Cap. extra - Surtos leves e casamento

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GIZELLY

Eu estava sozinha em meu apartamento, no meio de um completo surto. Eu tinha acabado de vê-la, nos despedimos no carro e eu já estava com vontade de ligar pra saber se ela tinha chegado bem em casa, se ela tinha aguando as plantinhas. A Fernanda é esquecida demais... Eu queria saber dela o tempo inteiro e esse sentimento me assustava!

Meu histórico de azar no jogo e azar no amor me perturbava. Um dia fui num parque com a Marcela e a desgraçada queria ir num labirinto... a gente se perdeu da saída num grau que o parque teve que mandar uns funcionários pra buscar a gente e a Ma ria enquanto eu gritava "azar no jogo, azar no amo, azar em tudo" mas essa insegurança era coisa da minha cabeça. A Fernanda nunca demonstrou medo ou dúvida nenhuma.

No dia em que ela me pediu em namoro, depois do meu sim e de a gente chorar feito duas tontas, enquanto comíamos sobremesa, ela disse que já sabia que eu ia aceitar. Ela sempre estava lá, ela é a minha certeza. Sempre acreditou em mim e em nós, sempre conversou sobre tudo, sempre me ouviu quando eu precisei, ela é o meu sempre, minha constância.

E eu já estava perdidamente apaixonada em todos os sentidos possíveis e imagináveis. Esses dias, descobri que estava apaixonada até pelo jeito que ela fica enquanto lê alguma coisa. Consigo visualizar perfeitamente ela sentada na poltrona aqui da sala, com um olhar sério, o livro numa mão e apoiado no joelho e a outra mão enrolando alguns fios de cabelo...

E eu não sabia se existia hora certa para fazer o que eu estava prestes a fazer, mas se eu fosse esperar essa hora chegar e ela demorasse? Eu seria capaz de processar o tempo por ele não me mandar um sinal de que era a hora! Peguei o celular e liguei para minha mãe contando.

                                                                                       XXX

Ainda com o celular na mão, iniciei uma chamada de vídeo com o grupo das "advogatas".

- Gizelly, pelo amor de Deus, minha querida, que maquiagem é essa? - perguntou Ana Paula. Ana se preocupando com minha maquiagem desde o útero da minha mãe, todo dia isso, não aguento mais.

- Ela ligou pra mostrar a fantasia para o carnaval, foi? Vai de coringa, meu amor? - perguntou Taís. Taís sendo insuportável, não choca ninguém.

- Tá tudo bem, Gi? Você estava chorando? - perguntou Letícia e seu rosto estava preocupado. Leleca me conhece tão bem.

- A internet dessa doida é tão ruim que a cara dela nem se mexe na chamada, não sei pra que inventar moda e fazer chamada de vídeo... Eu tava dormindo e saí do mundo dos sonhos para um pesadelo vendo esse monte de bruxa! - disse Tábata com a cara toda amassada.

- Vocês podem deixar eu falar por favor? - falei sem muita paciência, meus nervos já estavam mortos - Eu vou pedir a Fernanda em casamento - completei.

                                                                                      XXX

Foi um surto coletivo. Minha mãe super apoiou, me desejou tantas coisas boas e bonitas... Que eu fosse feliz, que vivesse uma vida linda ao lado da mulher que eu amo, que amava a Fernanda como uma filha (a família inteira gostava mais da minha namorada do que de mim, até o Jackinho preferia ela), choramos horrores e quando a ligação acabou, parei para pensar e chorei um pouco mais. Eu ia pedir a mulher que eu amo em casamento! Em seguida, liguei para as minhas meninas. As amigas que acompanharam toda a minha saga de desventuras em série e que nos últimos meses, vinham acompanhando o amor em seu estado mais vívido possível...

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⏰ Última atualização: May 09, 2020 ⏰

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