Capítulo 24

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Angel

O carro estacionou na minha frente, acompanhado de mais dois carros pretos iguais. Os faróis com luzes altas atingiram minha visão, fazendo-me esquivar da luz. Ergui meu braço para tampar os olhos. Os dois carros que pararam mais atrás, desligaram os faróis, mas o carro da frente apenas o diminuiu, assim o lugar ficou bastante iluminado. Robert Petrova desembarcou do primeiro carro pelo lado do passageiro. Ele usava seu terno escuro impecável, e tinha um sorriso presunçoso no rosto. Sorri internamente, porque eu havia conseguido fazer com que ele viesse, afinal. Porém, quando os capangas começaram a desembarcar dos outros carros, percebi que, talvez, as coisas não fossem tão fáceis como imaginei. Pelo que pude contar, doze capangas estavam parados ao redor dos carros, protegendo o Sombra da Noite. Todos trajados com seus casacos pretos com o símbolo que já tinha se tornando um pesadelo para mim. Eles tinham armas nas mãos. O Sombra da Noite tinha vindo preparado.

— Vejamos.

Robert deu um passo à frente me encarando. Seu sorriso presunçoso nunca abandonava sua maldita face. Eu estava me contendo para não pular nele nesse exato momento e enchê-lo de porrada. Me controlando para não usar minhas mãos para envolver o seu pescoço e aperta-lo até que seus olhos eclodissem das orbitas. O devaneio da minha mente quase se tornou real pela força que eu queria que aquilo fosse realmente verdadeiro, mas num piscar de olhos voltei a realidade em que deveria seguir um plano e não deixar a raiva e o ódio e, principalmente, o rancor tomarem conta de mim.

Quando, finalmente, me recompus dei um passo à frente, mantendo minha postura firme.

— Ok. Estou pronta! — Falei alto o suficiente para que Jason me escutasse de onde ele estivesse escondido.

— Bem... Minha querida. Como você sabe, eu adoro jogar. E um de meus jogos preferidos é a Caçada ao prêmio. E se eu bem me lembro, você também adora esse jogo, não? Então, vamos jogar, Angelina. E vou te dar a chance de que, se você derrotar todos eles — ele apontou para seus capangas —, estará livre de mim.

Ri ironicamente.

— Você jamais me deixaria livre. Você apenas quer que eu jogue para que você possa ver do que eu sou capaz de fazer. Então não tente me enganar, já não caio nesse seu joguinho manipulador. E, só para te avisar, eu odeio perder e nunca deixo isso barato. — disse rispidamente e tentando soar intimidadora, mesmo que por dentro, eu estivesse tomada pelo nervosismo.

Ele sorriu irritantemente altivo para mim, enquanto eu me mantive em defesa, o encarando. Logo os capangas se posicionaram em frente a Robert se preparando para começar a luta. Por alguns segundos, o medo de que eu sou uma presa fácil, me invadiu. No entanto, a droga havia me mudado e não só ela, mas tudo tinha me mudado de uma forma tão profunda que me sentia capaz de acabar com todos eles.

— Vejo que você é mais corajosa do que pensei. Seu pai ficaria orgulhoso de você. — Ele deu a sua gargalhada maléfica e aquilo foi só tempero para meu ódio que começava a se expandir por minhas veias.

— Não fale do meu pai, seu crápula! Ordinário! — Esbravejei.

Ele só continuou rindo.

— Peguem-na!

Os capangas ouviram o comando e, rapidamente, vieram para cima de mim. Começamos uma luta intensa em que eu nem sabia muito bem o que fazia, apenas agia por instinto, me defendendo. Eles me cercaram, me encurralando no meio de um círculo. Um capanga desarmado tentou me agarrar por trás, mas, agilmente, girei me livrando de seu aperto. Porém, antes que pudesse fugir, outro me acertou um soco que me fez cuspir sangue. A raiva tomou seu lugar dentro de mim e revidei acertando um soco muito potente em sua mandíbula, o jogando alguns metros para trás. Os outros olharam para o colega e riram, como se o coitado não fosse nada.

Protegendo (terceiro livro da trilogia Salva-me)Onde histórias criam vida. Descubra agora