Tirei os sapatos, que Taehyung insistiu que eu usa-se, tentando ganhar mais velocidade. Eu meio corria, meio andava. Parecia um pato descontrolado correndo atrás de uma minhoca voadora, mas a cada segundo, eu me aproximava mais de Jungkook. Meu coração saltou dentro do peito assim que avistei a casa grande, ainda cor de creme, ainda sem nem uma ação de desgaste. Tudo estava como deveria estar. Meus pulmões ardiam pelo esforço, mas eu não parei até praticamente arrombar a porta da sala e entrar feito um furacão, assustando Hyuna, SooHyun e Gomes, que tinha uma bandeja nas mãos e com o susto acabou derrubando tudo no chão.
- Hyuna! - exclamei sem ar.
- Jimin? - ela perguntou, completamente desnorteada, enquanto me lancei contra ela. - Jimin!
- Hyuna! Hyuna! - eu a apertei, soltando meus sapatos, meu celular, e o buquê, que caíram na bagunça de xícaras e açúcar. - Senti tanto sua falta! Muita mesmo!
Eu a deixei e abracei SooHyun. Estava eufórico demais.
- E também senti saudades suas, SooHyun. Não é estranho?
Ela me abraçou meio sem jeito.
- Acho que sim... - mas estava sorrindo.
- Gomes! Como é bom ver essa sua careca outra vez! - eu disse, enquanto o esmagava com os braços. Ele ficou meio sem jeito, mas acabou retribuindo meu abraço. - Desculpe pelo susto...
- Que bom que está de volta, senhor. - disse um pouco acanhado.
- Onde ele está? - perguntei ainda ofegante.
- No quarto. Ele não sai de lá. - Hyuna disse com os olhos arregalados, ainda surpresa com meu súbito aparecimento.
Comecei a correr em direção ao quarto dele quando Hyuna gritou:
- Não no quarto dele! Em seu antigo quarto.
- Jungkook! - resmunguei, mudando de direção. Não me perdi dessa vez. Não me perderia nunca mais!
Alcancei a porta e tentei abri-la, mas estava trancada com chave.
- Vá embora! - gritou lá dentro.
Meu corpo todo estremeceu ao ouvir sua voz, mesmo estando mais rude que de costume. Bati na porta com mais força.
- Já pedi para me deixar em paz. - ele vociferou.
Não desisti. Continuei batendo insistentemente até que ouvi sons de passos pesados e sua voz lamuriosa esbravejando outra vez.
- Eu já disse para ir embora! - berrou ao abriu a porta. Seus olhos furiosos se arregalaram, depois ficaram confusos. O rosto abatido me examinou por alguns segundos.
Meu coração batia ensandecido dentro do peito. Ele estava ali, bem na minha frente!
- Tem certeza? Eu vim de tão longe! Mas se quiser que eu vá emb... - não pude terminar, seus braços urgentes me puxaram para si e seus lábios esmagaram os meus com desespero.
Jungkook me apertou muito, num abraço quase insuportável, mas não pude ficar mais agradecido. Queria que ele nunca mais me soltasse! Minhas mãos tocaram o máximo dele que conseguiram: seu cabelo, seu pescoço, seu rosto, seus ombros.
- Jimin! - ele gemeu vez ou outra sem desgrudar os lábios dos meus.
Senti minha vida se encaixar novamente, exatamente como eu me encaixei em seus braços. Tudo fazia sentindo outra vez.
Jungkook me beijou, ainda na porta do quarto, até que tudo ao meu redor se tornou um borrão giratório e eu fiquei sem fôlego. Sua boca deixou a minha, mas suas mãos não deixaram meu corpo, ainda me apertavam com urgência.
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ESPELHO // Jikook Version
Hayran Kurgu[{CONCLUÍDA}] Desde pequeno, Park Jimin odiava a palavra casamento, e achava amor algo desnecessário para sua vida. Mas ao ganhar um apartamento do seu melhor amigo e chefe, ele não imaginava que um espelho velho e sujo, o levaria para duzentos anos...