Fiquei fascinado com os livros que encontrei na sala de leitura. Livros de todos os gêneros, como filosofia, história da humanidade, livros de pesquisas e clássicos, incontáveis clássicos. É claro que eu sabia que em 1830 diversos livros já haviam sido publicados, mas fiquei realmente impressionado ao encontrar alguns autores ali. Edgar Alan Poe, Lord Byron, Denis Diderot, Goethe, Shakespeare, Antoine Galland, muitos de Walter Scott e alguns outros que eu não reconheci. Mas um deles atraiu meu interesse assim que passei os olhos. Com os dizeres By a lady, London, 1811 na primeira pagina e uma capa de couro marrom, tilintando de nova. Peguei-o com extremo cuidado, não que precisasse, só era estranho demais fazer meu cérebro entender que aquele livro era tão antigo - mas, segundo a primeira página, havia sido publicado há apenas alguns anos - não iria se desfazer quando eu o tocasse. Folheei algumas páginas para ter certeza, e lá estava Elinor Dashwood, Norland Park, Edward Ferrars. Virei o livro em minhas mãos com muito cuidado, como se fosse feito de um fino cristal que pudesse facilmente estilhaçar-se.
- Não é possível! - exclamei surpreso.
- Algum problema, senhor Jimini? - perguntou Hyuna alarmada.
- Problema? Não, Hyuna. - respondi sem tirar os olhos do livro. - Você sabe o que é isto?
Ela ficou confusa.
- É um livro. - disse lentamente. - Um romance. Meu irmão o comprou há alguns anos. Veio da Europa.
- Sim. É um romance, o primeiro romance que Jane Austen publicou! - eu estava maravilhado em poder segurá-lo em minhas mãos. - É o original! Primeira edição! Veja! Aqui diz que foi publicado pela própria autora!
- Jane Austen?
- Isso. Você tem um verdadeiro tesouro aqui! - pelo menos para alguém apaixonado por livros (e por Jane) como eu era. Não conseguia passar uma única semana sem encontrar algum livro novo para ler. Claro que tinha minha autora favorita. Segurava naquele instante uma obra dela em minhas mãos e tinha outro guardado na bolsa ali no quarto.
- Acho que ainda não ouvi falar dela. - Hyuna estava sentada ao lado da mesa onde diversos livros estavam empilhados. - Você a conheceu?
-
- Todo mundo conhece Jane! - então, pela confusão em seu rosto, percebi que nem todo mundo a conhecia. Ainda.- Você ouvirá falar dela,tenho certeza. Eu adoro os romances dela. Este aqui é um dos melhores!- Gostei muito desta história também. Entretanto, demorei um pouco para terminar de lê-lo. - ela sorriu timidamente. - Meu inglês não é tão bom quanto o de Taehyung.
SooHyun parecia entediada. Como sempre ficava quando eu estava presente. Imaginei que este não fosse seu estado natural, pois Hyuma parecia gostar dela verdadeiramente. Passei o resto daquela tarde me deleitando com a perfeita escrita de Austen. Estava tão absorto na leitura que, quando Jungkook irrompeu a sala, tive um pequeno sobressalto. Eu sempre me "perdia" em meus livros. Entrava fundo nas histórias como se eu mesma fosse parte dela, fosse um romance, um policial ou um terror sobre vampiros. Então lá estava eu, em mil oitocentos e pouco, esperando que Elinor e Edward finalmente se entendessem quando Jungkook entrou na sala me trazendo de volta para mil oitocentos e pouco!
Fiquei confuso por um instante. Era como se ainda estivesse dentro do livro! Eu ri da idiotice da situação.
- Senhoritas e Senhor, teremos um convidado para o jantar desta noite. Pensei que gostariam de ser alertados com antecedência. - Kook falou apressado.
- Um convidado? - indagou SooHyun se levantando. - Algum conhecido, Senhor Jeon?
- Sim. Pode-se dizer que agora é um conhecido. Então, se me derem licença, tenho algumas tarefas para terminar antes do jantar. - ele se inclinou e saiu rapidamente sem ao menos dar chance a SooHyun de fazer mais perguntas, o que ela claramente pretendia. Saiu sem nem mesmo me dirigir um olhar. Não que eu me importasse com isso.
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ESPELHO // Jikook Version
Fanfiction[{CONCLUÍDA}] Desde pequeno, Park Jimin odiava a palavra casamento, e achava amor algo desnecessário para sua vida. Mas ao ganhar um apartamento do seu melhor amigo e chefe, ele não imaginava que um espelho velho e sujo, o levaria para duzentos anos...