𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟒 - 𝐎 𝐜𝐡𝐞𝐟𝐞

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Mais algumas lágrimas surgiram. E eu me permite elas, pelo menos por um momento. No notebook coloquei Can You Feel The Heat Now de Tommee Profitt pra tocar enquanto começava a preparar o almoço.

A música era triste e repetia várias vezes enquanto minha mente vagueava por todos os acontecimentos.

Era estranho saber que fui escolhida entre milhares de moças, havia opções melhores que eu, tinha certeza, no entanto, aceitei.

Foi pelo dinheiro? Pelos benefícios? Pra ficar perto de Cole? Por Jade?

Nem mesmo eu sabia, mas não deixava de me martirizar. O que meus irmão fariam se soubessem?

Surtariam. Sabem o quanto sou romântica, eu só teria filhos depois de casada, ou pelo menos com alguém que eu amasse, mas olha, não era o caso, o filho nem ao menos seria meu.

Como eu veria um serzinho pequeno sair da minha barriga, do meu ventre e chamar Jade de mãe?

Não que eu tenha algo contra ela, mas isso parece demais pra mim. Assimilar que aquele bebê não será meu, parece... Estranho.

Quando terminei de preparar uma comida simples ainda ouvia a mesma música, ela era bem reflexiva, um pouco triste, e adorável.

Me sentei na mesinha sozinha e encarei o prato que tinha purê de batata com arroz e carne desfiada dentro, estaria tão gostoso, eu confiava em mim, mas... Não tinha fome.

Enfiei aquela comida goela abaixo me forçando a ignorar tudo o que estava acontecendo. Depois que acabei, retirei a música que repetia no notebook e coloquei outras mais animadas, então comecei a arrumar a cozinha.

Eu estava perdida no início de In the Name of Love de Martin Garrix quando bateram na porta. Joguei o pano de prato no ombro e caminhei concentrada pela melodia, quando abri a porta no entanto todo o autocontrole foi por água abaixo.

- O que você quer? - Minha expressão se fechou para o CEO em minha frente.

- Boa tarde pra você também. - Eu ainda estava impedindo a passagem dele. - Vim saber como você está.

- Eu estou péssima. Pergunta respondida? - Ironizei. Ele travou o maxilar.

- Não vai me convidar pra entrar? - Ele estava deslumbrante no terno de sempre, porém não cairia em seus encantos novamente.

- Não. - Respondi indiferente.

- Lili... - Revirei os olhos.

- Não, Cole.

- Certo. Só queria lhe informar onde vai começar a trabalhar e quando, mas já que você...

- Droga! - Dei espaço pra ele entrar e corri no notebook abaixando a música.

- Mas o que aconteceu com esse notebook? - Ele encarava o objeto no sofá.

- Eu usei, ué. - Respondi. - O que você ia falar sobre o emprego? - Ele sorriu.

- Você quer trabalhar na Sprouse Interprise? - Perguntou.

- Não. - Minha resposta pareceu surpreendê-lo

- Não? Mas por que não? - Suas sobrancelhas estavam arqueadas.

- Por que eu já vou estar - Fiz aspas com os dedos. - "trabalhando" pra você.

- Mas seria até melhor porque...

- Mas que droga! Você não aceita que te digam o contrário? - Perdi a paciência, ele se interrompeu e me olhou.

- Não. - Era como se ele tivesse constatado aquilo agora. - Preciso fazer umas ligações. - Pegou o celular por dentro do terno e saiu da casa para realizar elas.

❦𝗨𝗺𝗮 𝗣𝗿𝗼𝗽𝗼𝘀𝘁𝗮 𝗜𝗻𝗲𝘀𝗽𝗲𝗿𝗮𝗱𝗮❦ [𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐚]Onde histórias criam vida. Descubra agora