem, irei pedir para que arrumem o quarto de Nico já que ele irá voltar. — Perséfone se retirou, sumindo ao longo do corredor que levava aos quartos.

O deus do submundo decidiu que não perderia tempo.

— Alecto — chamou a fúria que logo estava em sua presença — vá ao acampamento meio-sangue e avise-o do meu desejo, diga que não é um pedido e que ele não possui escolha nesse caso, tem até amanhã a tarde para vir.

A criatura assentiu e desapareceu pronta para fazer o que foi ordenada.

— Irei lhe manter a salvo. — disse encarando com cuidado a imagem do filho ao lado do loiro na fogueira.

Luminous angel || SolangeloOnde histórias criam vida. Descubra agora