Transição

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— Que os melhores legilimentes e oclumentes que conhecemos aliem-se à Grindelwald. Queremos que vocês sejam nossos espiões.

— Vocês só podem estar loucos... Ou brincando. — Abraxas falou em um sussurro indignado, imaginando com terror a magnitude daquele pedido.

— Não Sr. Malfoy. Não estamos loucos e muito menos somos dados à esse tipo de brincadeira. Entendam que se os senhores forem omissos, seria como compactuar com os planos de Grindelwald. Permitir que ele domine a Inglaterra e que ele continue ganhando forças, em tudo, não parece uma boa ideia. — o auror falou um tanto sarcástico. — Se permitirmos que ele continue seguindo no ritmo que vai, em breve não haveria Inglaterra, ou qualquer parte do mundo que fosse segura, e penso que ambos querem um futuro, sim? Vocês são sonserinos. São parecidos com o estilo de vida que Grindewald aprecia. Essa indiferença, superioridade e frieza que vocês carregam em seus olhos atestam isso. Estou certo que como ex-estudante de Durmstrang, ele apreciaria o talento sonserino de vocês. — o auror parecia ter o plano perfeito, mas Abraxas e Tom ainda carregavam todas as dúvidas em seus olhos. Pelos céus, era de Grindelwald que eles estavam falando.

— Vamos garotos, vocês irão voluntariamente. Serão recrutados para o exército dele. Ele não teria porque suspeitar que dois sonserinos que por tantos anos apoiaram a ideia de que os sangue-ruins são inferiores e indignos, estariam trabalhando contra eles.

Tom riu, na verdade não achando graça da situação. — Provavelmente toda a Inglaterra sabe que namoro umasangue-ruim agora. — ele falou sarcasticamente. — Essa informação chegaria facilmente aos ouvidos de Grindelwald.

— Não, não. Quantas pessoas realmente sabem que srtª Granger é uma mescla náiade, além do Nott? Algunsamigos sonserinos dos senhores... E pelo que sabemos vocês se incumbiram pessoalmente de obliviar a todos.

Tom suspirou voltando a esfregar as têmporas. Havia uma maldita e racional lógica em tudo o que o auror infeliz falava.

— Hermione é uma náiade e acho que isso significa que não posso ir... — Tom murmurou pensando principalmente no fato de que uma náiade não resistiria ser afastada de seu parceiro em um momento tão delicado. Que náiade resistiria? Morreria de desgosto certamente. Só o pensamento o fez estremecer. Ele não tinha nada a ver com Grindelwald e queria continuar assim.

O maldito Ministro não poderia coagi-los dessa forma. Trocar a proteção das garotas que amavam por um serviço quase suicida era literalmente insanidade e isso os dois sonserinos não eram. Não eram insanos. Não eram burros.

— Dê-nos um tempo para pensarmos, sim? — Tom falou ganhando tempo quando o auror não respondeu à sua primeira negativa. O auror porta voz do Ministro sabia que em parte nada fazia sentido. Do que adiantaria protegerem uma náiade que estaria fadada a morrer se fosse afastada de seu companheiro? Mas o mesmo auror carregava em sua expressão a esperança de que os dois adolescentes aceitariam a proposta.

— Precisamos de tempo para digerirmos essa ideia... — Abraxas completou saindo do torpor dos seus pensamentos. Tom sacudiu a cabeça positivamente em confirmação. Estava cansado demais para formar argumentos e pensamentos complexos naquele instante. Tudo o que ele queria era ir até a sua castanha, abraça-la, enroscar o seu corpo próximo ao dela e sentir o seu cheiro que o acalmava em qualquer situação.

— Daremos o tempo que os senhores desejarem. Entrem em contato com o Ministro quando tomarem nossopartido. — o auror falou pesaroso. Para ele, tinha que funcionar. Eles eram as melhores armas que poderiam ter. Doía-lhe que tivesse que usar aquele método mesquinho para atraí-los, mas ele sabia que como os sonserinos que eram, jamais aceitariam de bom grado uma tarefa tão árdua e incerta.

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