𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏𝟕 - 𝐎 𝐫𝐨𝐥𝐞̂ 𝐧𝐨𝐭𝐮𝐫𝐧𝐨

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*Ouçam a música durante o capítulo, playlist do spotify disponível no meu perfil*


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Acordei no meio daquela madrugada. Sozinha naquela cama enorme. Meu celular marcava 03:00 da manhã. Me levantei e caminhei pelo lugar em silêncio, ainda vestida as roupas de ontem porém descalça, meus cabelos estavam soltos e minha barriga roncava de fome.

Assim que entrei na cozinha fechei a porta e liguei a luz. Quase gritei de susto.

Cole estava encostado na pia com uma faca e uma maçã na mão, apenas de moletom, com os cabelos úmidos. Eu quase tive um treco.

Tremi, porém me mantive imóvel, eu ia me virar pra ir embora mas ele já havia notado minha presença há muito tempo, quebrou o silêncio do cômodo com sua voz rouca e suave.

- Lili? Tudo bem com você e o bebê? - Ele me olhou preocupado e eu respirei fundo antes de criar coragem e me aproximar adentrando a cozinha.

- Eu estou morrendo de fome. - Fiz uma careta.

- O jantar não foi o suficiente?

- Não. Tô comendo por 2 agora, é justo que eu coma 3x mais que antes. - Ele sorriu de lado. - Que foi?

- Você tá de cabelo solto. - Meu ventre pulsou.

- Ahh eu...

- O que quer comer? Pode ficar à vontade, se quiser preparo alguma coisa também. - Apontou pra geladeira e cortou mais um pedaço da maçã e levou à boca.

- O jantar não foi o suficiente pra você também? - Arqueei as sobrancelhas e ele sorriu novamente, eu prendi o ar por um instante contemplando aquele espetáculo.

- Foi. Mas eu tô comendo essa maçã pra saciar a vontade do que eu não posso comer. - Arfei. Quebrei o contato visual tentando espantar a idéia da frase de duplo sentido que ele havia acabado de falar. Caminhei até a geladeira e encarei todos os mantimentos, estava bem abastecida então peguei os ingredientes pra fazer um sanduíche.

Coloquei em cima do balcão e comecei a preparar 2 alternadamente.

- Não precisa fazer pra mim. - Ele avisou notando os dois pães sobre os dois pratos. Havia acabado de passar ketchup com a espatula, então num ato impensado me debrucei um pouco sobre a ilha e me apoiei sob meus cotovelos, depois o olhei, seus olhos ardiam em desejo e eu estremecia sentindo o mesmo.

- Quem disse que isso é pra você? - Ele arregalou os olhos e terminou de comer a maçã jogando o meio desta no lixo e a faca na pia.

- Você ainda vai me enlouquecer... - Ele suspirou e eu me levantei voltando a preparar o lanche.

- Bem, é essa a intenção. - Brinquei mas ele não sorriu, pelo contrário, caminhou sério até mim em passos lentos.

Sua presença fazia meu corpo responder com arrepios, minha intimidade latejava só de imaginar as coisas que eu queria fazer com ele.

- Eu ainda quero te ter pra mim... - Ele sussurrou fazendo meu coração dar um salto.

- Jura? - Me virei secando as mãos na roupa e sorrindo em ironia, quase me assustei com sua proximidade. - Nas últimas semanas você demonstrou o contrário.

- Eu achei que...

- Eu disse que não queria ser sua amante, mas disse também que não gostava de ficar sozinha. - Suspirei sentindo a raiva queimar em minhas bochechas.

- Droga... Lili... Eu...

- Poupe explicações. E não ouse mudar sua rotina só porque eu disse isso. Continue indo onde você ia todos os dias depois do trabalho.

❦𝗨𝗺𝗮 𝗣𝗿𝗼𝗽𝗼𝘀𝘁𝗮 𝗜𝗻𝗲𝘀𝗽𝗲𝗿𝗮𝗱𝗮❦ [𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐚]Onde histórias criam vida. Descubra agora