Eu ainda não conhecia os estábulos, ficavam muito afastados da casa. Rústicos até a essência, feitos de madeiras imperfeitas que se uniam desajeitadamente umas as outras. Enquanto nos aproximávamos, olhei ao redor, admirando a beleza do lugar. Era tão diferente do que eu estava habituado, sem aquela poluição de outdoors, letreiros, sanduiche, cartazes, homens ambulantes vendendo cacarecos.. Ali era tão calmo e - eu tinha que admitir - lindo.
- Ouso dizer que você senhor é a primeira pessoa que conheço que não fica entusiasmado com a menção da palavra baile...- Jungkook disse, parecendo aliviado.
- Eu não sou muito de festas. Eu sou mais caseiro. Na verdade, deveria dizer escritoreiro, já que é de la que eu não saio. -como uma prisão que eu mesmo me tranquei.- Eu não gosto muito de balada, gente falando ao mesmo tempo, bebendo, fumando e contando piadinhas. Mas de shows eu gosto. Mesmo porque não dá pra ficar batendo papo num show, o barulho é ensurdecedor. Nunca me sinto deslocado num show. Tudo que é relacionado à música eu curto muito... Taehyung me perturba por causa disso. Ele acha que eu não tenho vida, apenas trabalho e mais trabalho, e que nunca vou arrumar uma namorada, ou até mesmo um namorado, se ficar trancado em casa ou no escritório. Mas sabe,Jungkook, eu não me sinto à vontade saindo com a galera. Parece que sou um alienígena que não se entrosa em lugar algum... - ele assentiu. Sabe quando você sente que todo mundo te olha de um jeito diferente,tipo "o que ele tá fazendo aqui?" e depois fingem que estão interessados em ouvir o que você tem a dizer? Eu detesto isso! Prefiro
ficar em casa. Mas gosto de sair com o Taehyung. Só que agora ele cismou que eu... - vi um pequeno sorriso se espalhar em seu rosto. Eu ri. - Desculpe, Jungkook. Eu estou falando pelos cotovelos. É que é fácil falar com você. Não é estranho? Eu mal te conheco e já te contei coisas que muitos dos meus colegas de escritório não sabem.- Acho ótimo que pense assim. Aprecio muito sua companhia. Acho fascinante sua maneira de se expressar - ele disse, olhando pra frente mas sorrindo. - E também me é estranho preferir falar com um jovem que acabei de conhecer a falar com várias jovens que conheço há muito mais tempo.
-De onde eu venho se diz que o nosso santo bateu. - ele me encarou. - Quando duas pessoas se dão bem logo de cara, quero dizer, logo que se
conhecem. E o meu decididamente bateu com o seu. - e sorri.- Então, acho que o meu também.
Ele ficava tão lindo sorrindo daquele jeito! Opa, no que eu to pensando?
Então seu sorriso desapareceu.
- Tudo bem, Jungkook?-perguntei confuso.
- senhor disse... - Limpou a garganta antes de continuar. Ele parecia nervoso. Mas por que? - Namorado...? Desculpe se estou sendo intrometido, senhor Jimin. Mas o senhor... Hum...
Oh oh... Ele ficou tímido.
-Não é que eu seja gay. Mas quando eu tinha lá para meus 16 anos, eu me envolvir com um rapaz. - respondi honestamente. - Não deu certo. Também era a primeira vez que eu namorava um cara. Acabou terminando de um jeito não muito bom.- lembrava da decepção que tive e do ódio que peguei daquela peste demoníaca. Filho da mãe. Um dia ele ainda me pagava pelo que tinha feito. - Depois disso, jurei nunca mais me envolver com outro cara.
- Entendo. - Jungkook assentiu, voltando a olhar pra frente.
- Qual deles é o cavalo do seu quadro? - perguntei, tentando mudar de assunto. Havia uma dezena de baias, talvez mais.
- A terceira. - informou. - Dei a ele o nome de Storm. Significa...
- Tempestade! - fiquei surpreso. Inglês já fazia parte do currículo escolar no século dezenove? - Você fala inglês?
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ESPELHO // Jikook Version
Fanfic[{CONCLUÍDA}] Desde pequeno, Park Jimin odiava a palavra casamento, e achava amor algo desnecessário para sua vida. Mas ao ganhar um apartamento do seu melhor amigo e chefe, ele não imaginava que um espelho velho e sujo, o levaria para duzentos anos...