Capítulo 13 - Costrangimento e Ciumes

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 Para me distrair, tentei me concentrar em coisas mais simples mantendo Jungkook longe dos meus pensamentos. Coisas mais simples como fazer um condicionador. Contudo, não era tão simples assim conseguir um no século dezenove. Uma vez, numa das muitas maluquices de Taehyung - na primeira viagem que ele fez para o exterior, o doido resolveu que tinha que ser para a Indonésia -, ele cismou que o condicionador caseiro que as indonésias usavam era muito melhor que os caros de perfumaria. Servi de cobaia na época e o resultado até que foi satisfatório. Nem de longe tão bom quanto os cosméticos que eu usava, mas para o que eu estava usando - detergente sem nada para hidratar -, a gosma de Taehyung era melhor que nada.

- Madalena, você conhece leite de coco? - eu já tinha encontrado as outras frutas.

- Leite de coco? Leite?

- Já vi que não! - sem leite de coco.

Humm...

Mas tinha coco na imensa fruteira! E a água de coco era hidratante - pelo menos os médicos a indicava em caso de diarreia - e, se a água era capaz de hidratar por dentro, por que não por fora? Valia a pena arriscar!

- Errr... você pode furar este coco para mim, não sei fazer isso. - me desculpei, estendendo a fruta. - Só preciso da água.

- Claro. - disse ela, desconfiada. Bom, é ate aceitável a desconfiança dela. - Não sabia que o senhor pretendia cozinhar!

- Madalena, não vou cozinhar. Eu nem sei como fazer isso, já te falei! - assegurei a ela. - Mas preciso fazer um pouco de condicionador pro cabelo. Daqui a pouco, você pode me confundir com um leão e atirar uma panela de água quente em mim.

- Condicionador? Para o cabelo? - sua testa se enrugou. Suspirei.

- Sim, veja como está seco. Preciso hidratá-lo ou vou acabar parecendo uma vassoura velha.

Enquanto ela abria o coco, adiantei meu trabalho. Amassei meio abacate e uma banana, misturei bem até virar uma papa grossa. Madalena me passou uma caneca com a água. Sob seu olhar curioso, fui adicionando o líquido aos pouquinhos e mexendo até que a consistência ficasse parecida com a de um condicionador de verdade. O cheiro era bom, muito melhor que o xampu com aroma de azeite.

- Pronto! - exclamei quando a meleca estava no ponto certo.

Madalena me olhava de um jeito estranho, parecia não entender o que eu faria com aquele mingau esverdeado.

- Quer experimentar? - ofereci.

Ela ergueu o dedo timidamente, passou na papa e depois lambeu.

- Não, Madalena, no cabelo. Quer experimentar para usar no cabelo? Ela me lançou aquele olhar de "você é doido?"

Revirei os olhos.

- Funciona assim, você lava o cabelo com o xampu. Depois de enxaguar, aplica uma quantidade mais ou menos assim... peguei um punhadinho na mão - ...espalha no cabelo e enxágua de novo, vai ficar macio e desembaraçado.

Ela não pareceu convencida.

- Eu nunca ouvi falar disso!

- Eu sei! É por isso que eu tive que fazer! - poxa vida! As pessoas podiam se esforçar mais para me entender. Eu não era louco. - Vou deixar um pouco para você, fiz o bastante para dois. Você usa e amanhã me conta o que achou, certo? - coloquei um pouco dentro de uma xícara.

Ela ainda parecia desconfiada.

- Tudo bem, Madalena. Se não quiser usar, não tem problema. Mas eu realmente preciso tratar esta palha. - toquei meu cabelo ressecado. Pensei que poderia virar pó se o apertasse muito, de tão seco que estava.

ESPELHO // Jikook VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora