Claro que minha volta causou muito rebuliço na casa e na vila, a fofoca se espalhou rapidamente. Hyuna ficou felicíssima - mas não surpresa, ainda mais depois de Jungkook e eu termos passado a noite juntos tão abertamente - ao saber que nos casaríamos dentro de algumas semanas. Jungkook não queria esperar tanto, tinha pressa, assim como eu. Mas a papelada tomava algum tempo, principalmente porque eu tinha que arranjar novos documentos. Veio muito a calhar que Jungkook tivesse tanto prestígio com o escrivão do cartório, que nem ao menos questionou a história do falso assalto e, em troca de algumas moedas, criou documentos novos para mim. Não dava para apresentar meus documentos originais com data de duzentos - anos à frente. Então, agora eu era Park Jimin, nascido em 13 de Outubro de 1807. Uma loucura!
SooHyun se tornou mais tolerável, ainda que não fossemos os melhores amigos, vi que ela se esforçava para ser mais agradável, e eu tentei fazer o mesmo. Tendo Hyuna como amiga em comum, imaginei que o tempo se encarregaria de nos aproximar mais.
Madalena chorou muito quando me viu pela manhã. Abracei-a forte contra meu peito.
Ela me disse o quanto sentiu minha falta e que não apenas ela, mas os outros empregados estavam estranhando a monotonia. Ela me botou a par de muitas coisas que aconteceram durante minha ausência. Não gostei de ouvir como Jungkook havia se comportado neste período: sem comer, sem sair de casa, abandonou seus assuntos comerciais, sempre acompanhado de uma garrafa de uísque, sempre gritando com todos, até mesmo com Hyuna.Pretendia dar uma bronca nele, mas seus olhos cheios de angústia com a lembrança me impediram. Eu não permitiria que ele sofresse daquela forma outra vez. Nunca mais!
E, apesar de minhas negativas, Jungkook decidiu fazer um novo baile para anunciar formalmente o nosso noivado. Hyuna ficou eufórica e eu sabia o motivo. Ela se encontraria com Hyo-Jong e eu era o único que sabia como aqueles dois terminariam.
Jungkook me levou até a vila para encomendar novos ternos - um para o baile de noivado, um para o casamento e uma dezena deles para o dia-a-dia. Aproveitei para pedir à madame Georgette que me fizesse cuecas novas. Fiz alguns rabiscos - eu desenhava mal pra caramba - do que eu queria e pedi que fizesse pelo menos uma dúzia delas. É claro que ela quase surtou quando expliquei qual era a função daquele pequeno pedaço de tecido. Tive muito trabalho para fazê-la entender que cueca não era coisa do demônio. Jungkook gargalhou enquanto eu tentava explicar para a costureira que algumas pessoas preferiam usar menos roupas porque sentiam muito calor. Madame Georgette me prometeu que faria ternos mais simples.
Depois, Jungkook me convidou para um passeio pelas ruas da vila no final da tarde, mas na verdade, desconfiei que foi apenas um pretexto para poder me exibir aos seus conhecidos.- Boa tarde, Senhor Cabral. Como tem passado? Creio que ainda não lhe apresentei meu noivo! - ele disse orgulhoso ao padeiro, com um imenso sorriso no rosto.
Ele me apresentou como seu noivo a dezenas de pessoas, sem se importar com o que diriam. Algumas que eu até já conhecia, como SunHee. Seu rosto de porcelana se retorceu em tristeza quando Jungkook lhe informou de nosso compromisso. Fiquei com pena dela, mas ela encontraria seu par por aí, porque Jungkook era o meu, jamais seria de outra pessoa, mesmo que eu não tivesse aparecido e bagunçado tudo.
E, contra minha vontade, precisei pedir a Jungkook que me comprasse um sapato. Eu só tinha o sapato que Taehyung tinha me emprestado, e era apertado demais. Amaldiçoei-me diversas vezes por não ter usado tênis na cerimônia de casamento.
Além disso, Jungkook adorou a ideia de fazer mais compras. Ele estava eufórico - na verdade, esse era o seu estado atual agora -, enquanto me comprava tudo que via pela frente, tudo o que havia para comprar ali: perfumes franceses, cremes para o rosto, talcos. Parecia que queria me dar o mundo! Ele só não entendia que já tinha feito isso quando disse que me amava pela primeira vez.
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ESPELHO // Jikook Version
Fanfiction[{CONCLUÍDA}] Desde pequeno, Park Jimin odiava a palavra casamento, e achava amor algo desnecessário para sua vida. Mas ao ganhar um apartamento do seu melhor amigo e chefe, ele não imaginava que um espelho velho e sujo, o levaria para duzentos anos...