Protegendo (terceiro livro da trilogia Salva-me)

Capítulo 27

Angel

5 anos depois

A vibração da música eletrônica e o modo como Jason, agora conhecido como Adrien, me envolvia era inebriante. Dançávamos juntos, com corpos grudados e muitas vezes bocas unidas. Amava quando ele me beijava, e sempre era intenso e melhor do que na outra vez. Nunca enjoaria disso. Dos beijos, dos toques, dos sorrisos. Adrien era meu vício constante que era alimentado diariamente por seus beijos e carinhos.

A cinco anos atrás minha vida mudou drasticamente.

Eu morri.

Ou melhor dizendo: Eu renasci.

Angelina Dobrev morreu no dia 16 de julho, num acidente de carro que matou ela e o namorado Jason Durant. O funeral dos dois teve muita gente conhecida da cidade de Stantland e até saiu nos jornais. Minha mãe diz que foi a coisa mais estranha que ela já fez na vida — ir ao enterro da filha sabendo que a filha estava viva. Mesmo assim, ela me contou que leva flores para a minha lápide que está localizada ao lado da lápide de papai, porque torna toda essa loucura mais real. E, também porque ela não gosta de ver o tumulo vazio. Ela disse que a garota indigente que foi enterrada no meu lugar merece essas flores, já que ela me ajudou de uma maneira inimaginável e inigualável. Naquele dia, eu morri e renasci como Ângela Carter. Sim, agora sou a Senhora Carter como a minha mãe. Engraçado, né? Acabei me tornando cunhada da minha própria mãe. Mamãe e Allen estão casados há dois anos. Não pude ir ao casamento deles, mas vi todos os vídeos e fotos e chorei de emoção como se estivesse presente.

Com tudo o que aconteceu, Jason assumiu seu verdadeiro nome, Adrien Carter, e estamos morando na Europa. Nos casamos há quatro anos e meio e tudo desde então está sendo perfeito. Nunca vou me esquecer daquele dia, em que vi seu olhar marejado ao me ver entrar na pequena capela situada na Itália. A música Heaven do Bryan Adans tocava ao fundo numa versão instrumental simplesmente perfeita, e meu vestido de voal branco com rendas no busto era simples e clássico; meus cabelos estavam presos em um coque frouxo e nas mãos eu levava uma foto do meu pai acompanhado por um ramo de begônias. Minha felicidade era imensa naquele momento. Nunca acreditei que casaria tão nova, porém, lá estava eu, cada passo dado com a certeza que havia encontrado o amor da minha vida. E eu não estava errada. Minha mãe e Allen estavam no altar, assim como Mia e Jeremy que agora eram um casal oficial.

No dia em que morremos, Jason havia contado tudo para Allen, que logo avisou minha mãe sobre o plano. Sendo assim, depois de todo aquele teatro perfeitamente ensaiado por minha mãe, o Sombra da Noite sumiu sem nunca mais dar vestígios. Ele achou que morremos no acidente e nunca mais ninguém o viu. Ele simplesmente abandonou a empresa e fugiu sabe se lá para onde. Minha mãe vendeu a empresa Petrova por uma minoria para um investidor e comprou uma casa de férias na Itália para que assim pudesse vir todas as férias me visitar sem chamar atenção, caso o Sombra da Noite ainda estivesse à espreita. Mantínhamos contato todos os dias por celular, e ela e Allen e até Mia e Jeremy vinham nos visitar sempre que possível.

Depois de tudo isso nossa vida acabou por se tornar normal. A droga que Pepe criou acabou funcionando em nossos organismos e reverteu o processo da droga verde, nos curando. Apesar das pequenas cicatrizes causadas pelo acidente que ainda são visíveis em meu rosto e nas costas e mãos de Jason, nós nunca estivemos tão felizes.

Uma parte do dinheiro da venda da empresa Petrova pedi para minha mãe entregar a família de Pepe, que depois Allen conseguiu descobrir que se chamava Rogério Rodriguez; junto com a quantia em dinheiro, minha mãe enviou uma carta a família dele explicando tudo o que havia acontecido e dizendo como Pepe os amava. Pepe foi um herói, sem ele nosso futuro jamais existiria.

Depois de algum tempo, Adrien e eu compramos uma casa de frente para um lago, em Nápoles na Itália. Ele começou a trabalhar numa academia local como treinador de artes marciais e eu abri uma pequena boutique, o que não nos dava muito dinheiro, mas nos deixava felizes com o que fazíamos. Schwarzenegger veio morar na Europa conosco, ele rapidamente se acostumou com ar gélido daqui, pois agora ele tinha um lugar especial em frente a lareira para dormir.

E a vida seguiu assim, cada dia um passo por vez. Cada dia um amando o outro mais intensamente e irrefutavelmente. Sempre fomos destinados a ficarmos juntos, e agora posso dizer: "Ah, destino, como eu amo você".