06: Jack e Suas Memórias (pt.2)

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Jack Frost vision.

Eu não fazia a mínima ideia do que estava fazendo ali, apenas gritava contra o vento extremamente gélido, seja de raiva ou a amargura que já guardava dentro de mim há tempos. Breu estava tentando me fazer virar-me para seu lado, mas não seria tão estúpido a esse ponto.

— Okay, você quer ficar sozinho? Então fique, assim como já iria ficar de toda forma. — Pegou o meu cajado de minhas mãos, o partindo ao meio. Senti uma profunda dor no estômago, me incapacitado de falar, então Breu me chutou para o buraco mais próximo, jogando o cajado partido em dois logo depois, e assim sumindo.

— Eu não acredito... Que esse babaca quebrou o meu cajado! — Tossi, rouco, mas fechei os olhos, me encostando na parede. — Talvez ele estivesse certo. Talvez eu fosse ficar sozinho mesmo voltando para as cidades. — a fadinha foi até meu bolso, onde estava a minha caixinha dourada com meus dentes, ficando lá para se aquecer.

Eu errei e muito com os guardiões, mas não poderia ter escapado do Breu naquele momento. Ele me trancafiou onde estavam as fadinhas da Fada do Dente junto com os milhares de dentes de crianças. Não tinha opção, acabei ficando com os meus próprios dentes que ele me dera antes de partiu pelas sombras como sempre fazia.

Suspirei, derrotado, tremendo levemente com o frio. Não era para eu estar incomodado com aquela temperatura, mas acho que a quebra do meu cajado ocasionou nisso.

De repente algo começou a brilhar em meu bolso, assustado quase tombei para trás, pegando a caixinha dourada de dentes que brilhava. Emanava um brilho fraco, que ia aumentando.

— Será que... É para eu... — No impulso, com as sobrancelhas franzidas, toquei no centro da caixa, que brilhou mais forte me fazendo fechar os olhos com força. — Argh!

Quando abri meus olhos, eu estava em uma casa de madeira, perto de um lago congelado. Estava levando uma garotinha de cabelos castanhos até o lago, com um sorriso.

Aquela era minha irmã, não entendia como sabia disso, mas eu sabia.

Quando estávamos em cima do lago, eu larguei meus patins. A superfície estava se rachando. Minha irmã estava com medo. Eu apenas sorri e disse para continuar em frente. Um passo depois do outro. Quando ela conseguiu, dei um passo para frente, mas eu escorreguei e caí.

Caí dentro daquela água gélida, eu não conseguia nadar para cima, estava todo dormente. A única coisa que eu via antes de apagar era a lua.

Abri os olhos novamente, e já estava de volta no lugar que estava antes.

— Fadinha, a agente tem que ir! — Digo confiante para ela, a colocando no bolso de volta com minha caixinha de dentes. Pego o cajado e começo a tentar concertá-lo. Após conseguir, sorri de canto travesso e voei para cima. — Vamos ajudar os guardiões.

MEU GUARDIÃO; Jack Frost Imagine [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora