Jungkook já havia partido para seu compromisso quando encontrei as garotas na sala de jantar prontas para o compromisso com a costureira. Decidi deixar o espelho no quarto. Se a costureira fosse tomar minhas medidas e encontrasse um retângulo duro e prateado que nunca viu na vida dentro da calça poderia começar a fazer perguntas. E eu não queria perguntas.
Queria respostas!
Ao chegamos na vila, notei que o movimento era bem maior do que o que eu tinha visto no dia anterior. Os prédios de paredes e portas igualmente altas estavam abertos. Fiquei surpreso com o tipo de comércio que vi. Na verdade, não achei que realmente se tratasse de comércio, era mais uma feira livre ou coisa assim. Diversas carroças se amontoavam na rua de pedras, com os mais variados produtos: galinhas e porcos vivos, verduras e legumes, artigos de decoração, um tiozinho esquisito vendia o elixir da vida por apenas uma moeda.
Hyuna me mostrou o que pensei ser a padaria nem de perto se parecia com uma, apenas uma banca na calçada estreita, repleta de pães variados. Vi o tal boticário, um senhor idoso, mas de uma vitalidade impressionante: SooHyun me contou que ele fazia algumas poções que podiam curar doenças tipo um remédio homeopático, imaginei. Um dos comércios que passamos em frente tinha aparentemente tudo que dava para se ter ali, de sabonete a sacos de farinha, talvez fosse o precursor do supermercado.
Fiquei atento a qualquer pessoa suspeita ou, de repente, um objeto que pudesse ser o que eu estava procurando. Imaginei que, num lugar tão enfadonho, qualquer notícia nova devia correr como pólvora. Tive essa suspeita confirmada quando madame Georgette - não tinha a menor ideia do porquê todo mundo se referia a ela como madame - me cumprimentou.
- Então este é o Senhor Jimin, - ela disse, com seu sotaque francês. - Fiquei curriosa a seu respeito. É encantadorr, chérri!
- Err... Mérci? - arrisquei.
- Oh! Chérri! - ela juntou as mãos sobre o colo farto. - Quanta delicadeza! Não me admirra que mademoiselle SunHee tenha dito que o Senhor Jeon parrecesse tão encantado com você, meu carro!
Ah! Que ótimo! Agora a família dele era a fofoca do dia!
- Mas este seu terno! - ela fez uma careta, desaprovando. - Não está lhe favorrecendo, Chérri. Veja! Está frrouxo e lorrgo demais! Uma beleza como a sua prrecisa ser valorrizada. - papo de vendedora, tão antigo quanto a vaidade feminina.
Ela me mostrou diversos ternos quase prontos. Não me empolguei muito, não era meu estilo, mas Hyuna ficou esfuziante.
- Me ajude a escolher um, Hyuna. - pedi. Por mim, não levaria nada.
Ela separou diversos deles para que eu provasse. Gostou muito de um branco, mas consegui convencê-la de que, para quem tinha pouco roupas - ou nem uma -, cores escuras seriam mais práticas, por não mancharem com tanta facilidade.
Acabei ficando com um terno preto e outro azul escuro - Hyuna não permitiu que eu ficasse com apenas um, disse que o compraria de uma forma ou de outra, não me deu outra escolha. A costureira era muito hábil, apenas uma assistente a ajudava. A grande sala de seu atelier de costura estava escura, entulhada de tecidos e papéis por toda parte. Parecia que acabara de acontecer um terremoto. E eu pensei que meu apartamento se parecesse com uma zona de guerra...
Enquanto fazia alguns ajustes nos dois ternos, madame Georgette me lançava um olhar reprovador toda vez que tocava minha cintura. Puxou a calça para que aumentasse o volume e sua testa se enrugou.
- Humm... - resmungou - ...seus sapatos são muito interresantes, cherri.
Hyuna escolheu seu vestido rapidamente - marfim, mangas curtas, com alguns bordados delicados e ampla saia. Pelo desenho, achei a cara dela. SooHyun, porém, deu mais trabalho. Disse diversas vezes que o vestido tinha que ser especial, digno de uma rainha!
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ESPELHO // Jikook Version
Fanfiction[{CONCLUÍDA}] Desde pequeno, Park Jimin odiava a palavra casamento, e achava amor algo desnecessário para sua vida. Mas ao ganhar um apartamento do seu melhor amigo e chefe, ele não imaginava que um espelho velho e sujo, o levaria para duzentos anos...