O primeiro resgate

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"É parte da cura o desejo de ser curado. -- Sêneca."

Tom murmurou alguma coisa inaudível.

Dumbledore teve a gentileza de ir até a pequena criança que chorava descontroladamente e através de suas habilidosas mãos lançou-lhe uma magia calmante.

Sem esperar que mais alguém conseguisse ser proativo o suficiente para esboçar reações mais complexas, Dumbledore pegou a pequena menina em seus braços e a deixou aos cuidados do vizinho mais próximo sem dar maiores explicações. Como a vila de Godric era mista, Dumbledore estava vestido em paletó roxo combinando com as calças, sapatos pretos lustrosos e uma gravata azul. A enorme barba e cabelo diminuídos e devidamente arrumados por um encanto de glamour. Os trouxas – que já conheciam Alvo das inúmeras visitas –apanharam Lys em seus braços protetores e garantiram que cuidariam da pequenina. Alvo notou que eles eram um dos muitos casais trouxas dali que conheciam e sabiam reconhecer a magia quando a viam e não se enganaram pelas vestes trouxas excêntricas do velhote.

Ao voltar à casa, parecia que tudo estava absolutamente intocado. O rosto chocado de Tom como se houvesse sido terrivelmente paralisado em uma expressão de tormenta, Minerva ainda em estado inconsciente. Abraxas passando as costas das mãos no rosto pálido da ruiva enquanto as lágrimas jorravam de seu rosto e respingavam na esposa.

— Onde estão os gêmeos? — Dumbledore perguntou docemente para Abraxas. Não que ele esperasse uma reação mais consciente dos pais desesperados naquele instante. Na verdade, ele jamais poderia sequer mensurar a dor que eles sentiam naquele momento. Só a mera ideia de perder um filho lhe parecia demasiadamente aterradora. Ter então esse medo praticamente confirmado era razão suficiente para destruir qualquer coração.

— Abraxas? — chamou de novo o professor andando até ele quando não obteve respostas.

— Com mamãe... — Abraxas respondeu com os lábios dormentes.

— Eu sei que agora tudo parece perdido. Tudo parece irreparável e escuro. Mas, ainda não acabou... Eu preciso que vocês estejam alerta agora. Chame o seu padrinho para cuidar de Minerva. Eu preciso realizar um feitiço que envolve o seu sangue e o sangue de Tom. Vamos saber agora exatamente onde as crianças estão... E em qual estado elas se encontram.

Tom saiu do transe ao entender a dimensão daquilo. O estado ao qual Dumbledore se referia era simples. Ele queria saber se as crianças estavam vivas ou mortas e lidar com aquela sensação de não saber era as vezes pior do que a realização da verdade. Munindo-se de toda a coragem que adquirira ao lado de sua grifinória, Tom colocou os seus pés para reagir, andando em direção a Dumbledore.

Dr Doggis e Madame Pilpes chegaram ao local para dar a devida assistência a Minerva. Ela estava em choque.

— Os senhores, por favor, fiquem aqui e cuidem dela. Temos trabalho a fazer. — Dumbledore disse mais uma vez sem entrar em detalhes dirigindo-se aos medimagos. Ao puxar Tom e Abraxas pelo braço, eles adentraram em um cômodo fechado da casa. Com um aceno de sua varinha, todos os móveis da pequena sala de estudo espremeram-se nos cantos das paredes deixando o centro do espaço livre.

Com mais um aceno, todo o piso desapareceu para deixar a terra nua exposta em uma circunferência perfeita.

Com um floreio da varinha, Dumbledore transfigurou um objeto decorativo da saleta em um belo punhal.

— Isso é magia antiga e era muito usada para localizar filhos rebeldes que resolviam se virar contra os costumes puro-sangue. O objetivo é de localização. Se eu fizer o feitiço apenas e só apenas pelo sangue, o encantamento será mais vago. Ele me dará toda a árvore genealógica Malfoy viva assim como os McGonnagals, os Riddles e os Grangers. Portanto, obviamente, perdemos no quesito precisão. Inicialmente pensei em usar o sangue deixado por Nott, mas ele já está em processo de coagulação diminuindo mais ainda a objetividade do encanto. Eu sei que vocês guardam como recordação as mechas dos primeiros cortes de cabelo de Miguel e Melodie e vou precisar que vocês os invoquem agora.

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