Encontrei-me com Jungkook no estábulo, Storm já estava selado e pronto para o passeio. De repente, minha coragem vacilou. Storm era grande e assustador demais. Vi um sorriso desafiador se espalhar nos lábios de Jungkook. E então, me apoiei em seu ombro e subi colocando um pé no estribo, todo desajeitado. Kook montou com a elegância de quem montava desde os dois anos de idade.
Storm se comportou como um verdadeiro cavalheiro, trotando suavemente, me deixando mais à vontade depois de alguns minutos, e os braços de Jungkook firmes em minha cintura me mantiveram no lugar.
- Para onde estamos indo? - perguntei, quando não podia mais ver a casa, apenas mata e árvores.
- Não sei bem. Por ora, Storm apenas me permite montá-lo, mas ainda é ele quem decide para onde ir.
Eu ri.
- Muito útil ter um cavalo que não obedece aos comandos.
- Foi muito útil na noite de sábado. - ele não sorriu. Não achava engraçado. Alisei a crina de Storm.
- Valeu pela ajuda, amigão. - sussurrei para o cavalo. - E obrigado por não ter derrubado Jungkook.
Dessa vez, Jungkook riu.
Depois de um tempo, comecei a reconhecer o caminho, e soube para onde Storm estava me levando. Exatamente para o mesmo lugar onde me encontrou no sábado. Paramos um pouco mais adiante, debaixo da árvore.
- Acho que aqui é de alguma forma, o nosso lugar. - disse, depois que Jungkook soltou a rédea e Storm saiu trotando feliz.
- De alguma forma. - concordou.
Ele apoiou as costas na árvore e eu me sentei ao seu lado.
- Sabia que gosto muito deste terno? - ele disse, me encarando com um sorriso no rosto. Eu vestia o terno azul escuro que tinha a cicatriz das linhas de Madalena na bainha fechando o buraco que abri quando tentei sair do estábulo há alguns dias atrás.
- Obrigado. - eu disse, numa mistura de embaraço e prazer.
Ele tocou minha testa, depois suspirou aliviado.
- Eu estou bem, Jungkook. Pode parar de se preocupar, por favor? - resmunguei.
- Desculpe-me, mas não posso! - e me lançou um olhar que implorava compreensão.
Eu ri.
Peguei minha bolsa e mostrei a ele as coisas que tinha comigo, algumas delas Jungkook já tinha visto naquele dia em que lhe dei a caneta, mas dessa vez expliquei para o que serviam: as chaves de casa, e o maldito sachê de ketchup! Rasguei a embalagem, coloquei um pouco no dedo e ofereci.
- Prove. - estiquei o dedo.
Ele não hesitou. Rapidamente, pegou minha mão e levou meu dedo a boca. Claro que todo meu corpo acordou imediatamente com o contato.
- Hum! É meio doce e... azedo!
- É. Fica gostoso em sanduíches e eu amo com batata frita.
- Ficou gostoso com dedo também. - disse ele, brincalhão.
Eu ainda ria quando peguei o espelho, as mãos um pouco trêmulas. Era isso que eu queria mostrar a ele mais que qualquer outra coisa.
- O espelho. - estiquei a mão.
Ele pegou o objeto. Seu rosto ficou muito sério. Jungkook virou de um lado para o outro muitas vezes nas mãos, analisando cada linha, cada detalhe. Talvez tentando encontrar algo de especial em um simples espelho.
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ESPELHO // Jikook Version
Fanfiction[{CONCLUÍDA}] Desde pequeno, Park Jimin odiava a palavra casamento, e achava amor algo desnecessário para sua vida. Mas ao ganhar um apartamento do seu melhor amigo e chefe, ele não imaginava que um espelho velho e sujo, o levaria para duzentos anos...