Fragmentos de memória

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SEGUINDO EM FRENTE

Por DBacellar

A luz que cegava a todos desvaneceu aos poucos, assim como os gritos de Hermione. Então Tom viu-se na sala de Dumbledore. Ele olhou por um momento para o rosto de Abraxas e percebeu que seu amigo estava mais pálido do que costumava ser naturalmente. Ele olhou ao redor da sala do professor de transfiguração, procurando por respostas e então ele viu.

Hermione estava deitada ao chão, contorcendo-se. O sangue ainda esvaia de seu corpo em cortes que pareciam ser profundos demais e Dumbleore murmurava um feitiço na tentativa de conter o efeito da maldição lançada por Rabastan.

— Abraxas, chame o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Abraxas ainda sentia-se fincado ao chão, mas obedeceu rapidamente o que o seu professor de transfiguração lhe ordenara e saiu desgovernado pelos corredores do castelo. Tom estava entorpecido e sem que ele realmente tivesse se dado conta, ele havia se aproximado da castanha. Seu coração estava apertado e a garganta secava e doía em um nó involuntário. Ele sentou ao chão, perto da garota que estava ficando cada vez mais pálida.

Ele tinha medo de tocá-la. — Pode tocá-la Tom... — ouviu a voz do velho mago. — Ela está realmente aqui, não é mais uma ilusão.

As mãos de Tom lentamente estenderam-se ao rosto da castanha afastando os fios úmidos dos cachos das lágrimas, do sangue e do suor. Houve sensação. Ele sentiu sua pele fria debaixo de seus dedos.

— Como o senhor fez isso? Como a trouxe para cá? — Tom sussurrou enquanto acarinhava o rosto desacordado da castanha.

— O livro Tom. Veja, estive procurando por ele durante muitos anos, até perceber que ele não pode ser encontrado. Ele escolhe quem o encontrará. Ele ajuda quem ele deseja e somente dentro do que for possível. Então eu o vi em suas mãos em um dos corredores e me perguntei no que ele se transformou para você. Quando estive em Hogwarts, como aluno, ele era o que me mantinha ligado com Ariana. — uma tristeza tangível instalou-se no olhar do velho. Tom perguntou-se quem seria Ariana. — Mas para você Tom, ele tornou-se uma fenda no tempo. Algo perigoso demais para se usar levianamente. Há quando tempo você o tem usado, Tom? — Alvo perguntou enquanto o sangramento da castanha diminuía consideravelmente e um pouco de cor voltava ás suas bochechas.

— Um mês. — Tom optou pela sinceridade. Ele sabia que não deveria mentir para Dumbledore. — Nós sabíamos que não pertencíamos ao mesmo tempo. Eu estava tentando ajuda-la. — ele acrescentou, não para gabar-se, mas talvez como uma forma de justificar-se.

— Você sabe Tom, coisas terríveis acontecem com bruxos que mexem com o tempo. Hoje, aconteceu algo que nunca deveria ter acontecido e todos nós sofreremos a consequência. Ela não é desse tempo Tom, não pode permanecer aqui.

Tom sentiu todo o seu corpo travar.

— Porque não?! — ele perguntou olhando nos olhos azuis e cristalinos de Alvo.

Alvo ergueu uma sobrancelha para Tom, um riso mínimo brotando em seu rosto sereno. — Você se importa com ela. — não foi uma pergunta.

A boca de Tom formou uma linha rígida. Ele não gostava de ter seus sentimentos expostos.

— Ela deve ter uma família de onde ela vem Tom, deve ter amigos. Pessoas que sentiriam a sua falta e sofreriam pela sua ausência.

Tom fez uma negativa com a cabeça. — A única pessoa que ela tinha estava agonizando no salão. Ela perdeu a família na guerra. Ela nunca me explicou direito nada que pudesse me dar dicas sobre o futuro, ela é esperta. — ele riu. — Mas, ela não tem ninguém. Ela perdeu o namorado e o melhor amigo... Ela perdeu os pais. Ela não tem ninguém.

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