FLASHBACK 1
- Marcela, pelo amor de Deus, vamos embora!
Gizelly já não aguentava mais ouvir música eletrônica e claramente não era a única do grupo. Thelma e Ivy já tinham desistido da pista de dança e estavam sentadas no bar do andar de cima há tempos.
- Mas amiga, a festa começou agora pouco e o Dan tá super animado, você sabe que ele adora psyco e trance! - falou enquanto se aproximava do ouvido da amiga - sobe e senta lá com as meninas um pouco, só não vai embora ainda, POR FAVOR!
Gizelly apenas balançou a cabeça e revirou os olhos. Desde que a amiga tinha arrumado esse novo namorado, tudo era ele: as festas que ele gostava, vamos por que ele gosta... A capixaba vivia pensando em como relacionamentos mudam a forma das pessoas agirem. Foi se espremendo no meio da multidão até voltar pro bar e reencontrar as outras meninas.
- Gentê, levei um empurrão de um doido ali no meio... sangue, fogo e labareda, quanto homem abobado nessa festa viu!
Tanto Ivy quanto Thelma se viraram ao reconhecer a voz da garota.
- Mas você se machucou? Tá tudo bem?? - perguntou Thelma enquanto dava um gole em sua caipirinha.
- Não, tô bem sim - A jovem não queria pensar muito em seu estado de chateação atual ou iria embora e Marcela pediu tanto pra ela ficar... sua lealdade com os amigos era seu pior defeito as vezes - e você, Ivy, porquê tá tão quietinha aí? - perguntou enquanto abraçava a amiga que estava sentada.
- Ô Gi, é que eu não gosto desses trem eletrônico, não. Num entendo nada que eles tão dizendo... poxa, deixei meu filho com minha mãe pra curtir a noite com as garotas e a Marcela me vem com uma dessas? Eu preferia MIL vezes o karaokê naquele barzinho - falava enquanto gesticulava com as mãos.
- Eu também! A Marcela só tá dando mancada em cima de mancada - disse Thelma levantando a voz para conseguir ser ouvida em meio a tanto barulho.
- Eu vou resolver nossa situação. Vou falar com o DJ
- OCÊ NUM TÁ DOIDA, GI - Ivy gritou - deixa ela ir! - emendou Thelma - a gente quer se divertir! Eu usei uma folga do trabalho para estar aqui hoje, quero dançar até me acabar!
- O DJ vai conhecer o poder do furacão - as meninas riram e Gi se despediu com uma piscadela - ja volto hein, firma o rote que já já eu volto!
●○●
A festa também não estava legal pra Rafaela e sua tropa que estavam no outro lado da boate. A mineira tinha desmarcado uma reunião está noite para poder sair com os amigos, mas não estava nada satisfeita.
- Liga pra ela outra vez, Py - dizia Manu pela décima vez em meio ao barulho.
- Eu tô tentando, gente, mas só dá desligado. Toda vez é isso! A Sammy vai ficar uma fera quando voltar do banheiro e descobrir que a babá não deu notícias do Jake - Pyong era um dos poucos amigos de Rafaela que tinha finalmente casado e já era pai.
- Aí, gente, vamos embora? Essa festa tá um enterro, sério - disse a mineira sem esperanças.
Rafa estava começando a ficar irritada com a situação. Nada tinha saído como o planejado: Manu não tinha conseguido chegar a tempo para dançarem Dont Start Now - sua música favorita - Pyong e Sammy estavam presentes no lugar, mas só o corpo. A mente estava sempre no bebê Jake que estava levemente resfriado e em casa, com a babá de confiança da família de Pyong mas que não dava notícias.
- Gente, é melhor a gente ir embora mesmo. Ninguém tá muito no clima pra festa, essa música tá horrivel... - Manu parou de falar quando a música parou de tocar e todos olharam sem entender para a cabine do DJ. Duas batidinhas no microfone foram ouvidas e de repente uma voz feminina falou:
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Ela é amiga da minha mulher
RomantizmRafaella Kalimann nunca pensou que encontraria o amor de sua vida. Quando isso finalmente acontece, ela se vê em uma montanha russa de emoções, pois além de amar sua mulher acredita estar se apaixonando pela melhor amiga da namorada.